quinta-feira, 30 de abril de 2015

Onde estavam os críticos de Guebuza durante o seu mandato

Uso a entrevista abaixo para uma reflexão sobre o nível de compromisso e responsabilidade com a tal mudança na continuidade que constituiu a base da campanha do novo ciclo de governação. 
Começo por perguntar onde estavam os críticos de Guebuza durante o seu mandato e se o presidente Nyusi começar a errar, terão a mesma verticalidade de criticá-lo, como fazem agora com o ex-presidente Guebuza, de preferência ainda no seu mandato? Ou a tal crítica existia apenas "nos canais próprios onde devem ser expressas as opiniões dos militantes?" Esse tipo de crítica me preocupa, não só pela sua (relativa) extemporaneidade, mas porque me leva a questionar até onde é que o interesse nacional se sobrepuja aos estreitos interesses, lealdades e conveniências partidárias e de outra índole. Pessoas que em grande medida são do regime - sendo ou não do círculo restrito do governo do dia - não podem se distanciar do que houve no governo do seu partido da noite para o dia. Com honrosas excepções, das quais destaco de Jorge Rebelo, grande parte dos críticos de ocasião que agora tendem a pipocar e se desfazer em críticas inflamadas só deveriam falar nestes termos (com tal nível de desresponsabilização) por duas razões: porque têm o direito de expressão que a constituição consagra, e porque todos temos o dever de respeitar e lutar por esse direito (mesmo quando não concordamos com as suas ideias), relevando que eles não tenham tido o mesmo compromisso com a sociedade quando o mesmo é cerceado por pessoas do seu partido e do regime que apoiam. Tirando isso, não me parece que esse discurso seja sério, a não ser que seja acompanhado também de acções de responsabilização. Até porque algumas das mazelas dessa governação - se é que foi tão danosa assim como a descreve, não sei com base em que elementos (a bem da objectividade, seria importante explicá-lo para não ser demagogia de ocasião) - ainda se fazem sentir. A questão é se terão a coragem de dar um passo à frente, ou apenas ficarão na pose para ficar bem na foto da posteridade. 
Essa elite a mim não impressiona e nem inspira confiança e já o disse antes (vide aquihttp://www.oplop.uff.br/coluna/josemacuane/2419/guebuza-hoye). Por isso, não penso que seja linear que a substituição do presidente Guebuza da direcção da Frelimo seja necessariamente um sinal de compromisso com mudanças profundas na governação do país, o que implicaria levar mais a sério questões como a inclusão, a despartidarização do Estado e a credibilização das instituições estatais, começando de forma imperiosa pelas instituições eleitorais e a descentralização, deixando de diabolizá-la na forma de divisão do país, como tem sido o discurso do dia). Até aqui, ainda não há sinais claros do sentido dessa mudança, fica apenas a impressão de que pode ter sido uma forma de realinhamento de interesses internos dentro do partido Frelimo; uma luta interna de elites que governam este país. Críticas como estas, que fazem tábua rasa do contexto e da história política recente deste país e criam um distanciamento inverosímil em relação ao que houve nos últimos dez anos, não podem por si só sinalizar a existência de um compromisso com as mudanças políticas profundas que o país precisa para sair da crise de legitimidade das instituições políticas que actualmente enfrenta. Creio que a mudança nestes termos requer um outro nível de crítica e comprometimento político com o país, que passa pela assunção das responsabilidades que todos temos no processo histórico e politico deste país. E eu não vejo isso neste tipo de crítica e postura pública.
Segundo Felício Zacarias: ??Lambebotismo atrasou o país?? Detalhes Jornal Debate 27 abril 2015 Politica Próximo artigo Violação da Cessação das...
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  • Telma Chantel Moiane Bca É.... So pra ver ate que ponto podemos confiar nas pessoas que estao em nossa volta. Quando ta tudo bem todos tem tendência ao lamber ate onde não se lambe pra defender o seu capim. E quando cai ninguém está lá pra te levantar. Nyusi devia usar isto co...See More
  • Bayano Valy boa. discuti a ausência desses críticos num outro mural. as questões que me foram feitas por Kudumba Root foram: " 1. Bayano nada de postura do "bota-abaixo": não falou antes e está a falar agora qual é o problema? Sabemos quantos NEM hoje falam? Iremos descartar o seu discurso pela extemporaniedade? O que vale aqui são as ideias ou o tempo em que as mesmas são difundidas? 2. Pelas "boas práticas" do dono do mural aprendemos que nem sempre devemos divulgar informação desconhecida do "público em geral" apenas com o intuito de provar um ou outro ponto mas posso garantir que tanto o papel do visado na atribuição do nome à ponte quanto aos seus posicionamentos dentro da sua organização política, estão longe de terem o simplismo que já vi aqui exposto. Bayano, porque priva comigo e está na discussão, pode ter acesso a mais dados sobre isso em qualquer tertúlia destes ou de outros dias"

    eu me passo que hoje se tente isentar felício zacarias de qualquer culpa no cartório. não é por acaso que ao invés de começarmos a olhar para as instituições e seu funcionamento, vamos começar a especular das suas reais motivações
  • Mebanze Joao por onde anda o g40 ?
  • Elisio Macamo parabéns por uma reflexão oportuna e acertada! pensei quase o mesmo, com menos clareza, quando li esta entrevista. mesmo jorge rebelo não difere muito quando fala do tempo em que também teve protagonismo. fala dos erros de samora, mas nunca do que ele fez para evitar esses erros.
  • Geraldo Mandlate Pelo menos ele conseguiu exteriorizar o seu sentimento. De forma clara aponta o dedo ao seu partido e a respectiva lideranca. possivelmente outros vao lhe seguir. É preciso compreender que nao é tao simples como nós podemos imaginar. Basta recordar as palavras do Gabriel Muthisse em relacao ao FJN. Portanto nao vejo como FZ podia ter falado como falou agora. E pelas mesmas razoes nao acredito que o mesmo possa falar abertamente de FJN(presente) como se referiu ao AEG (ao passado). Nós (acho) alimentamos expectativas ilusorias. A mudanca de figura de PPFé feita quando o nome do PF estiver em causa, e nao necessariamente para o alcance das nossas (do povo) expectativas. Basta ver a posicao do PR e PPF vai perceber que retomou justamente de onde o AEG deixou.
  • Manuel Carlos Nhanala Concordo plenamente, se tivermos que discordar e criticar o que esta bem e esta mau, que seja frontalmente e no momento oportuno. Eu acho futil e lamentavelmente inoportuno este tipo de posicionamento, neste momento. Ate lhe ficava bem na altura da sua exoneracao a tomada deste tipo de argumento. Ate porque o proprio FZ nos habituou a algumas doses de verticalidade.
  • Geraldo Mandlate É preciso lembrar que ele ainda é membro do PF. Qué é frontal sendo membro e quadro senior do PF para com aspectos de governacao? Pessoalmente acho que nao é o gostaria que fosse. Mas pelo menos há um de lado da posicao a dizer o que muitos de nós ja sabiamos. Mas tem um entendimento maior quando um ex-governador/ ex-ministro aborda.
  • José Jaime Macuane Geraldo Mandlate, entendo o contexto em que o FZ (é preciso entender que nem sequer falo dele como pessoa, estou a usar a entrevista como pretexto para análise de um problema maior) faz a sua intervenção. Veja no post abaixo o diálogo que Kruschev tem com um militante que o confronta sobre onde ele andava durante os massacres de Stalin quando ele o acusava em sessão do PCUS (naturalmente depois de morto). A questão é se é possível confiar nas intenções de uma crítica que falta quando é necessária e quando o seu efeito já é menor (se é que tem algum) aparece. Elisio Macamo, obrigado. Diz o Cristiano Matsinheno que talvez devamos ser condescendentes e entender que o momento é de catarse. Só que não sei onde essa catarse levará. Bayano Valy, as instituições funcionam com pessoas, sejam elas democráticas e autoritárias e só persistem porque encontram algum ambiente para sobreviver (mesmo sendo ineficientes), a questão é quem ou o quê cria esse ambiente e o que muda com esse "discurso critico", seria uma maior consciência da responsabilidade individual no funcionamento das tais instituições? Confesso que não sei, vamos observar, analisar e concluir. Manuel Carlos Nhanala, justamente, conhece-se a postura crítica de Felício Zacarias, mas a questão é em relação a quê? Será que no momento apropriado ele exerceu essa critica nos tais "fóruns próprios" e não foi ouvido? De qualquer forma, para o público para o qual ele fala agora o resultado terá sido o mesmo como se ele não tivesse exercido a tal postura crítica, porque o tal governo que atrasou o país cumpriu o seu mandato até o fim sem uma crítica estruturada e séria e em nenhum momento foi feita uma reflexão pública do tal governo, a não ser a presunção de que se deve depreender que os militantes da Frelimo estavam tão descontentes com Guebuza que "o forçaram a renunciar" do cargo de presidente do partido. Ora, isso não implica necessariamente uma crítica à governação de AEG, no máximo indicia uma crítica à sua liderança do partido Frelimo. E as duas coisas, embora fortemente ligadas, não podem ser confundidas.
  • José Jaime Macuane O Julgamento Alheio

    É fácil julgar os outros. Enquanto Nikita Kruschev denunciava os crimes de Stalin, no congresso do Partido Comunista, alguém gritou: "Onde estavas durante o massacre dos inocentes?" "Levante-se quem disse isso",pediu Kruschev. Ninguém se mexeu. "Seja você quem for, já respondeu a sua pergunta", continuou ele. "Naquele momento, eu estava na mesma posição em que você está agora".
    Paulo Coelho Maktub.
  • Amarildo Samuel Acho que sempre houve um dilema na nossa sociedade que é este se tu críticas és, do contra e senão o fazes estas do mesmo lado da cerca. Porém vem de cima agora a frontalidade, verticalidade de certas personalidades da esfera política e com créditos ao nivel do governo a confrontar certas verdades que por vezes podem ferir sustentablidade mas são duma racionalidade. Não importa os timings mas sim a lucidez e a coerência das mesmas. Indiscutivelmente o Eng. FZ! Sempre pautou por maneira diferente de fazer politica com transparência, respeito pela coisa pública.
  • José Jaime Macuane Amarildo Samuel, se o Eng. FZ (repito, aqui não discuto a pessoa, mas o processo em si) sempre fez política com transparência e respeito pela coisa pública, quando os danos da governação de AEG ocorriam porque não apresentou as críticas de forma transparente e mostrou o seu comprometimento com o tal respeito pela coisa pública? Será que podemos esperar, doravante, a tal responsabilização pelos danos causados pela governação aqui criticada e pessoas como o Eng. FZ na linha da frente "desta moralização da nossa governação"? Porque para mim não faz sentido falar apenas por falar, sem consequências.
  • Geraldo Mandlate Certo, JM.Entendo o seu ponto. Mas será que houve/há condicoes de todo tipo , para um membro de PF criticar o governo ou o PF publicamente? Mesmo o FZ é cuidadoso com o actual governo. É por isso que voce é preso por ter ou nao ter cao. Ou entao, se nao falou durante o tal momento certo, agora é melhor é nao dizer nada?
  • Amarildo Samuel Execelente observação ilustre José Jaime! Duma coisa estamos de acordo na personalidade, agora que haja coragem para o efeito. Porque sempre vamos ficar pelas suspeições e nada mais.
  • Geraldo Mandlate Amigo JM, acho que uma das consequencias do posicionamento do FZ é que publicamente fica se a saber (com evidencias) que dentro de do PF há quadros que se distanciam de praticas lesivas ao estado. Por tanto já nao é apenas assunto da oposicao e sociedade civil indicar o dedo ao PF e ao seu governo. Agora acho que isso pode motivar a oposicao e sociedade civil a exigir mudancas/correcao em tudo que é pratica nefasta ao estado.
  • José Jaime Macuane Geraldo Mandlate, se ler com atenção as considerações de FZ sobre o governo de Nyusi são de elogios sem fundamentação. Seria essa a postura crítica que se diz ele ter, ou é apenas um discurso de ocasião, de esperança ou wishful thinking sobre o que ele...See More
  • Bayano Valy sim, José Jaime. somos nós quem fazemos as instituições. elas acabam sendo provavelmente o reflexo das nossas acçōes colectivas (soma das nossas acçōes individuais?). daí que, também não sei bem se a ênfase seria sobre uma maior consciência da responsabilidade individual. seria preciso, como dizes, observar, analisar e concluir. 
    eu vou começar a prestar maior atenção 
    abraços
  • Fidélio Tembe Bela leitura, J. Macuane!
    O bom e o mau não vê caras! O escovismo é que está a matar o nosso Moz!
  • Cristiano Matsinhe No mínimo, José Jaime Macuane, a auto confissão, a catarse a que me referia, o processo a que o ilustre ex-ministro se dispôs a abraçar poder ser um exercício de auto-libertação para um sujeito que, eventualmente, se viu ou sentiu reprimido, ainda que cúmplice activo nos eventos. Participou, testemunhou…por isso fala, conforme o mantra. Vocalizar o que ele considera mazelas inerentes ao mandato do “filho mais querido da nação” certamente que não vai alterar o rumo dos acontecimentos passados, como bem o dizes. Todavia, como o conhecimento e a própria história é cumulativa e rica em versões, algumas das quais expressas de posições e lugares privilegiados, não tenho objecções em deixar quem quiser vocalizar a sua perspectiva o faça. Nem todos tiveram o estilo, a coragem e a “hombridade” de Jorge Rebelo, deixas-te claro, mas nem por isso devemos sumariamente execrar os que agiram ou posicionaram-se diferentemente, são nossos anti-heróis, se qusiseremos guardar um lugar para eles. com todo esse exorcismo e acusações dos que resolveram confessar-se, quem sabe nós outros captemos os múltiplos ângulos e roteiros das narrativas da sucessão intergeracional na pérola do índico? Conheces bem o legado e a lenda (no melhor sentido do termo) dos 10 anos de luta Armada para a libertação do país. Quem sabe estejamos a testemunhar o devir da lenda dos “10 anos de convivência com o Armando para garantir a transição de poder entre gerações”? Por mim, conhecer essas versões já é um destino por si só. O que vamos fazer com elas é outra história.
  • José Jaime Macuane Por isso, Cristiano, enfatizo que devemos preservar o direito dele e de outros de expressão, mesmo que não concordemos. Não questiono o acto, questiono o propósito em si, até porque não disse nada que não se tenha dito antes. Por isso, duvido que consigamos mesmo aprender algo "histórico" deste tipo de discursos. Aprendemos sim sobre o comportamento político. Mas também achei o discurso superficial não só pela desresponsabilização, mas pelo uso de um termo banal que aplicado solidariamente a actos do Governo não deixaria o entrevistado fora da esfera deste tipo de rotulação. Por exemplo, seria interessaante entender a história de como a Ponte da Unidade Nacional/ou de Caia (como vinha sendo informalmente chamada antes da sua inauguração) se tornou Ponte AEG durante o mandato do entrevistado como Ministro de Obras Públicas e Habitação. Embora esse acto possa não ter consequências práticas visíveis, mas certamente tem um grande simbolismo (e isso podes explicar melhor do que eu se tem consequências práticas) em parte da opinião pública foi visto como aquilo que FZ condena. Mas repito, o meu interesse nem é pelos actos individuais como este, mas o valor dessa catarse para a mudança e talvez, como dizes, o aprendizado.
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  • Damiao Cumbane A esse senhor não lhe assiste o direito de dizer o que disse. Ele fez parte desse governo e estando nele tiro proveito de tufo e nada disse. Esta a falar agora. Porque não juntou a sua voz a dos que abertamente confrontaram quer o Governo. Onde andava Felicito Zacarias quando G40 devorava todos os que apontavam dedo ao Governo? Criticava-se porque os Governantes do dia estavam a andar em contra - mão.
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  • Mateus Francisco Navaia Alguns governantes mostram o seu verdadeiro sentido discursivo quando estão fora do governo. Enquanto estiver a militar na mesma organização é muito complicado e comprometedor alguem vir publicamente fazer o papel da "oposição" para quem estiver a dirigir a organização, acaba tornanando-se cúmplice. Se isso acontecer, é aqui onde surgem nomes como traidor, ganancioso pelo poder, etc.
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  • Julião João Cumbane Leitura oportuna, José Jaime Macuane! Amigos, compatriotas! Não nos enganemos a nós mesmos. O Filipe Zacarias (FZ) fez parte da equipa governamental de Armando Guebuza. Ele, como governante, era conselheiro do Armando Guebuza. Por que não se ouviu ele(FZ) a criticar o «lambebotismo» nessa altura? A resposta é simples e clara: porque ele (FZ) preferiu, deliberadamente, ser também «lambebota»! Mas tenhamos em atenção que o facto de o FZ só falar do fenómeno do «lambebotismo» agora, não invalida o mérito da crítica que faz. Invalidar a critica que ele (FZ) faz na base do argumento de que ele não falou em tempo útil é falacioso ('tu quoque') e, por isso, não procede. Aliás, o actual Presidente da República (Filipe Nyusi) também fez parte da equipa governamental de Armando Guebuza. Não seja por isso que ele (Filipe Nyusi) tem que se coibir de falar dos erros cometidos naquele tempo. Eu não veria isso como demagogia. Pode até ser que ele tenha criticado os erros do passado, com voto vencido. Eu sou simpático a ver a crítica do FZ nesta perspectiva hipotética, para poder ver mérito nela (a crítica). É o mérito da crítica que se deve debater, não quem faz a crítica e/ou o momento em que a faz!
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  • Adrian Magoo Essa é a nossa forma de ser, ou seja, essa é a forma de ser dentro da Frelimo e muito provavelmente em Moçambique. Tenho dois exemplos: Durante o mandato de Joaquim Chissano, AEG era chefe de Bancada da Frelimo, que quanto a mim era quase presidente do Poder Legislativo. Mas quando AEG assumiu a Presidencia da republica, assumiu a liderança pra criticar JC como se durante esse mandato ele estivesse numa posição que nao podesse critica-lo.
    Outro exemplo nao menos importante vem da UEM. Durante a vigencia do prof. Couto a UEm criou alguma coisa parecida a licenciaturas em três anos, mas logo que ele deixou de ser reitor as coisas foram mudadas pelo mesmo elenco que o apoiou a cria-lo.
    Essa é a nossa forma de estar.
    Os criticos de FJN estao na bancada.
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  • José Jaime Macuane Caro Julião João Cumbane, como deve ter notado, em nenhum momento digo que o FZ não deve falar o que pensa, pelo contrário, dedico algumas linhas sobre o seu direito a dizer o que pensa. Onde acho que há problema de mérito na crítica? No distanciamento do seu autor ao processo que critica, que acho importante para avaliar a consistência e a finalidade da tal crítica. Não digo em termos absolutos que a crítica está fora do tempo (daí ter usado deliberadamente a expressão "relativa extemporaneidade"), Também refiro que a crítica teria mais mérito, relevando a sua relativa extemporaneidade e o distanciamento do seu autor ao que critica, se for acompanhada de responsabilização. E aí coloco dúvidas. Isso porque penso que FZ não disse nada de novo e que há um problema ético (nos termos em que concordamos) na forma como ele faz a crítica. Por isso me questiono se terá a mesma postura quando ao actual presidente, extirpada da extemporaneidade e do distanciamento inoportuno.
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  • Julião João Cumbane Julgo que percebi bem todo o teu argumento, de início. Dei-me tempo para ler e examinar todos os demais comentários antes de colocar o meu. Senti que alguns acham que o FZ não devia criticar, porque ele faz parte dos que cometeram esses erros. É principalmente para essas pessoas que a minha primeira intervenção neste debate é dirigida (...).
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  • Marcelo Mosse Bem visto Jose Jaime Macuane.
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  • Bayano Valy bem, quero crer que quando alguém entra na vida política, fá-lo pela ambição pessoal de ajudar a melhorar as condições do seu país. de sorte que não se contenta quando as suas ambições lhe são frustradas, abraham lincoln disse uma vez que não havia pior coisa que morrer e deixar o país assim como estava.

    portanto, a não ser que as ambições políticas de alguns dos nossos políticos sejam de entrar na política porque assim ficam perto da mesa do banquete, vou acreditar que estão preocupados com moçambique. se assim for, onde está então a coragem moral de criticar as lideranças e o próprio partido onde militam quando algumas práticas chocam com as suas consciências? não estou a querer ser um moralista mas o sentido de responsabilidade me parece que pode emergir daí (ou não?)
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  • Julião João Cumbane «...a não ser que as ambições políticas de alguns dos nossos políticos sejam de entrar na política porque assim ficam perto da mesa do banquete...». Infelizmente este é o caso de MUITOS «dos nossos políticos». Basta ver referenciar, para ilustrar o orçamento que a Assembleia da República (AR) aprovou para o seu funcionamento este ano de 2015. Portanto, não te enganes, caro Bayano Valy! Agora, acreditar é bom... A mudança começa com a crença e convicção, antes de chegar a vez da acção.
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  • Bayano Valy sou realista, caro Julião João. no entanto, ainda quero na minha ingenuidade acreditar que o status quo ainda pode mudar.
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  • Julião João Cumbane Claro, Bayano Valy! E de ingénuo não tens nada! Com a tua idade Armando Guebuza era, se não me engano, comissário político... Acreditar na mudança temos todos que acreditar. Mas não basta acreditar. É preciso agir. Uma das frentes da nossa acção é esta aqui, neste debate. Acreditas? Isto acelera mudanças!
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  • Bayano Valy risos. obrigado, Julião João. pois. urge mudanças
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