segunda-feira, 30 de março de 2015

Envia email falso da prisão a decretar a própria libertação

DANIELA ESPÍRITO SANTO

 | Hoje às 15:00
Um britânico, detido por fraude, conseguiu iludir as autoridades e convencê-las a libertarem-no com um email falso, enviado através de um telemóvel, de dentro da cadeia.
 
SOUTHWARK CROWN COURT
Para se escapar à prisão, há que ser inventivo, garantem-nos os argumentos de diversos filmes e séries "hollywoodescas". Mas o esquema que Neil Moore, de 28 anos, usou para se evadir é um daqueles casos em que a realidade supera a ficção.
Neil Moore estava detido em Wandsworth, Reino Unido, quando se apropriou de um telemóvel com acesso à Internet. Criou uma conta falsa para um oficial de justiça inventado e enviou uma mensagem para a prisão, com instruções para que o libertassem imediatamente.
Os responsáveis prisionais acreditaram e cumpriram a ordem. O esquema fraudulento de Moore só foi descoberto três dias mais tarde, quando os procuradores encarregues do caso foram à prisão para o entrevistar e descobriram que já lá não estava.
Moore acabou por se entregar às autoridades pouco depois. O episódio teve lugar em 2014, mas foi revelado agora que chegou aos tribunais, que ainda estão a tentar perceber como tudo aconteceu.
Neil Moore tinha sido condenado por fraude, pelo que não é difícil de imaginar que a mentira tenha sido muito bem forjada. No entanto, as autoridades ainda não conseguiram justificar a falta de verificação junto do "oficial de justiça" e superiores quanto à decisão enviada por email.
Os detalhes do esquema
Segundo o tribunal londrino de Southwark Crown, que está a julgar o caso, Neil Moore conseguiu, através do telemóvel, criar um domínio falso na web, muito parecido com o utilizado pelos serviços judiciais. De seguida, utilizou o serviço de correio eletrónico associado para enviar um email para o estabelecimento prisional, com instruções para ser libertado.
Para registar o website falso, garante a BBC, Moore deu o nome de um oficial de investigação, a morada e detalhes de contacto do Tribunal de Justiça britânico.
"É um caso de extraordinário engenho criminal, desonestidade e criatividade", admite um dos procuradores a analisar o caso. Moore é, agora acusado de oito casos de fraude e um de fuga à custódia legal. O resultado do julgamento é conhecido a 20 de abril.
ARTIGO PARCIAL

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