sexta-feira, 19 de junho de 2015

História da Renamo (resumo)




As seis questões por mim colocadas ontem não tinham por objectivo levantar quaisquer que fossem animosidades. Elas tinham por objectivo contribuir para o início de um debate em torno da institucionalização de um gráfico de tempo mais ou menos partilhado entre os moçambicanos. Ou seja, ao mesmo tempo que discutimos sobre a verdadeira idade do Partido Frelimo; a diferença entre partido Frelimo e o movimento de libertação nacional FRELIMO; a data e local da sua fundação, tentei com as perguntas provocadoras espevitar os moçambicanos sobre a história da Renamo.

Urge saber isso; as novas gerações precisam, para que não caia na mentira ou sucumbam à propaganda branqueadora.

A RENAMO: A MORAL, A DIPLOMACIA E A HISTORIOGRAFIA

Falar da fundação da Renamo hoje é sem dúvidas um sério desafio ético, moral e epistemológico. Tal como Aquino de Bragança e Jacques Depelchin (1986) escreveram em "Da idealização da Frelimo à compreensão da História de Moçambique" sobre a problemática teleológica da história da Frelimo, a da Renamo enfrenta o mesmo problema. Os seus historiadores ou arautos, tentam à todo custo emprestar ao público uma visão teleológica da Renamo, ou seja, uma perspectiva autojustificava sobre os fins últimos da sua criação. Ao fazê-lo, seleccionam, obliteram e castram propositadamente todas as passagens da história que aos olhos de hoje, têm o potencial de lhe prejudicar politicamente.

Porém, como cidadãos, temos a OBRIGAÇÃO de saber e discutir este passado, independentemente de ser BOM ou MAU. Aos historiadores e cientistas sociais, a sua obrigação é reforçada pelo imperativo da integridade académica que devem observar.

RENAMO: DO PASSADO MERAMENTE BANDITESCO AO PAPEL DA DIPLOMACIA

Existe uma extensa bibliografia que demonstra de forma inequívoca que a Renamo que hoje conhecemos passou por várias metamorfoses tanto ao nível dos seus objectivos políticos como da sua estratégia de guerra.
João Cabrita em "Mozambique: The Tortuous Road to Democracy", descreve de forma minuciosa e comprovada, com referência a fontes vivas e documentos históricos válidos, os motivos meramente banditescos que estiveram na origem da Renamo. Existem depoimentos gravados em forma de vídeo e audio disponíveis para consulta na TVM, onde Ken Flower fala dos motivos, da estratégia e do papel desestabilizador do MNR (Mozambique National Resistance depois RNM Resistência Nacional Moçambicana e por fim Renamo). O trabalho de Alex Vines (1991) não poderia ser mais sugestivo: "Renamo, from terrorism to democracy in Mozambique". Nele, Vines documenta de forma pormenorizada todos os passos pelos quais a Renamo trilhou, desde o banditismo desestabilizador à transformação para um movimento político.

RENAMO: O DESAFIO DA PERIODIZAÇÃO
Tal como tem vindo a ser o meu principal argumento, existem três periodos distintos pelos quais a Renamo passou e se transformou.
O primeiro período vai desde a sua criação em 1977 até 1984 mais ou menos, altura da assinatura do Acordo de Nkomati. Nestes primeiros sete anos a Renamo foi essencialmente um agente e instrumento desestabilizador de Moçambique. É ESTE PERÍODO QUE FICOU CONHECIDO POR GUERRA DE DESESTABILIZAÇÃO. 
Criado para matar, roubar e destruir, a Renamo teve nos antigos agentes da polícia política portuguesa, regime racista da Rodésia e África do Sul e colonialistas frustrados, seus principais mentores, fundadores e patrocinadores. Só de pensar nos seus primeiros secretários-gerais tais como Orlando Cristina (primeiro secretário-geral da Renamo assassinado em 1983) e Evo Fernandes (outro dirigente da Renamo assassinado em 1988 em Lisboa)-este foi quem deu um "toque político da Renamo, de acordo com a sua viúva Ivete Fernandes - é mais que suficiente para deitar por terra qualquer projecto político nobre.

Uma coisa é reconhecer os malefícios do regime machelista, ausência da democracia multipartidária e a crueldade da Frelimo durante o período inicial da independência, outra, BEM DIFERENTE é defender a fundação da Renamo como resposta à estes malefícios. NÃO. Isto é branquear a história. Não existe rigorosamente nenhuma relação causal entre o socialismo machelista e a criação da Renamo.

O segundo período vai mais ou menos de 1984 a 1989. Genericamente é designado por GUERRA CIVIL (primeira parte). Ficou essencialmente marcado por dois aspectos. Primeiro, a transformação do movimento desestabilizador patrocinado por estrangeiros à um movimento armado autossustentável. Segundo, ao nível ideológico/político, funda-se uma Renamo com algum programa político que, no quadro da Guerra-fria reclama democracia multipartidária como leit-motiv da sua luta. Também é neste período que se intensificou a guerra, depois de as forças armadas da África do Sul terem feito os últimos abastecimentos em material bélico para a Renamo. A guerra alastra-se em todo território nacional e a Renamo chega a controlar dois terços do país. A morte de Samora Machel faz renascer a esperança do diálogo, o papel das igrejas na busca da Paz consolida-se e os primeiros contactos para a Paz são encetados, primeiro com a Africa do Sul e segundo por intermédio dos religiosos, governo Keniano, Tswana e Malawiano.
O terceiro e último período vai de 1989 a 1992 (guerra civil, segunda parte). É caracterizado pela intensificação de demarches na busca da Paz. É o tempo da diplomacia, que teve que "transformar o conflicto" para que fosse debatível. Aqui, as principais causas da guerra "tiveram que ser reinventadas: democracia multipartidária, liberdade de expressão, de opinião, blá, blá, blá. Portanto, é neste período que finalmente a Renamo é reconhecida como "interlocutor válido para a Paz em Moçambique" e no país começam as mudanças profundas, em preparação para o advento da democracia multipartidária.

CONCLUSÃO
1. Quem é o fundador da Renamo? - Inimigos da independência de Moçambique: regime rodesiano, antiga PIDE, regime de apartheid, com Ken Flower à cabeça. Tenho que reconhecer que incorro aqui a excessiva generalização.
2. Quem é o fundador do Partido Renamo? - O fundador do Partido Renamo é Afonso Macacho Marceta Dhlakama
3. Quem foi o primeiro presidente da Renamo? - O Primeiro Presidente da Renamo é Afonso Macacho Marceta Dhlakama. André Matadi Matsangaissa foi o primeiro dirigente militar do movimento desestabilizador, com os rodesianos à cabeça.
4. Quem foi o segundo presidente da Renamo? - Não existe segundo Presidente da Renamo. Sempre foi o mesmo: Afonso Macacho Marceta Dhlakama
5. Quem foi o primeiro presidente do Partido Renamo? Afonso Macacho Marceta Dhlakama
6. Quem foi o segundo presidente do Partido Renamo? Não existe segundo Presidente do Partido Renamo. Sempre foi o mesmo: Afonso Macacho Marceta Dhlakama. (se calhar, está por nascer, risos).
Onde nasceu a Renamo: A Renamo nasceu na Rodésia do Sul, actual Zimbabwe.
Ora, tudo o que eu disse aqui é discutível, susceptível de correcção, acréscimos e refutação. Mas tentei expor o meu melhor entendimento sobre o percurso desta instituição que se chama Renamo. Tendo dito isto, não quero julgar o partido Renamo pelo seu passado. Não, não é este meu objectivo. Quero tão-somente contribuir para a compreensão “holística” de uma história que se quer simplificar à custa de interesses políticos fugáveis, contingentes e quiçá, tacanhos. 
Se tiver atingido este objectivo, eu posso considerar-me feliz.


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Like · Reply · June 18 at 11:25am

José Belmiro Um partido político pode ser fundado por uma única pessoa?
Like · Reply · 7 · June 18 at 11:26am

Egidio Vaz José Belmiro, está a incorer numa falácia quando fazes poerguntas estranhas como essas. O fundador é normalmente aquele a que se reconehce o papel dinamizador para o surgimento de qualquer coisa. Diz-se fundador de uma associação, partido ou outra entidade àqueles que para além do seu papel também são os primeiros dirignetes destas organizações.
Like · 7 · June 18 at 11:29am

José Belmiro Esta pergunta não é estranha. É que na minha óptica, um partido político não pode ter um único fundador. Um partido político é uma associação. Para não incorrer em falácias, o Egidio Vaz precisa elencar os fundadores da Renamo, da mesma forma que apresentou os fundadores do MNR.
Like · 4 · June 18 at 11:48am

Marcos Manejo Pakhonde Pakhonde Desculpa,mas assim sendo ilustre Vaz,segundo sua definicao do fundador,pode-se entender que Mondlane,tambem nao é fundador da Frelimo,pk existem documentos que a idealizacao do movimento foi feita no Gana sub peso do Gwambe,que alguns meses depois,se oficializa em Assembleia a 25/06/62 na Presenca do convidado Eduardo Mondlane.Veja neste caso que quem idealiza é um e quem formaliza é outro. Portanto, me parece faltar alguma coisa na sua definicao.
Like · 2 · June 18 at 11:50am

Egidio Vaz Este é o problema não resolvido ilustre. Concordo consigo
Like · 1 · June 18 at 11:57am

Nelito M. Tiago Palmas...palmas. ..palmas. ..
Like · Reply · 1 · June 18 at 11:28am

Manuel J. P. Sumbana Interessante. Participei como alguns estudantes moçambicanos em Londres na revisão do livro "RENAMO: Terrorism in Mozambique" de Alex Vines, a pedido deste. Nota que dois anos a sua publicação, Alex já dizia que muitos dos dados que tinham eram errados...voltarei a este assunto mais tarde.
Like · Reply · 6 · June 18 at 11:28am

Egidio Vaz Dados e não processos. Eu também contestei em carta ao Vines contestando alguns dados. Mas os processos são mesmo válidos. Volte mais velho.
Like · 1 · June 18 at 11:30am

Allordon Vestavella Dlhakama, pai da democracia por acidente... Hhhh MAS É PAI!
Like · Reply · 2 · June 18 at 11:39am

Geraldo Obra Alegriao Eu gosto muito de historia. Ela nos ensina o nosso passado, ajuda-nos a interpretar o presente e ate a prever o futuro. A Renamo pode ter comecado na Rodesia, mas o seu ADN foi sempre mocabicano.Quem nao percebeu isso ate assinou o acordo de Incomati. A Rodesia foi uma barriga de aluguer. Quanto ao parto e os primeiros comandantes ou presidentes continuam a ser...Historia Da Renamo Resistência Nacional Moçambicana. Dependem de como a queremos ler e entender.
Like · Reply · 4 · June 18 at 11:44am

Santos F. Chitsungo Interessante e didactico. Bom principio para um debate pertinente, para o qual estou espectante. Parabens EV.
Like · Reply · 1 · June 18 at 11:47am

Raul Chambote Mbuya Egidio Vaz, meus parabéns. Boa contribuição
Like · Reply · 1 · June 18 at 11:50am

Egidio Vaz Obrigado Mbuya Raul Chambote
Like · June 18 at 11:55am

Adelino Luis Leite Dr. Egidio Vaz acertei 3 das questões e claro respostas muito resumidas.
Like · Reply · 1 · June 18 at 11:57am

Jose Cossa FALA SE DE UM MUCHANGA, QUE ERA O NUMERO DOIS DEPOIS DE ANDRE. COMO O AFONSO CHEGA A LIDER DO MOVIMENTO?
Like · Reply · 1 · June 18 at 12:01pm

Cleto Goncalves Well done Egidio Vaz... bela contribuição
Like · Reply · 1 · June 18 at 12:03pm

Innocent H. Ab além de concordar contigo a 100%, unico comentario que tenho é que este post é composto por argumento cientifico e isenta de emoçoes e pode parir um bom trabalho. Parabens..

Eusébio A. P. Gwembe O texto é bom. Porém, dividir a História da Renamo ignorando a luta entre Dhlakama e Lucas na sucessão de Matsangaissa como comandante da Renamo leva-nos a ignorar a emergência de uma análise holistica da Renamo. Outro facto omisso, é o primeiro congresso e a chantagem que Dhlakama fez a Orlando Cristina por achar-se em condições de levar avante a luta sem precisar sair fora do pais. Também paca, Vaz, ao não mencionar o apoio facil que a Renamo teve entre os regulos marginalizados e substituidos por G-Dinamizadores. As confissões dos primeiros dez presos da Renamo que foram fuzilados a luz de uma lei que foi elaborada quando eles já estavam presos, contém ideais do capitalismo. Um deles disse que aderiu ao movimento porque lhe fora dito que teria sua propria riqueza
Like · Reply · 15 · June 18 at 12:06pm

Egidio Vaz Obrigado pelas excelentes achegas. Gostaria tambem de dizer que o meu objectivo na periodização era captar os principais momentos da história do partido à luz que a Renamo reclama ser sua obra: democracia. É tambem queria problematizar dita resposta popular à ditadura da Frelimo onde a Renamo é tida como pai da democracia em Moçambique
Like · 2 · June 18 at 12:49pm

Egidio Vaz As achegas por si feitas vão ajudar-me abrir novas frentes de analise
Like · 1 · June 18 at 12:49pm


Manuel Mageta Taque A dois dias que assisto e acompanho os debates epistemológicos neste mural sobre a RENAMO depois de tantos questionamentos mal interpretados, cabe agora aos que julgam sem antes perceber o que o interlocutor quis trazer ao debate se posicionar e quiçáredimir. O que notei é que muitos militantes não sabem porquê militam. Valeu o paper, mas fica aqui um deixa.... RENAMO/FRELIMO assim se escrevem os movimento políticos porque as siglas das mesmas representam as iniciais de palavras.

Tomas Xerinda começa a ser interressante perder Horas___ nestes postes
Like · Reply · 2 · June 18 at 12:08pm

Ndoenda Murozi Mal contado a História sobre a Renamo. Melhor aproximar a nos que estivemos no terreno e ate agora no terreno. Mas as vezes e bom ser curioso.
Like · Reply · 1 · June 18 at 12:11pm

Manuel Mageta Taque Tragam a vossa história bem contada, para que possamos ter algo com que comparar.
Like · Reply · 3 · June 18 at 12:15pm

Celio Mabjaia Essas é a História de Egídio Vaz.
Encomenda.
Like · Reply · 1 · June 18 at 12:25pm

Válter Simbine Ilustre Dr. Egidio Vaz , antes, quero manifestar o meu agradecimento pela aula de sapiencia que jamais teria em alguma sala de aulas. Assim, sugiro que torne este post num artigo cientifico de modo a ser citado por muitos pois, julgo que este documento nao deve estar disponivel apenas a um pequeno punhado de pessoas que tem a honra de ter a sua amizade nesta rede social.
Like · Reply · 2 · June 18 at 12:25pm

Válter Simbine Ilustre Dr. Egidio Vaz , antes, quero manifestar o meu agradecimento pela aula de sapiencia que jamais teria em alguma sala de aulas. Assim, sugiro que torne este post num artigo cientifico de modo a ser citado por muitos pois, julgo que este documento nao deve estar disponivel apenas a um pequeno punhado de pessoas que tem a honra de ter a sua amizade nesta rede social.
Like · Reply · 2 · June 18 at 12:26pm

Junayd Victorino Pedro parabenizar a ti pela grande aula de sapiencia porém nao podemos nos esmiuaçar que ate a propria A FRELIMO foi fundada em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, em 25 de Junho de 1962, quando três organizações nacionalistas de base regional - a União Democrática ...See More
Like · Reply · 2 · June 18 at 12:32pm

Dulcidio Matusse ...apraz me a honra de saudar, uma vez mais ao Egidio Vaz por nos brindar com uma "Uma data na história" sobre as hosteis de um partido que se intitula pai da democracia. Ora, nem sequer sabemos, ao certo, quando, onde, como e por quem foi fundado a "RESISTÊNCIA".
Bem hajam meus distintos companheiros, que esse debate seja frutífero por forma a conhecer a origem desse pensamento belicista e arogante do RIDER.
Like · Reply · 3 · June 18 at 12:32pm

Eddy Marchal Sochangana Faço das palavras do Válter Simbine as minhas#Dr.Egidio #Vaz este artigo ñ deve morrer aqui nas redes sociais! Obrigado pela aula
Like · Reply · 2 · June 18 at 12:33pm

Dino Foi Passado banditesco?!! Ya, há gajos que escrevem
Like · Reply · 1 · June 18 at 12:46pm

Antonio Macutcha Muito bem.
Espero que o meu amigo egidio vaz me responde .
Com isto que escreveste o egidio vaz ,em poucas palavras querias dizer o que e' mesmo....See More
Like · Reply · June 18 at 12:47pm

Messias Uaissone Eu vou buscar umas palavras filosóficas para refrear este debate. Vamos comentando CIENTIFICA-MENTE.
Like · Reply · 3 · June 18 at 12:48pm

Nelio Raul Joao Vou so lendo os comentarios.....................
Like · Reply · June 18 at 1:03pm

Cofe Emanuel Vilanculos Bandidos Armados
Like · Reply · June 18 at 1:04pm

Amilcar Joaquim Inguane A "coelhada já está aos saltos a querer fugir da mata".... khanimambo Egidio Vaz
Like · Reply · June 18 at 1:05pm


Like · Reply · June 18 at 1:08pm

Manganhe J. Vicente Sim Dr Vaz. És feliz.
Like · Reply · 2 · June 18 at 1:28pm

Raul Novinte Egidio Vaz, este é o tempo que Moçambique precisa de todos nós para sairmos da confusão em que um grupinho de pessoas nos meteu. Para tal precisamos a justiça acima de tudo. E a justiça é o amor , isto é sem procurar manchar alguém em defesa do outro. vamos ser cautelosos nessas coisas. Como eu disse antes, esta é uma outra era. A era de mudanças!

Manuel J. P. Sumbana Após ter publicado o seu livro, Alex Vines foi muito criticado por sectores simpáticos à Renamo que questionavam a fiabilidade das suas fontes. Alguns de nós (principalmente estudantes em Londres, que incluiam, João Honwana, José Mateus Kathupha, Luis Covane, Elísio Macamo, Sozinho Matsinhe, Tomé Mpiuka, Abdul Adamo, João Loureiro, Abdalla Mussa e outros) tivemos oportunidade de corrigir alguns dados contidos no livro antes da sua publicação e, no meu caso, até sugeri que o título "RENAMO: Terrorism in Mozambique" embora bem suportado pelo Relatório Gersony, era muito pesado. Alex concordou que sim, mas o Editor insistiu que o livros teria mais impacto (e venderia mais) se se mantivesse este título. 
Meses depois, pouco antes da assinatura do Acordo de Paz, Alex deslocou-se a Moçambique, com o jornalista Karl Meyer numa missão da Human Rights Watch de onde produziram um relatório crítico sobre a situação dos direitos humanos nas zonas controladas pelo Governo e pela Renamo respectivamente. Tive a oportunidade de lançar este relatório na BBC World Service, onde entrevistei o Alex. A conclusão do relatório foi de que havia violações expressivas dos direitos humanos de ambos os lados mas que do lado do governo havia mais "abusos" e do lado da RENAMO, mais "atrocidades". Numa reacção inicial ambos os lados repudiaram o relatório (penso que devido a habitual leitura apressada e reacção defensiva em excesso de quem viu a carapuça servir-lhe) mas mais tarde o governo tratou de usar o relatório em seu benefício. E, mais uma vez, Alex admitiu que, embora tenham tido acesso e cooperação do Governo, não tinham tido autorização da Renamo para visitar as zonas por ela controladas.

Algum tempo depois, após assinar o AGP, Afonso Dlhakama escalou Londres num périplo pela Europa. Com ajuda do Alex Vines, consegui que Dlhakama concordasse em conceder-me uma entrevista na BBC. Minha intenção era conduzir a entrevista co-adjuvado por Alex Vines, mas mesmo no último momento, à porta do estúdio, Afonso Dlhakama disse-me que não me iria conceder a entrevista se eu estivesse acompanhado pelo Alex Vines. Assim tive que entrevistar Dlhakama sozinho, mas tive a oportunidade de fazer-lhe algumas perguntas sugeridas pelo Alex Vines.

A pós a entrevista e depois de ouvirmos a gravação, Alex admitiu que alguns dos dados que possuía não eram correctos e penso que isso em grande medida influenciou o livro seguinte (1995) "RENAMO: From Terrorism to Democracy" que já é mais "simpático à Renamo.

Mas no que concerne a história da Renamo, ela é confusa e pouca documentação fiável existe. Mas isto também acontece com a história da Frelimo que embora muitos dos seus protagonistas ainda esteja vivos ainda não há vontade para se escrever a sua real história...
Mas é inegável que a RENAMO teve muito apio logístico dos regimes racistas da Rodésia e da África do Sul e isto está bem documentado. Talvez devesses também dar uma olhada mais atenta à "ala externa" da Renamo com Evo Fernandes como ponta-de-lança...
Like · Reply · 22 · June 18 at 1:39pm

Raul Novinte Se a Renamo teve assistência dos antigos regimes da Africa do Sul e antiga Rodésia, qual é o problema, Manuel J P Sumbana? A Frelimo não teve apoio dos soviéticos e os cubanos? A Renamo tinha fabricas de armas instaladas em Moçambique? E então, onde esta organização encontraria armas para lutar contra a Frelimo se não só pedir apoio aos governos que pudesse lhes ajudar?

Ido Alfred Muana mussena
Like · Reply · June 18 at 1:49pm

Tiago Valoi Excelente seu texto meu caro Egidio Vaz. Não quero entrar em detalhes. Podia até acrescentar alguns elementos desconstrutivos da imagem que se quer construir em torno do actual partido Renamo, mas não me compete. Se calhar, querendo meu caro Egidio Vaz, recorde-me só para enriquecer a sua já rica bibliografia que te vai ajudar a aumentar cada vez mais os seus argumentos.

Manganhe J. Vicente Estou a ver que dá qui a nada vamos começar a discutir política e partidarizadamente. Não percamos de vista o objecto e o objectivo do Post Egidiano.
Like · Reply · 3 · June 18 at 1:52pm

Nelson Junior Caro Egidio: é mais ou menos isto !...Bravo.....Da minha parte falar da Renamo ou da Frelimo diria simplesmente que os dois movimentos ou dosi partidos usaram e continuam a usar o povo para os seus interesses...Os dois movimentos ou os dois partidos ao fim ao ao cabo traíram o povo...A Frelimo,sim trouxe a independencia mas nao resolveu os problemas socias tais como a miseria e a pobreza...;ficaram so eles ricos....A Renamo diz de que trouxe democracia,mas constantemente usa linguagem de ameaças...Eu estou bem certo duma coisa: no dia em que estes dois partidos desaparecerem do mapa politico ...aí sim,poderemos dizer de que estamos independentes e democratas....As forças armadas moçambicanas e a policia nao deveriao ser "branches" da frelimo....e ao mesmo tempo os ex-guerrilheiros nao deveriao ser armados...e o povo,evidentemente tem medo,seja da frelimo ou da renamo...estes frelimistas e renamistas so trouxeram balas "açucaradas"............a equaçao simples é esta: frelimo+ renamo= instabilidade e medo...Que Deus nos proteja e nos Salve....!!!!
Like · Reply · 5 · June 18 at 2:02pm

Nelson Junior PS!....Reparem bem num pormenor interessante: quando se trata de assuntos em que estes dois partidos(tais como aumento de salarios aos deputados,concessao de mais regalias aos deputados,amnistia aos seus elementos armados,etc,etc) sao beneficiados,eles se entendem e assinam os documentos....Mas,quando se trata de encontrar uma paz e uma estabilidade social para o povo...nao se entendem......Estes senhores construiram um Moçambique so para eles....e o resto deve-acompanha
Like · 1 · June 18 at 4:03pm

Abel Zico Algo so curioso. O ilustre Egidio Vaz, a quem admiro e sigo, num passado bem recente apoiava a Renamo nas eleições e via como o partido pronto para "salvar" os moçambicanos. Será que não sabia disso tudo que descrevi aqui? Será que essa descoberta história é so de agora? Atenção: os partidos politicos quando sabem que perderam os seus seguidores, muitos ja não se interessam pelas suas publicações usam-se de ilustres pessoas como o Egidio, que sabem que as suas publicações pelo menos criam alguma curiosidade as pessoas, para difundir o quer que seja, principalmente para atingir os adversarios. ESPERO QUE ESTE NÃO SEJA O CASO...!
Like · Reply · 2 · June 18 at 2:23pm

Egidio Vaz Ilustre Abel Zico. Eu sabia tudo isto. Fui ensinado pelos Professores Doutores em História na Universidade Eduardo Mondlane. Na altura discutimos seriamente estes aspectos todos. O que quero ou gostaria de levantar não é a descredibilização da Renamo mas sim a separação das águas A FRELIMO gosta de dizer que a Renamo encetou uma guerra de desestabilização. Este termo, desestabilização é pejorativo. Na verdade e de acordo com a periodização por mim avançada (e partilhada pelos Professores de História), o periodo de desestabilização foi de apenas 7 anos: de 1977-1984). Depois a guerra transformou-se em guerra civil e os arguemntos mudaram também. Ou seja, ao dizer sobre o que penso da Renamo, estou, creio eu, a ajudar a clarificar os conceitos por um lado e fazer entender as pessoas para que não levem a Renamo de um lado puramente político/propagandistico. Só isso.
Apoiar Dhlakama, eu apoiei. E poderei faze-lo nas proximas eleições se assim achar e se tiver um objectivo politico por atingir. Eu queria atingir um objectivo politico que era quebrar a hegemonia da Frelimo no Parlamento. Porque sabia que Nyusi ia ganhar sempre, mais por questões organizativas/administrativas da Renamo. Mas em campanha politica nunca se deve apresentar como tal.
Não existe nenhuma incongruência entre apoiar um candidato e critica-lo ao mesmo tempo. A FRELIMO melhora a cada dia porque diariamente há gente que a torna melhor. Somos nós criticos de fora que, apontando incansavelmente os erros eles tem agenda cheia e pessoas a pensar.
Mas parece-me que a Renamo nao gosta do mesmo exercicio. É TÃO FRACA, que reclama sempre, insulta os criticos, apelidando-os de lambebotas ou comprados etc. Mas a história dela precisa ser reescrita, debatida e entendida. A história é história. A Renamo não deve ter vergonha do seu passado. O importante é ver como avançam.



Benjamim Muaprato Há um mal que vem por bem
Like · Reply · 1 · June 18 at 2:26pm

Adrian Magoo Se esta é realmente a origem da Renamo, nao vejo porque se irritarem com Egidio Vaz. Tragam outra versão e nos outros estaremos aqui para ler, como sempre, e apresentarmos as nossas opiniões. Para ja esta de parabéns pelo exercício.
Like · Reply · June 18 at 3:06pm

Hamilton Antonio Piletiche A Palestra proferida pelo lider da Renamo a 3 anos atras no salao nobre do Municipio de Quelimane, seria uma importante fonte para consulta-la caro Egidio Vaz, penso k ainda existem registos. o lider da renamo fala das primeiras conversas k teve com Matsangaissa, na altura os dois eram oficiais das Forcas armadas de Defesa de Mocambique na cidade da Beira. E a raiva destes dois oficiais foi motivada pelo facto dos seus Pais, por conseguinte antigos regu-los estarem a sofrer nas maos do regime. Dlakama conta que antes de fugir ao encontro do seu amigo e confidente Matsangaissa k ja se encontrava na entao Rodesia, deu porrada o administrador de Chibabava, depois de ter encontrado o seu pai a levar chicotadas a mando deste. Enfim a muita coisa k ainda nao foi dita...
Like · Reply · 3 · June 18 at 3:35pm

Egidio Vaz Cada um de nós está cheio de episódios similares. Uns que foram Raptados e acabaram generais, também vão dizer mesma coisa. Mas a preocupação dos desestabilizadores era encontrar um grupo capaz de fazer confusão e inviabilizar a independência. Mas a Renamo cresceu, cresceu e cresceu de tal sorte que a dado passo os seus criadores perderam controlo.
Like · 2 · June 18 at 3:40pm

Ndaneta Mbuya Nkulo Egidio Vaz partilhe comigo estas obras todas para mais bagagem
Like · Reply · June 18 at 3:43pm

Jamal Machane Cuide se
Like · Reply · June 18 at 3:54pm

Like · Reply · 6 · June 18 at 3:54pm

Filipe Tumbo Gostei dos comentários. Isso mostra claramente que há uma sede forte pelo saber da nossa hitória.
Like · Reply · June 18 at 4:05pm

Alvaro Simao Cossa Estimado Egidio Vaz, nao me recordo de quem e' este proverbio, mas dou-lhe emprestado: - Cospe-se num bandido menor, mas não se pode recusar uma espécie de consideração a um grande criminoso

Egidio Vaz Não conheço o aforismo muto menos o seu significado pelo que agradecia que me ajudasse a decifra-lo.
Like · 1 · June 18 at 4:26pm

Alvaro Simao Cossa Quis dar complemento ao seu brilhantissimo seguimento historico da Renamo, desde a sua fase inicial, quando a Renamo era composta de bandidos ate a esta fase. que temos que contar com ela na politica mocambicana.
Like · June 18 at 4:36pm

Santos F. Chitsungo Nao o conhecia, mas e curioso e faz sentido, alias como todos os aforismos. Obrigado caro Alvim Cossa.
Like · June 18 at 4:36pm




Like · Reply · June 18 at 4:31pm

Aguinaldo Chidudu Força Egidio vaz.
Like · Reply · June 18 at 4:32pm

Adérito Do Rosário Arnaldo Caro Egídio Vaz, permita dar-lhe, os meus parabéns por ter regressado a tua linha de pensamento e exposição dos debates! Esta abordagem traz uma discussão saudável e de alto interesse a sociedade. Parabéns.
Like · Reply · June 18 at 4:35pm

Aldo Tomocene Não aderito, ele foi sempre isso, pensador, coerente e imparcial. 
Alguns entendem descordia com oposição e defesa com inclinação frelimista. 
Se ele fizesse parte duma corrente ideológica, eu seria um seguidor.
Like · June 18 at 4:54pm

Adérito Do Rosário Arnaldo Eu particularmente fiquei triste num dos seus post's, que demonstrou de forma táctica a parcialidade! Contudo, estou feliz e gosto de suas intervenções. Exactamente disto que a nação precisa, mentes pensantes.
Like · June 18 at 5:20pm



Like · Reply · June 18 at 4:42pm

Ascensao Chauchane Kémea Chire Chire!! Parabens e feliz aniverisario e que tenha tudo do bom e do melhor: Ontem, Hoje, Amanha e para SEMPRE!
Like · Reply · June 18 at 4:43pm

Teodosio Bule Excelente análise, Dr. Parabéns!
Like · Reply · June 18 at 4:51pm

Chitima Precisa de Ti Dr Egidio Vaz, eu penso que as duas peças uma postada ontem e esta de hoje, não deviam ser postas a disposição nesta semana e nem na proxima, porque politicamente você sabe que o pais nao está bem. O maior vitima dos mal entendidos será e foi a renamo,...See More
Like · Reply · 4 · June 18 at 5:00pm

Egidio Vaz Eu não sou político.
Like · June 18 at 5:31pm

Enio Jorge Malema #Chitima concordo consigo
Like · June 18 at 7:25pm

Neolina Avelino O timing Dr.
Like · Reply · June 18 at 5:16pm

Like · Reply · June 18 at 5:18pm

Juvêncio Abilio Comé É um privilégio ter uma fonte de conhecimento histórico como tu, Egidio Vaz, no nível de acessibilidade que o facebook oferece. É apreciável.
A Renamo como partido político que se quer sério, deve dar a conhecer a sua história não maquiada, na sua versão real, pois do contrário, estaria ela (a Renamo) própria a envergonhar-se do seu passado. Deve desmistificar esse passado envolto de balelas trazidas pelos outros, na sua maioria adversários políticos, porquanto estes o fazem, obviamente, com o fito de tirar vantagens.
A Renamo, abstendo-se de contar a sua história, nutre brechas para desinformações à seu respeito.

Like · Reply · June 18 at 5:59pm

Osvaldo Loquiha Está de parabéns o Egidio Vaz pelo excelente texto e pelo debate que criou. Lendo o seu texto fiquei com a ideia de que o período que chamou de "guerra de desestabilização" estava mais relacionado com a logística da RENAMO e não propriamente com o que se alcançou nesse período. Acredito que os primeiros financiadores da RENAMO pudessem ter como objetivos a desestabilização de Moçambique, mas não consegui concluir do seu texto isso como objectivo da Renamo. Afinal, podia ser que o objetivo sempre foi a "democratização" de Moçambique, mas que se obteve financiamento (e treinamento) dos inimigos de Moçambique. Estou apenas tentando perceber essa história....!
Like · Reply · June 18 at 6:00pm

Lukamba Gato Certamente que o pai biológico da MNR/RNM/Renamo foi o Ken Flower, chefe do Cio - Central Intelligence Office, o primeiro objectivo da CIO ao parir a MNR/Renamo era desactivar as bases dos guerrilheiros zimbabweanos no interior de Moçambique. Neste período, a MNR/Renamo foi apoiado pelos ex-colonos marginalizados e frustrados com a Independência de Moçambique, sendo mais tarde também usada pelo regime do apartheid para sufocar a insurgencia do braço armado do ANC a partir do territorio moçambicano, porem, mais tarde a Renamo conseguiu formular seus objectivos políticos e se impor como alternativa a Frelimo. A Renamo sempre funcionou como a Base/Alqaeda ou Boko Haram, antes da sua evolução politica. Conclusão: A Renamo foi um instrumento externo de destruição que evoluiu para um partido politico com objectivos políticos bem formulados e atraiu toda a enxame de descontentes com as caóticas politicas socialistas e comunistas repreensivas impostas ao povo moçambicano pelo regime. A Renamo de hoje embora politicamente estabelecida sempre vai ser reflexo do seu passado destruidor, pois ela não foi fundado com objectivos sociais politicamente formulados, a Renamo se reinventou com o tempo.
Like · Reply · 7 · June 18 at 6:01pm

Egidio Vaz Obrigadissimo General Lukamba Gato, pessoa nutro imenso respeito e admiração pelo seu papel na democracia angolana e muito mais, pela condução dos processos de Paz pos-Savimbi. Pena (opinião pessoal e afectiva) que não tenha tomado a direcção da UNITA. Obrigado por "passar a limpo" o sumário da conversa e espero sinceramente que a Renamo assuma o seu passado com bravura e opere as neceessárias mudanças por forma a ajustar-se aos desafios da política.
Like · 1 · June 18 at 6:06pm

Lukamba Gato Na sua obra "Serving Secretly", Ken Flower confessa que, mais tarde, se interrogou sobre "se não teria criado um monstro do qual acabaria por perder o controlo". Essa pode ser uma prova clara de que a Renamo sempre foi um instrumento de destruição.
Like · Reply · 1 · June 18 at 6:12pm

Euclides Da Flora na minha opinião a RENAMO surgiu através da exclusão social,política, económica da FRELIMO. a RENAMO encetou pela guerra para conquistar o poder!!! Egidio Vaz
Like · Reply · 1 · June 18 at 6:41pm

Hugo Estanislau Joaquim Chapo Esta claro que o principio da fundaçao da renamo foi mesmo uma malandrice, Mbandje mu Nsolo mesmo
Like · Reply · June 18 at 7:00pm

Raul Novinte A Frelimo nasceu em Ghana e recebeu apoio da Tanzania , Russia, Cuba, e mais outros países comunistas e continua recebendo apoio vindo desses países. Qual é o problema com isso? O falecido Samora quis chamar os da Renamo de bandidos tentanto diminuir a dimensão da Renamo. Hoje 40 anos depois existem muitos Samoras por aí mesmo, que chamam a Renamo de bandidos armados. O que eles não sabem é que estão a chamar de bandidos a maioria do povo moçambicano que votou e tem votado na Renamo. Estão enganados se pensam que as revindicações da Renamo serão renunciadas devido aos abusos do género.
Like · Reply · 2 · June 18 at 7:16pm

Antonio Alfandega Obrigado 
Like · Reply · June 18 at 7:20pm

Joao Cabrita O Sr Lukamba Paulo - o mesmo da UNITA, creio eu - lê a história a partir de fontes pouco fiáveis. Começa por referir-se à Renamo como MNR, quando estas iniciais correspondem à tradução – feita por jornalistas de expressão inglesa – de RNM ou Resistência Nacional Moçambicana. Estou na posse de documentação avulsa da Renamo, mormente desde a sua fundação, e nenhuma dela faz referência a um «MNR». Outrossim, tenho um documento do Departamento de Estado norte-americano que se refere à Frelimo como M.L.F. (Mozambique Liberation Front), mas tal como no caso do «MNR», a responsabilidade do documento é de quem o assinou e não da Frelimo.

Paulo Lukamba Gato – se é o mesmo indivíduo cujo nome acompanhei através das emissões da Vorgan, estação que escutava diariamente por afazeres profissionais – segue as pegadas de uma certa corrente intelectual e política ocidental e outra que, por preguiça - e seguidismo - , é por ela facilmente influenciada, pretende transformar os apoios recebidos pela Renamo da Rodésia e da África do Sul como prova da falta de legitimidade deste movimento.

O que dizer, então, da UNITA que beneficiou de apoios da mesma África do Sul do apartheid? Tenho memória de pelo menos duas grandes ofensivas militares das FAPLA/FAR em direcção às chamadas «Terras do Fim do Mundo» que, a tempo, foram travadas pelas SADF. Não há memória de forças externas – quer da Rodésia, quer da RSA – terem ido em socorro da Renamo quando esta enfrentou ofensivas de grande envergadura, envolvendo forças do ZNA e das TPDF. Ao contrário da UNITA, a Renamo bateu-se - e sobreviveu - sempre no terreno pelos seus próprios meios.

Não só a UNITA beneficiou de apoios da RSA, mas também dos Estados Unidos, que enviaram agentes afro-americanos da CIA para manusear os mísseis Stinger, supostamente oferecidos pela Administração Reagan ao movimento de Jonas Savimbi.

Independentemente desses apoios, a causa da UNITA não pode ser posta em dúvida – tal como a da Renamo. Compreendo que o movimento de Paulo Lukamba Gato tivesse que fazer um frete às gentes de Crocker que, por terem conseguido que o «fantoche» Samora Machel concordasse em passar-se para o lado ocidental, trataram a Renamo como carta fora do baralho. Foi por isso, que no acto da fundação da Resistência Internacional – cujos progenitores situam-se bem longe da órbita da UNITA – a Renamo não foi convidada para a cerimónia realizada na Jamba - por pressão do Bureau of African Affairs onde pontificava o referido Chester Crocker, segundo deduzi das declaraões de Jardo Muekália, representante da UNITA em Washington.

A UNITA preferiu ter como convidados moçambicanos músicos propositadamente enviados pelo regime da Frelimo para a Jamba (terá sido por sugestão do tal Crocker? nunca cheguei a saber – talvez Paulo Lukamba Gato possa agora esclarecer) para abrilhantarem uma das festarolas natalícias do «mais velho», o dito «Chagas», ou Jonas Malheiro Savimbi.

Joao Cabrita Se Paulo Lukamba Gato lê a história partir de fontes pouco fiáveis, Egidio Vaz parece que lê as coisas ao contrário.

Egídeo Vaz: por uma questão de curiosidade – e, creio, para benefício dos demais – importava-se de citar a página, ou páginas, do meu livro em que alegadamente “escrev(i) de forma minuciosa e comprovada, com referência a fontes vivas e documentos históricos válidos, os motivos meramente banditescos que estiveram na origem da Renamo.” ?

Egidio Vaz Joao Cabrita como e porquê leio as coisas ao contrário? Agradecia uma explicação.
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Daniel Boe Hehehehehe Joao Cabrita felizmente está entre nós...por favor traga nos os seus valiosos subsídios...e já agora onde posso adquirir o seu livro???
Like · Reply · 1 · June 18 at 7:35pm

Vassili Vassiliev A UNITA, pelo menos publicamente, nunca manifestou simpatias politicas pela RENAMO. Recordo-me ate de um episodio fortuito nos anos 80-90 em que uma delegacao da UNITA abandonou um hotel ao se aperceber que havia outra da RENAMO la, porque a considerava, como lemos aqui, um movimento fantoche. O que e factual e que militantes da UNITA e do MPLA participaram activamente na primeira campanha eleitoral de 1994 em Mocambique, como conselheiros eleitorais, ou ate trazendo a Vox Populi (MPLA). O espanto mesmo e ver que ainda hoje este complexo de grandeza nao abandona alguns "Kwachas". ieieiee...

José de Matos Eu ontem ja tinha afirmado que ainda nao ha certezas absolutas sobre a Frelimo e mesmo sobre o MDM e por isso penso que vao persistir as duvidas sobre a Renamo!
Acrescento que Vines e Flower nao sao referencias inquestionaveis e que fiquei surpreso com a referencia a Cabrita!

Daniel Boe Um desabafo: sabem eu fico muito perplexo quando oiço intervinientes dignos de respeito a divergirem sobre um assunto em que eu sou ignorante e que estou muito interessado...enfim...
Like · Reply · June 18 at 7:42pm

Dercio Lucas Nihora Wampula amigo veja isto
Like · Reply · 1 · June 18 at 7:50pm

Daniel Boe Num contexto de guerra eu penso o seguinte: o inimigo dum meu inimigo é meu amigo...(ANC ="AMIGO" DA FRELIMO, naturalmente APARTHEID= "AMIGO" DE RENAMO) e este esquema serviria ao contrário, isto é, em caso FRELIMO fosse amigo do APARTHEID, naturalment...See More

Lukamba Gato João Cabrita, não nego que recebemos ajuda da Rodésia do Sul, da África do Sul do apartheid, dos americanos, dos russos, dos cubanos, dos chineses, lutamos na guerra anti-colonial e sempre fomos um movimento nacionalista, bem organizado, fundado na base orgânica interna, originalmente perseguindo pressupostos sociais nacionais e desde a nossa fundação perseguimos objectivos nacionais bem formulados e em conformidade com os anseios da sociedade angolana, nunca cometemos atrocidades contra o povo angolano, muito menos tivemos que reinventar o objectivo da nossa luta. Sempre tentamos ser um movimento formal organizado e convencional. A Renamo sempre foi um instrumento predador contra o seu próprio povo. Por isso nao se pode comparar a Renamo com a Uniao Nacional para a Independencia Total de Angola. PS: MNR=RNM=RENAMO, tudo serve no mesmo saco - representam varias etapas da evolução do mesmo movimento, Joao Cabrita.

Job Machaiche pura e simplesmente venho por este meio parabenizar ao ilustre Egidio Vaz
Like · Reply · June 18 at 8:40pm

Yussuf Adam Discursos sobre o passado a partir das necessidades do presente ....La vamos nos outra vez... O historiador tem os mesmos problemas quando trabalha com fontes escassas e com as leituras enviesadas com o primado da politica a polir os dados.... Mesmo o relatorio Gersony ,apesar da objectividade, que se lhe atribui, deve ser criticamente analisado...
Like · Reply · 4 · June 18 at 8:45pm

Joao Cabrita O Relatório Gersony foi encomendando pelo Departamento de Estado para queimar a Renamo. O Chester Crocker gaba-se de ter pago $125,000 ao Sr. Gersony para esse fim. O intérprete utilizado pelo Sr. Gersony nas suas andanças por Moçambique e Zimbabwe era um funcionário da USAID em Maputo.

Yussuf Adam Como ves a duiplomacia precisa de lubrificante para levar a agua ao seu moinho... o gersony poderia ter feito um estudo comparativo entre as duas forcas em presenca face ao campesinato ...


Mouzinho Zacarias Lukamba Gato hoje a unita esta em risco de desaparecer e ate hoj não passa de 20 deputados porque não tem apoio do povo.o que o sr. lukamba gato esta fazendo para travar o desaparecimento da unita do mapa em Angola?
Like · Reply · 1 · June 18 at 9:28pm

Mouzinho Zacarias A unita nunca cometeu atrocidades contra o seu povo.Eh mentira quem matou titos chinguz,quem mandava queimar vivo os melhores quadros quando discurdava com o seu líder?
Like · Reply · 1 · June 18 at 9:34pm

Alexandre Cote Obrigado Dr. Egídio pela oportunidade de nos abrir a mente e contribuir para produção de saber e um forte debate e realístico do interesse nacional. Khanimambo
Like · Reply · June 18 at 9:41pm

Lukamba Gato Estamos a trabalhar a luz da constituição, não pretendemos fazer guerra para destruir, estamos a jogar a democracia e reconhecemos que o MPLA esta bem consolidado. Somos realistas, não vivemos fantasias.
Like · Reply · 1 · June 18 at 9:47pm

Mouzinho Zacarias mpla não esta bem consolidado voces trabalham pouco.ha falta de trabalho de base nas hostes da unita um dia voces vao desaparecer do mapa

Lukamba Gato Trabalhamos muito, Mouzinho Zacarias. Se tens algumas ideias podes compartilhar connosco.
Like · Reply · 1 · June 18 at 9:50pm

Lukamba Gato Ideias a luz da Constituicao Mouzinho Zacarias, não banditismo.
Like · Reply · June 18 at 9:53pm

Mouzinho Zacarias convida-me para Angola darei as dicas e em pouco tempo coloco-vos no poder...
Like · Reply · June 18 at 9:53pm

Lukamba Gato Aqui fazemos trabalho politico a serio, não incitamos violência, Mouzinho Zacarias. Contratamos empresas americanas especializadas em marketing eleitoral e na imagem do nosso partido.

Lukamba Gato A Frelimo faz o mesmo ai.
Like · Reply · 1 · June 18 at 9:59pm

Mouzinho Zacarias vão contratando empresas americanas gastando rios de dinheiro e não vão passar de 20 deputados

Joao Cabrita Sr. Paulo Lukamba Gato, como pretendi dizer antes, o que aprendi da UNITA foi, fundamentalmente, através das emissões da VORGAN e de posições publicamente assumidas por dirigentes do seu movimento. Achei sempre que a UNITA seguia a mesma postura do Bureau of African Affairs do Departamento de Estado. Por outras palavras, a UNITA alinhou com Washington no que se refere à Renamo.

Para além de Muekalia, antes citado, o seu companheiro de armas, Marcos Samondo, explicou essa postura em termos claros. Cito-o, de uma entrevista concedida a Julian Marshal da BBC (25 de Maio de 1985):

“I do appreciate the kind of position that President Machel has taken as far as the understanding of the conflict in Angola is concerned. What I am saying is that President Machel has shown an understanding of the conflict in Angola and that is the kind of understanding which we find much appreciative.”

Embora a UNITA manifestasse apreço para com a posição assumida por Machel, o facto é que Angola e Moçambique tinham regimes idênticos. O MPLA não foi a eleições em 1975, tal como a Frelimo. O MPLA e a Frelimo estabeleceram regimes de partido único. A oposição política era reprimida em ambos os países.

Posto isto, porque é que a causa da UNITA é legítima e a da Renamo não, pois se ambas afirmavam lutar por um Estado de Direito democrático? A democracia e a liberdade que a UNITA reclamava para os angolanos eram diferentes da democracia e da liberdade que a Frelimo negou aos moçambicanos ? 

Bem sei que o vosso amigo, Chester Crocker, argumentava que a UNITA havia lutado pela independência de Angola e a Renamo não o havia feito em relação à independência de Moçambique. Mas isso não anula uma realidade concreta: da mesma forma que o sistema totalitário instituído pelo MPLA em 1975 não era um factor aquando da formação da UNITA em 1965, à Renamo não se pode negar o direito de existência por ter surgido numa determinada fase da história em que o regime de partido único em Moçambique não havia sido um factor aquando da fundação da Frelimo em 1962.

Acho a postura de Crocker simplesmente reaccionária, caduca e infantil pois pretende projectar a ideia de que a história de Moçambique parou em 1974 com o fim da luta da independência nacional, o que é o mesmo que dizer que qualquer movimento ou partido surgido depois dessa data não tinha o direito de se assumir politicamente por não ter lutado pela independência No mínimo, ridícula, essa postura, não acha?

P.S. O Sr. Lukamba Gato considera que não se pode comparar a Renamo com a Uniao Nacional para a Independência Total de Angola, dado que, em sua opinião, a UNITA nunca cometeu atrocidades contra o povo angolano.

Lembro-me de uma locutora da VORGAN, a Sra. D. Bela Malaquias, que deu uma imagem diferente daquela que o Sr. Lukamba Gato está aqui a projectar. Tratou-se de um caso isolado o que ela denunciou?
Like · Reply · 3 · June 18 at 10:05pm

Joaquim Tesoura Jonas Malheiro Savimbe - vida e Morte. Leiam esta obra para ver e compreder os contornos da guerra em Angola que o Paulo Lukamba Gato quer minimizar. Nao existem guerras boas e nem de estabilizacao. Por outro ladoe muita ingenuidade pensar que se pode ...See More
Like · Reply · June 18 at 11:09pm

Guidion Wilson Discussão interessante! Saúdo iniciativas do gênero......grande Egídio Vaz.
Like · Reply · 1 · June 18 at 11:21pm

Like · Reply · June 18 at 11:48pm

Moyone Arvintura Egidio Vaz...
Like · Reply · June 18 at 11:49pm

Dyne Silver Grande aula, Egídio. Pena dos que até lhe consideraram historiador de meia tigela. Você chega a ser o melhor historiador contemporâneo deste Moz. Hoje aprendemos um pouco mais e queremos mais!
Like · Reply · June 18 at 11:50pm

Chitamef Chiraf Apenas sou leigo na materia, mas foi interessantes ver alguns co autores a contarem em primeira mao. Parabens EV pelo post, suicitou bons comentarios.
Like · Reply · Yesterday at 12:17am

Nihora Wampula Senhor Lukamo Gato, como nao se pode comparar a UNITA e a RENAMO? Eu fui sempre simpatizante da UNITA. Em 1993 conheci o Dr. Jonas Malheiro Savimbi na antiga Capital da Alemanha - Bona! Realmente um homem nacionalista e eu apesar de ser Moçambicano, naquele instante, senti-me representado...dele ganhei a conciencia de ser cosmopolitico! Minha pergunta ao senhor LUKAMO: QUÉM MATOU DR. JONAS MALHEIRO SABIMBI? Nao sao vocês da tal chamada UNITA que o senhor louva como profetas da paz e democracia em Angola enquanto foram e São traidores e criminosos que mataram o seu proprio dirigente? Se DR. JONAS MALHEIRO SABIMBI estava errado, porque o executivo da UNITA nao corrigiu do que matar-lo? Matar um dirigente é também matar a historia de um povo! Portanto nao há mal feidor relactivo! Nao faz diferença matar um dirigente e um soldado! RENAMO, UNITA, FRELIMO E MPLA, todos foram e sao movimentos com as maos cheias de SANGUE! Na FRELIMO matar foi sempre tradiçao, e nos outros movimentos que passaram agora a serem partidos no poder ou Feudalistas, sempre também mataram seus elementos! FRELIMO chegou á independencia quase dos 100% dos intelectuais que tinha, apenas com talves 8% os 92% tera matado na guerra e outros depois da independencia! Por isso nao pode negar a verdade que o ideal da UNITA um Angola normal nao conhece e nao ira conhecer, pois a historia foi com Savimbi antes ele contar-a á juventude! Meu caro LUKAMO seu comentario nao me convence! Obrigado,

Nihora Wampula Mouzinho Zacarias, para nossos irmaos Angolanos, em tudo são bons, esquecem que em Moçambique temos brancos que vivem nos bairros rurais junto ao nosso povo pobre, enquanto em Angola-Luanda mesmo o ultimo pobre portugues, mal que chega no aeroporto de Luanda vai num apartamento la 12. andar! Antes de ele saber o custo da renta desse apartamento! Ele é branco nao pode viver la no Popula ou Casquel de Burrago com o povo! Que tipo de trabalho politico é esse?

Eusébio A. P. Gwembe 1. Quem é o fundador da Renamo? - Egidio Vazresponde dizendo que foram os «Inimigos da independência de Moçambique: regime rodesiano, antiga PIDE, regime de apartheid, com Ken Flower à cabeça»

O surgimento da Renamo liga-se aos acordos de Lusaka. Há uma revolta em Maputo e o exército português ajuda a Frelimo a controlar a situação; os Comandos Especiais fogem para: Lisboa, Madrid, Rio de Janeiro, Londres, Salisbúria, Paris. Mantêm contactos e decidem regressar para aquilo que consideram sua terra ou por nascimento ou por adopção, nomeadamente Angola e Moçambique. O encontro tem lugar em Kinshasa, Hotel le Fleuve, em Janeiro de 1976, findo o qual se distribuem uns para Angola e outros para Moçambique. Na Rodésia são acolhidos por Henry Elliot inspector da unidade rodesiana de polícia. Estamos em Fevereiro de 1976.

Por outro lado, André Matsangaisa, Manuel Matumbura Labssone e Marcos Amade estão a busca de vias para ir a Sacuze, libertar os ex-colegas do primeiro. Os primeiros combates que a Inteligência Militar moçambicana reporta datam de Abril de 1976 e tudo indica que são feitos pelo primeiro grupo antes de se unir com Andre Matsangaisa. Aliás, o primeiro combate conjunto só será no ano seguinte. Mais tarde, no segundo semestre de 1977, Afonso Dhlakama, João Gaspar e Alexandre Vida irão reforçar o grupo. Ainda em Fevereiro de 1976 «uma voz estranha passou a ser escutada nos receptores radiofónicos moçambicanos. A princípio ninguém sabia em quantos metros, ninguém fixara em que onda. Era captada casualmente e a horas diferentes do dia. Falava de Moçambique. Difamava o governo e a figura de Samora Machel com todos os nomes possíveis a ponto do regime de Maputo ver-se obrigado a fazer sumirem as pilhas de modo a impedir a escuta de rádios, dada a aderência. Vendedores que importavam pilhas de outros países eram severamente punidos. O Jornalista Inácio Passos relatou na sua obra (1977) «Moçambique, A ESCALADA DO TERROR». Foi por meio da Rádio «África Livre que circulou a mensagem fazendo referência a palavra «Resistência Moçambicana», na voz de João Maria Tudela.

11 de Dezembro de 1976, a Rádio África Livre interrompe a música e anuncia. «Down has broken; the birds are flying to the mountain. I repeat: Down has broken; the birds are flying to the mountain». Tinha havido ataque, em Sofala. Cinco dias depois, Maputo reconhecia e dizia, a 17 de Dezembro: The Ministry of Information of the People´s Republic of Mozambique, in exposing these facts, would like to alert national and international public opinion to the preparations for agression being made agains the People´s Republic of Mozambique and denounce before hand the gross pretexts that are being used to justify and cover the racist and imperialist agression.

Há uma coincidência entre o relato do grupo que fez o primeiro ataque dirigido pelo comandante Manuel e Silveira, sem a presença de Andre Matsangaissa em 1976, com o Julgamento feito a um guia que, devido aos ferimentos, fora abandonado pelos companheiros e capturado, depois, pelas FPLM, mais tarde fuzilado em companhia de outros 9, em 31 de Março de de 1979. Na sentença lê-se que RUI MANUEL NUNES DA SILVA, como o autor do crime de mercenarismo com a prática dos seguintes factos: fez parte dos primeiros grupos do inimigo em 1976, tendo recebido treinos militares em 1976 na Rodeisia. Depois deste combate é que André segue os trilhos do grupo e há diálogo entre eles, segundo Carlos Guedes, um dos integrantes do grupo: 

Duas noites depois, estavam num lugar seguro, tendo despistado o inimigo. Mas haviam sido localizados por alguém que após a notícia do curto combate começara a procurá-los.

— Irmãos!
Os resistentes, surpreendidos, agarraram as
armas e deitados olhavam em torno, desorien-tados.
— Sou amigo!
— Se é amigo, avance!
E um africano, com a farda da Frelimo e armado de AK, aproximou-se com um sorriso nos lábios, estendendo a mão.

— Eu sou o comandante André, e estou lutan-do contra a Frelimo, como vocês. Estão mal aqui! Passa muito "zipa" neste mato! Vêm comigo que acaba problema todo!
Unlike · Reply · 3 · Yesterday at 2:17am

Joao Cabrita Eusébio A. P. Gwembe engana-se quando fala de uma «mensagem fazendo referência a palavra «Resistência Moçambicana», na voz de João Maria Tudela». Este era o intéreprete da canção «Moçambique», composta pelo maestro Artur da Fonseca dezenas de anos antes, a partir de um poema de Reinaldo Ferreira, falecido em 1959, ano em que essa canção foi editada pela primeira vez.


Eusébio A. P. Gwembe 2. Quem é o fundador do Partido Renamo? - Egidio Vaz responde que «O fundador do Partido Renamo é Afonso Macacho Marceta Dhlakama» 

São várias as pessoas que estiveram na origem da fundação da Renamo, uns dando-lhe o carácter político-ideológio, outros dando-lhe o formato político. Dhlakama está lá, enquanto a carruagem já estava muito adiantada, em Julho de 1977, após evadir-se da Beira. Embora ele tenha dito que se evadiu em 1977, um documento da Inteligência militar moçambicana aponta o ano de 1976. A chamada Resistência Nacional Moçambicana iniciou as suas acções armadas em regiões fronteiriças das províncias de Tete e Manica, em Abril de 1976, atacando cantinas, lojas do povo e machambas. Mais tarde infiltra-se para o interior do território moçambicano, coberto pelos agressores rodesianos, que também lhe dão apoio material e logístico. O regime rodesiano colocara uma estação emissora igualmente à sua disposição «A Voz da África Livre», emitindo de uma das cidades próximas da fronteira com Moçambique, sensivelmente na altura em que se iniciaram as emissões da «Voz do Zimbabwe», em Maputo». (Cfr. Tempo, 19-07-1981).
Ora, desde o começo que a Renamo tem caracteristicas político-militares pelo que não vejo a possibilidade de determinar que a sua idade como partido seja esta ou aquela. Dhlakama é genuinamente militar. Desde lá, defendia-se a resistência:

«É PRECISO RESISTIR! Irmãos moçambicanos: Como vocês, nós também estamos cansados de sermos espancados, presos, torturados e roubados pela Frelimo; já decidimos: Que a única solução é resistir, com todos os meios, aos traidores que nos tiraram a liberdade. Viemos para o mato, deixámos as cidades e vilas, para combater a Frelimo, pela força das armas. Podemos passar sede e fome, mas temos a liberdade, e lutamos para que todos os moçambicanos também se libertem. Somos a Resistência Moçambicana. Não temos chefes para se aproveitarem da fama, na Europa. Não temos belas fardas ou bandeiras. Somos, como vocês, cansados do domínio da Frelimo. Queremos ser livres e lutaremos para que isso aconteça». Isto foi dito em 1976, pelo que argumento de falta de ideologia não cola. (Cfr. Inácio Passos, 1977).

Para a fundação da Renamo houve apoio material de empresários. Talvez um estudo detalhado sobre o papel de António Martins Pires-de-Carvalho e outros possa ajudar a reconstituir a História da Renamo.
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Joao Cabrita A Renamo não beneficiou de qualquer apoio de empresários, Eusébio A. P. Gwembe. A falta de apoios foi a grande luta da Renamo para se manter independente dos centros de decisão, primeiro em Salisbury, depois em Pretória. Em 1978 um enviado muçulmano da Renamo, Juma Abudo, chefe do Departamento de Assuntos Religiosos, obteve finalmente fundos de um país do Médio Oriente. A CIO de Flower conseguiu, por portas travessas, que esses fundos fossem canalizadas directamente para essa central de informações. A Renamo, já na fase em que beneficiava de apoios da RSA, denunciou a cabala de Flower/CIO numa das emissões da Voz da África Livre. Segundo esta emissora, o montante desviado pela gente de Flower orçava em $5 milhões de dólares. Flower - que na altura trabalhava como director da CIO sob o regime de Mugabe - não perdoou a Renamo. No célebre livro, SERVING SECRETELY, que uns poucos de académicos preguiçosos gostam de citar em estudos e em campanhas de desinformação, Flower chama a si a paternidade da Renamo, publicando como 'comprovativo' um relatório Top Secret, sugestivamente intitulado «Os Flechas e a Formação da Resistência Nacional Moçambicana». Datado de 24 de Abril de 1974, esse relatório fala de um Moçambique independente há já 5 anos... e que a Renamo havia, portanto, sido criada em 1969... Problemas de memória do Sr. Flower? Nada disso. Apenas um relatório Top Secret adulterado para servir fins inconfessáveis. E quanto à «Voz da África Livre, emitindo de uma das cidades próximas da fronteira com Moçambique», saibaEusébio A. P. Gwembe que o emissor de onda média dessa rádio situava-se nos arredores de Gwelo - bem distante da fronteira com Moçambique. As emissões da Voz da África Livre iniciaram-se a 5 de Julho de 1976.
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Eusébio A. P. Gwembe 3. Quem foi o primeiro presidente da Renamo? -Egidio Vaz diz que «O Primeiro Presidente da Renamo é Afonso Macacho Marceta Dhlakama. André Matadi Matsangaissa foi o primeiro dirigente militar do movimento desestabilizador, com os rodesianos à cabeça».

Concordo que foi Dhlakama, mas quanto a André Matsangaissa estar a mando dos rodesianos, vários relatórios da Inteligência Rodesiana não comprovam. Além disso, é preciso não menosprezar o papel de Gimo enquanto dirigente do Movimento África Livre. No caso concreto de Matsangaisa, Guedes assim como Marangoni mostraram que ele recebia suas ordens. Quando a Renamo ser movimento desestabilizador, os seus defensores refutam essa visão. Já na década de 90, André Thomashausendizia que:

«Os insatisfeitos com o regime, os iludidos, acabaram por ganhar consciência da natureza da FRELIMO e juntaram todas as forças verdadeiramente nacionalistas tendo encontrado na RENAMO a sua verdadeira expressão organizacional. (…) O seu objectivo é o mesmo de sempre de todos os nacionalistas: Moçambique verdadeiramente independente, democrático, pluripartidário, sem bases soviéticas, nem socialismo. (…) Os nacionalistas e os moderados foram enganados pelos revolucionários que, de golpe em golpe, se mantiveram no poder enganando as massas populares com falsas promessas». (Moçambique, 16 anos de Historiografia, 1991:56).

Zacarias e Weimer (1992) são de opinião segundo a qual «a intransigência do novo regime em negociar ou abrir-se ao debate acerca do rumo a tomar num Moçambique independente abriu portas para resistência». De novo,André Thomashausen completa de certa maneira Zacarias e Weimer. A sua concepção condu-lo a uma maneira singular de conceber as causas da guerra, mais exactamente a sua causa única, que é a divergência existente entre um pequeno grupo de marxistas e detentores do poder na Frente de Libertação de Moçambique e a maioria de nacionalistas opostos aos desígnios marxistas. «No fim de contas» diz ele, «a minoria sai vitoriosa e se torna mais forte enquanto os opositores são expulsos ou saem para criar novas organizações verdadeiramente nacionalistas mas que acabam sempre por ser vencidas por maquinações dos marxistas apoiados pelos soviéticos e pela neutralidade traiçoeira do Ocidente. (cfr. ADAM, in Moçambique, 16 anos de Historiografia, 1991:56).
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Eusébio A. P. Gwembe Finalmente: Egidio Vaz afirma que «A Renamo nasceu na Rodésia do Sul, actual Zimbabwe». Conforme tentei mostrar «teoria de dois grupos, coadjuvados pela Rádio «África Livre», o primeiro encontro tem lugar em Kinshasa (Congo) e André ganha a sua consciência no centro de reeducação de Sacuze, interior de Sofala, de onde, por duas vezes, tenta libertar companheiros. O encontro dos dois grupos deu-se em território moçambicano, pelo que a Renamo nasceu ai em Moçambique. Abraços, a todos, aberto para quaisquer dúvidas!

Nota: A guerra dos 16 anos foi meu tema de Licenciatura.
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Zito Tomas Ilustre, aprendi muito com os teus comentarios. Bem haja.
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Daniel Boe Sinto que a sua explanação tem base científica...agora outros parecem dar tiros no escuro... a sua tese está disponível para consulta em formato electrónico???
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Carlos Quembo Mbuya Egidio Vaz gostaria de parabeniza-lo por dar essa iniciativa no facebook. Aparentemente o post é sobre a historiografia da Renamo. Para atingir esse objective levanta algumas questões interessantes e sugestivas, a saber: 1) Quem é o fundador da Renamo?, 2) Quem é o fundador do Partido Renamo?, 3) Quem foi o primeiro presidente da Renamo?, 4) Quem foi o segundo presidente da Renamo?, 5) Quem foi o primeiro presidente do Partido Renamo? 6) Quem foi o segundo presidente do Partido Renamo? e 7) Onde nasceu a Renamo.
Eu gostaria de participar fazendo comentários sobre 2 aspectos : 1) metodologia e 2) conteúdo do post.
1. Quanto a metodologia usada para a periodização, penso que deve ser revista. Egidio Vaz sugere 3 períodos para a história da Renamo, a saber 1977-1984(Renamo desestabilizadora, também período da « guerra de desestabilização »), 1984-1989 (Guerra Civil) e 1989-1992 (Guerra Civil segunda parte). Esta parece a periodização do conflicto armado em Moçambique e não da Renamo. A ser da Renamo, devia incluir o período posterior a 1992. 

2. Sobre o conteúdo. No geral, considero o post bom para estimular debate sobre vários assuntos ligados ao processo politico em Moçambique e não necessariamente sobre a hisoriografia da Renamo. EV fala de vários assuntos num mesmo post e assim, torna laborosa a nossa participação e comentário sobre ele. Não obstante, em nome do debate sobre assuntos de interesse nacional, identifiquei alguns pontos sobre os quais gostaria de comentar. Antes, gostaria de referir que comentarei com base nas 2 obras que EV citou, a saber Cabrita (2001), Tortuous Road to democracy e Vines (2013), Renamo’s rise and decline… Para o caso de Vines, li o seu mais recente artigo publicado no Journal International Peacekeeping e não a sua obra publicada em 1991. No entanto, neste artigo ele discute a questão da origem, transformação e declínio da Renamo, que parece ser o assunto que EV pretende estimular o debate, não obstante o cocktail trazer outros aspectos para a mesa. 
« João Cabrita em "Mozambique: The Tortuous Road to Democracy", descreve de forma minuciosa e comprovada, com referência a fontes vivas e documentos históricos válidos, os motivos meramente banditescos que estiveram na origem da Renamo ». 
Lendo Cabrita (2001), entende-se que a Renamo foi criada por André Matsangaisse, em 1977. O objective de Matsangaisse, segundo Cabrita (2001) era mudar a situação política em Moçambique. Para isso, ele só precisava de apoio financeiro de quem quer que fosse. Este apoio veio da dos Serviços de Inteligência da Rodésia do Sul (CIO), numa primeira fase. O CIO não só concedeu apoio financeiro e military, mas como também cedeu o seu território para o funcionamento da primeira base da Renamo, em Odzi, na região fronteiriça de Mutare. O objective do CIO ao financiar a Renamo era criar uma pequena unidade militar (small unit commando) para, primeiro, recolher informação necessária, em Moçambique, sobre a luta anti-colonial na Rodésia do Sul. Aqui é importante referir que após a independência de Moçambique, o governo da Frelimo decidiu apoiar os nacionalistas zimbabweanos e estabeleceu uma base militar para estes nacionalistas operarem apartir de Moçambique e entrarem na Rodésia do Sul, através da província de Manica. O segundo do CIO era lançar alguns ataques militares a algumas infra-estruturas, nas zonas através das quais os nacionalistas zimbabweanos podiam entrar na Rodésia do Sul. 
Cabrita (2001) em momento algum defende « os motivos meramente banditescos que estiveram naorigem da Renamo », talvez eu tenha interpretado mal. Pelo contrário mostra a complexidade do debate que existe em torno da origem e causas da criação da Renamo. Para alcançar o seu objectivo, Cabrita (2001 :144-48) retrata as divergências que existiam entre por um lado André Matsangaisse, que defendia que só uma luta armada é que levaria a mudança da situação política em Moçambique, os Serviços de Inteligência da Rodésia do Sul (CIO), que não queriam nada mais se não um olho e ouvido da inteligência rodesiana em Moçambique e alguns ataques, com um comando militar pequeno, gerido através da Rodésia do Sul e sem uma base milita rem Moçambique, e por fim Orlando Cristina, que tinha as suas agendas pessoais. 
Matsngaisse estava convencido de que tinha seguidores suficientes em Moçambique para a sua causa, mudar a situação política em Moçambique. O CIO não lhe dava crédito. Não só, o plano de Matsangaisse era diferente do do CIO. Para este, apoiar o projecto de Matsangaisse significaria criar uma agenda política, uma estratégia para a sua materialização e um líder moçambicano, para a prestação de contas. O que o CIO pretendia não implicava necessariamente a criação duma base milita rem Moçambique e queriam ter o total controlo sobre o pretendido pequeno comando militar. Não obstante as divergências, o CIO desafiou Matsangaisse a provar o governo da Rodésia do Sul que era capaz de mobilisar apoio suficiente em Moçambique para a materialização do seu plano. Consequentemente, Matsangaisse, depois de ter estado 2 meses na Rodésia do Sul, regressa a Moçambique em 1976 e tenta, sem sucesso, libertar os seus supostos seguidores que estavam presos no campo de reeducação de Sacudzo.

Matsangaisse foi preso e o governo da Rodésia do Sul avançou com o seu projecto e criou o seu comando milita rem 1976, sem Matsangaisse. Atribuiu o nome de Resistência Moçambicana- Remo. Os seus membros eram os antigos membros do exercito portugues que fugiram para Rodésia do Sul depois da independencia deMocambique, em 1975. A Remo é diferente da Renamo. Quando EV diz: « Criado para matar, roubar e destruir, a Renamo teve nos antigos agentes da polícia política portuguesa, regime racista da Rodésia e África do Sul e colonialistas frustrados, seus principais mentores, fundadores e patrocinadores » deve estar a se referir a Remo e não a Renamo. E isto está claro na obra de Cabrita (2001), que parece ser a mesma que usa no seu post, para lançar o debate. Talvez eu tenha lido mal, é possível. Depois do seu primeiro e fracassado ataque em 1977, a Remo foi desmantelada pelo governo da Rodésia do Sul. Um dos seus membros, identificado pelo nome de Rui Silva foi executado, outros regressaram para Rodésia Sul e daí, partiram para Potugal e para Brazil. 
André Matsangaisse não desisitu do seu plano. Em 1977 tenta novamente libertar os seus « seguidores » de Sacudzo. Desta vez acompanhado por Manuel Mutambara e Marcos Amade. Quando os 3 homens chegaram em Sacudzo, depararam-se com cerca de 50 prisioneiros que foram convencidos por Matsangaisse e aceitaram seguir o seu plano de opor-se ao governo de Moçambique. Dos cerca de 53 homens que saíram de Sacudzo, somente 28 chegaram a Odzi, uma farma na zona fronteiriça de Mutare, Rodésia do Sul, onde a primeira base da Renamo foi instalada. Depois do fracassada a Remo, o governo da Rodésia do Sul aceita apoiar os homens de André Matsangaisse, cedendo as suas Forças Especiais para o efeito. É nestas circunstâncias que surge a Renamo. Importa aqui enfatizar que, segundo Cabrita (2001) Matsangaisse foi quem tomou a iniciativa de recrutar homens em Moçambique para criar a Renamo e para essa empreitada não teve apoio do governo da Rodésia do Sul. Este apoio só iniciou, sob forma de treino militar quando os homens chegaram, por conta própria a Odzi. Logo, é difícil argumentar que a Renamo foi criada pelo governo da Rodésia do Sul. O que ocorre na verdade é que ela foi apoiada pela Rodésia do Sul, numa primrira fase. Mas isso não significa criar. Uma coisa e apoiar e a outra é apoiar depois desta ter sido criada. Sendo Matsangaisse quem fndou a Renamo e não o governo da Rodésia do Sul, e sendo que os objectivos de Matsangaisse eram diferentes dos do governo da Rodésia do Sul, fica difícil argumentar de forma categórica que o objectivo da Renamo era matar, roubar e destruir. 

As divergências entre Matsangaisse e o CIO da Rodésia do Sul continuaram, não obstante a Renamo ter iniciado as suas incursões em Moçambique em 1977, com apoio do CIO da Rodésia do Sul. A Rodésia do Sul ainda estava presa ao seu plano inicial e queriam ter um controlo total sobre a Renamo, o que Matsangaisse não via com bons olhos. Em 1977 Matsangaisse e Orlando Cristina encontraram-se para discutir a questão da expansão da Renamo. Cristina levou a preocupação de Matsangaisse ao governo da Rodésia e este manteve a sua posição inicial, que para tal, não era necessária uma presença da Renamo em outras áreas para além da província de Manica, por onde os nacionalistas zimbabweanos podiam entrar na Rodésia do Sul, apartir de Moçambique. Também não era necessário ter um comando militar enorme, como Matsangaissse pretendia. Depois de não ter conseguido apoio do governo da Rodésia do Sul, Cristina tentou sem sucesso pedir apoio dos EUA, a França, a comunidade portuguesa na Africa do Sul e até aos países árabes. 
Segundo Cabrita (2001 :153) foi somente em 1978 que o governo da Rodésia do Sul deu luz verde ao Matsangaisse para que este recrutasse mais membros em Moçambique. Assim, de cerca de 76 homens em 1976 a Renamo passou a ter cerca de 914 homens nos finais de 1978. Contudo, o apoio financeiro da CIO da Rodésia do Sul não significava que a Renamo podia agir de forma independente do governo da Rodésia do Sul. Este, ainda queria ter controlo directo sobre a Renamo e decidir sobre os locais e alvos de ataque e a natureza do trabalho de inteligencia. Contudo, de 1978 para frente, Matsangaisse passou a agir de forma mais independente, a revelia do governo da Rodésia do Sul. Foi apartir desta epoca que os ataques da Renamo se alastraram para a província de Sofala e atacando a estrada e a linha férrrea Beira-Chimoio, a estrada Dondo-Inhaminga e Inchope-Maputo. 
Em 1979 a Renamo, sob a liderança de Matsangaisse, transferiu a sua base militar de Odzi, na Rodésia do Sul para Casa Banana, Gorongosa, em Moçambique. 

A transformação da Renamo para Partido político
EV sugere que foi na segunda fase, 1984 a 1989 que funda-se uma Renamo com algum programa político que, no quadro da Guerra-fria reclama democracia multipartidária como leit-motiv da sua luta. E de forma categórica defende que o primeiro presidente do partido Renamo foi Afonso Dhlakama. Como isso ssugere que a agenda política da Renamo só aparece, no mínimo 5 anos depois da morte de Matsangaisse ? e que este nunca teve uma agenda política ? Talvez sim, talvez não. Mas as obras que cita não defendem essa ideia. 
Vines (2013) defende que Dhlakama foi o segundo líder da Renamo, sem fazer esta distinção rigorosa, que sugeres entre Renamo de Matsangaisse, aparentemente desestabilizadora e encabeçada pelos sul rodesianos e Renamo-partido político, que é fundada pelo Dhlakama. A Renamo sofreu transformações sim, assim como a Frelimo também. Mas, não existem 2 Renamos. É um mesmo partido que se transformou e continua se transformando e se reinventando na dinâmica do contexto, do qual ele é simultaneamente producto e productor. Pode-se argumentar que foi no período da liderança de Dhlakama que a Renamo reforçou a sua dimensão política. Mas essa dimensão já exisitia antes do DHL. E não só, isso não significa que com DHL tenha surgido uma outra Renamo. Alguns aspectos que motivaram a sua origem sobreviveram a morte do seu fundador. E se manifesta maté hoje. Se a Renamo de DHL é diferente da Renamo de Matsangaisse, onde é que EV colocará a sua dimensão militar ? O mesmo pode se referir a Frelimo. Mas, o assunto por agora é Renamo e vamos nos concentrar nele. 
Como disse em cima, a dimensão militar da Renamo é anterior a DHL. Segundo Cabrita (2001) a Renamo lançou o seu primeiro programa político em 1979, ainda sob a liderança de Matsangaisse. Neste programa ela já defendia a eradicação do regime opressivo da Frelimo e a sua economica central e planificada, o fim das vilas comunais. Como alternativa a Renamo propunha um sistema democrático multi-partidário, restabelecer o direito a liberdade religiosa e tradicional, abolição dos campos de reeducação e todas as forças partidárias (Forças Armadas de Moçambique, Milícias Populares, Snasp, os Grupos de Vigilância). Em substituição a Renamo propunha o estabelecimento da Força de Defesa Nacional, livre de da descriminação racial, étnica e política. Segundo Cabrita (2001 :169). Segundo Cabrita (2001 : 182) a Africa do Sul passou a apoiar a Renamo, indirectamente, em 1979 e directamente apartir de 1980, na condição deste constituir uma alternativa política a Frelimo. E não para desestabilizar. Domingos Arouca era a figura que o governo da Africa do Sul via como alternative para liderar a Renamo na sua sucessao a Frelimo. No ambito da sua agenda política, uma delegação da Renamo, representada por Afonso Dhlakama (Presidente), Raúl Domingos (Secretário da Defesa Nacional), Manuel e Orlando Cristina (Secretário Geral) viajou a Europa entre 18-27 de Novembro de 1980. Nesta visita, passaram por Potugal, França e Alemanha e estabeleceram contactos com partidos políticos e organizações religiosas. Fruto dessa visita, Dhlakama percebeu que a Renamo devia assumir uma posição política mais proactiva. Em 1981, com apoio de Thomashausen a Renamo fez o seu primeiro draft do Programa de acção, onde propunha a Frelimo a criação dum governo de Harmonia Nacional (government of nacional concord). Este governo seria responsável por pacificar o país e criar uma ordem política democrática em nome da reconciliação. A Frelimo devia abandoner a sua economia planificada e dar espaço para o sector privar desenvolver o país. Portanto, Segundo Cabrita, o autor que EV cita, asua cronologia deve ser revista. Não é na sua segunda fase que a Renamo ganha funda-se com alguma ideologia política. Foi muito antes. 
Sobre Orlando Crisitina, é vedade que este foi o primeiro secretário da Renamo. Mas isso só aconteceu em 1980, 3 anos depois da criação da Renamo e após a morte de Matsangaisse. Segundo Cabrita (2001) apesar de Cristina se auto-apresentar como o decision-maker da Renamo, ele sempre foi desconfiado pela liderança da Renamo, desde momento que a Rádio Voz da África Livre acusou Cristina de desviar os fundos angariados a favour da Renamo. A liderança da Renamo sempre disconfiou que Cristina quisesse usar a Renamo para cumprir a sua agenda pessoal. 
Resumido
A sua periodização é sobre atrajectória do conflict armado em Moçambique, e não sobre a Renamo,
Segundo Cabrita (2001) :
A Renamo foi fundada por André Matsangaisse e não pelo governo sul rodesiano,
O governo sul rodesiano fundou a Remo e não a Renamo,
O objective do governo sul rodesiano era criar um commando militar pequeno, para ser olhos e ouvidos da inteligência sul rodesiana em Moçambique, e fazer alguns ataques, o suficiente para impeder que os nacionalistas zimbabweanos penetrassem na Rodésia do Sul através de Manica. Para isso, eles não precisavam dum commando militar e duma base military fixa em Moçambique,
O objectivo de André Matsangaisse era mudar a situação política em Moçambique,
Até a data da independência da Rodésia do Sul, a divergência entre Matsangaisse e o governo da Rodésia do Sul prevaleceu,
A Rodésia do Sul nunca chegou a ter um control directo, como desejava, sobre a Renamo,
A dimenssão política da Renamo surge ainda sob a liderança de Matsangaisse,
Assim espero ter dado a minha contribuição para este debate. Para ter outras abordagens sobre a Renamo pode ler também as obras publicadas por Michel Cahen sobre o assunto.

Egidio Vaz Obrigado Nkulo Carlos Quembo pelas achegas, de resto que vêm por mais luz ao debate.
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Zito Tomas Grande comentario do Quembo.
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Elecas António Gostei de saber.....

Telmo Vanexon Caro Egídio Vaz, adorei ler o teu post mas me sinto incomodado porque vocês historiadores não actualizam a nossa história em livros, com palestras, entrevistas, etc. Nós merecemos a verdade..., vou continuar a ler para me informar cada vez mais.
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Eugenio Coroa História viva é igual a História contada em primeira mão! To feliz por isso. Bem haja, a História do NOSSO MOÇAMBIQUE!
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Rodrigues Tembe Aula muito interessante.
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Narcísio José Mula Não entendo nada de história. Por curiosidade li o texto de Carlos Quembo. É o mais informativo que há neste tópico
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Joao Cabrita Pergunta-me Egidio Vaz porque é que eu acho que ele lê as coisas ao contrário. E pede-me uma explicação. Antes eu havia-lhe pedido que citasse a página ou páginas do meu livro em que teria afirmado "de forma minuciosa e comprovada, com referência a fontes vivas e documentos históricos válidos, os motivos meramente banditescos que estiveram na origem da Renamo.” Vamos por partes, Egidio Vaz: esclareça primeiro a questão que levantei, para meu benefício e dos demais leitores. Egidio Vaz, se provar o que afirmou, retirarei o comentário - com pedido de desculpas.
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AMBICANOS.BLOGSPOT.COM

Joao Cabrita Egidio Vaz, o que acaba de transcrever não prova a sua alegação anterior de que eu, "de forma minuciosa e comprovada, com referência a fontes vivas e documentos históricos válidos, os motivos meramente banditescos que estiveram na origem da Renamo.” Volto a solicitar: apresente aqui, neste local, a página ou páginas do meu livro onde isso vem escrito.

Joao Cabrita P.S. Não retiro um vírgula sequer do texto por si acima transcrito.

Egidio Vaz Está bem. Eu li e assim entendi que o Joao Cabritareferencia pessoas vivas e obras sobre fundação da Renamo, pelo menos no que se refere aos ataques a Cudzo
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Joao Cabrita Disparar um primeiro tiro em Xai, ou assaltar o quartel de Moncada são tidos como actos de heroicidade. Atacar um campo de concentração que albergava pessoas que para aí haviam sido desterradas sem o amparo de qualquer processo jurídico será uma acção banditesca, Egidio Vaz?
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Ismael C. Gocaldas subscevo mano #Cabrita,a acção da Renao perante esse processo nao foi banditesca mas sim heroico,a renamo surgiu na hora certa,e por um objectivo claro,ninguem eh perfeito,tdos somos susceptiveis a erros.


Geraldo Obra Alegriao Ja acabou o debate. Foi intenso e no fundo houve algumas ideias boas. Tempo de se escrever a verdadeira historia deste pais. Vejo na STV um Slogan a falar de um povo sem historia ....
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Geraldo Obra Alegriao Sim um povo precisa de conhecer a sua historia nua e crua. Nao contos de carochinha.
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Zito Tomas Foi dos melhores debates que tive oportunidade de acompanhar. Parabéns Egidio.
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Nelson Junior Ouvi o debate de Sergio Viera no STV e li a entrevista do Jacinto Veleoso-ambos foram Ministros de Seguaraça....ambos sabiam de tudo e de todos.......É dificel,quase impossivel conhecer a Historia crua e nua de Moçambique,quando individuos como o Sergio Vieira e Jacinto Veloso continuam a dizer tanta mentira...esta gente nao muda, e pensa que ainda somos ingenuos e ignorantes...crescemos,estudamos,investigamos...A verdade destes senhores nao corresponde aos factos...Mentem e inventam.........Coitadinhos deles!!!!!....
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Ricardino Vicente Tsope É bonito conhecer a verdadeira história do nosso país,mas não sera facil devido alguns podres que foram cometidos outrora,cabe a voce jovem moçambicano fazer a sua verdadeira história e torna-la pública.
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Vassili Vassiliev Pronto, a diabolizacao da RENAMO esta cientificamente declarada na "sociedade civil" enquanto se encontram maneiras de resolver o caso EMATUM. E agora, o que e que se segue... a sua condenacao no TPI? De qualquer modo, se isto for uma contribuicao para os novos tempos em Mocambique, entao, que venha a segunda parte do debate: COMO CHEGAR A PAZ em Mocambique? Sem ser com balas. Cistac iniciou-o...mas ficou a falar sozinho na tumba. Onde estao os restantes academicos?

Joel Araújo Bofana Mano Vaz, dou-lhe a nota máxima nessa sua exposição historiográfica da Renamo. E desde já peço que faça e exponha a historiografia da FRELIMO, tanto como movimento bem como partido.
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Nelson Junior PS!....Nunca,nunca e nunca a Historia de Moçambique vai ser bem escrita e narrada enquanto a Frelimo estiver no poder...pois,infelizmente os escritores,historiadares, e academicos sao uns grandes lambebotas...(nem todos-mas a maioria)
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Joao Cabrita Num esforço mal disfarçado para retirar qualquer credibilidade à Renamo - e assim reforçar o antigo e esbatido princípio de que em Moçambique nunca existiu uma oposição genuína ao regime no poder desde 1974-75 - Egidio Vaz oculta, ou talvez ignore, que a oposição a esse regime não surgiu com a Renamo; que a Renamo não foi a primeira manifestação contrária a esse mesmo regime; que a África do Sul apostou num Moçambique governado pela Frelimo (tanto assim é que o levantamento de «7 de Setembro» não singrou); que a Rodésia seguiu os passos de Pretória; e que o Partido Revolucionário de Moçambique (P.R.M.) de Amós Sumane foi o pioneiro da resistência no Moçambique independente e cuja luta travou-se bem longe de fronteiras de países governados por minorias brancas, não podendo, portanto, essa luta ser equacionada em termos de «desestabilização do apartheid».

Egidio Vaz sente-se realizado quando um destacado dirigente da UNITA vem aqui dar o Ámen a esse princípio caduco. Uma UNITA que se pretende como puritana do nacionalismo africano, a nata da intelectualidade revolucionária – em suma, uma UNITA que não se pode comparar à Renamo. Passe a expressão de Lukamba Paulo Gato, lá nisso estou de acordo com ele: não se pode comparar o discurso xenófobo e racista da UNITA dos anos 80, quando se referia a uma certa etnia angolana como “a crioulada do MPLA”, também por aquele movimento designada de “submarinos do colonialismo”.

Agora que são conhecidas as profundas ligações entre a UNITA e o regime da Frelimo – a narrativa anti-Renamo por parte de ambos assim o demonstra – resta saber se essa xenofobia inspirou-se numa certa ala frelimista, que não obstante intitular-se fiel a uma suposta “linha revolucionária” progressista, logo anti-racista, também compartimentou os cidadãos do nosso país, consoante a cor da pele de cada um, em «moçambicanos originários» e «moçambicanos não originários».

Em relação a Mandela, a xenofobia da UNITA de Lukamba Paulo Gato, manifestava-se pela forma como se referia ao líder histórico do ANC. Nelson Mandela era tratado nas emissões da Vorgan, como “um hotentote”. Será que aqui a inspiração vinha do apartheid? E a negação da cidadania do povo autóctone San inspirou-se em quem? Numa interpetação errónea da negritude de Senghor que a UNITA foi pedir emprestada para ornamento?

Egidio Vaz Obrigado Joao Cabrita pelos epítetos. O resto, a ciência vai prevalecer.
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Joao Cabrita Sinceramente, Egidio Vaz, espero que seja cientificamente objectivo na análise que voltar a fazer sobre o tema em debate; o que implica não atribuir a outros aquilo que não escreveram.

Mateus Francisco Navaia Kkkk! O Unay Cambuma também acabou detonando o seu longo texto (resumo) sobre o mesmo conteúdo histórico em discussão! Quem estará a falar a verdade?? E gostaria de saber quais foram a verdadeiras razões da sua criação para que exista até hoje??


Nelson Junior Li os artigos do Sr.Joao Cabrita,do Sr.Gwembe e do Sr.Egidio...cada um apresenta os "factos" à sua maneira...Eu acho que o unico historiador moçambicano que bem conhece a Renamo e a Frelimo seja o Dr.Prof Francsico Nota Moises...conctactem e ele...vive no Canada...Kanimambo
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Bowwow Mathe Ya e verdade pessoal q e bom e e necessario conhecer a historia Mocambicana mx temx q saber tambem q a nossa historia xta mal contada,isto e:ta cheia d mentiras dentro e nao facil cavar ate encontrar a verdadeira verdade
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Muzonde Estevao Dima Primeiro, agradecer pela sua vontade de tentar trazer um debate sobre a historiografia da Ranamo. mas por outro lado sinto, que ignorou alguns factos marcantes como um historiador, primeiro essa cronologia, só pode ser na sua forma de ver mesmo. porque, não traduzem aquilo que foram os acontecimentos da verdadeira historia da Renamo como partido bem como algo que consideram de desestabilizador. isto porque logo pos a independência ja se sentiam algumas sabotagem feitas por homens da Renamo, em 1976, logo o primeiro ano da sua cronologia deve ser revisitado. segundo no segundo período da sua cronologia, discordo que com o acordo de Inkomati, a afraca do sul parou de financiar a Renamo, visto que em 1985, foi encontrada na casa Banana uma carta feita por Sul-africanos aos dirigentes da Renamo. o que mostra que o mesmo continuou a ter esse apoio, e continua sendo um partido com ideias de desestabilizar e com um aproveitamento politico aproveitado a qustao de neo-liberalismo. por ultimo é o que todos disconfiam da Renamo. Conclusao essas referencias que o senhor cita sao muito pobres para iniciar um debate historiografico
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Henoch Jemusse O Unay Cambuna ja respondeu o post de E.Vaz, interessante POST, recomendo.
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Osvaldo Langa Cumbe O argumento que o senhor vaz, fez peca prk so usou fontes pro freliimo. É claro que essantos d algo modo vao trazer uma má imagem da frelimo. Segundo maximo dias, a renamo foi fundada um ano apos a independencia de Moçambique e tinha como lider AndreMantsangaissa. E isso foi uma resposta ao partido frelimo. Quando a zanu cmexa a atuar na rodesia, o regime contacta a renamo, prometendo apoio mas esta ideia é imediatamente refutada por Matsangaissa. O regime inventa um ataque para assacinar a lideranxa e tendo consumado o acto, colocam em cena Afonso Dlhakama e é este k aceita o apoio do regime rodesiano. Isto é uma prova k a renamo nao criada pelo regime rodesiano, nem por nenhuma forxa. Outro ponto nao menos inportante, segundo Adam, uma figura k eu sei k o senhor conhexd, a renamo nao foi criaxao do nenhum regime, mas algumas membros deste movimento fizeram parte d um grupo d Moçambicanos k o regime colonial tava preparar para entregar o poder, mas cm a entrada da frelimo, este mesmo gruto foi regeitado por serem maioritariamente do centro e norte. Mais uma prova k a renamo nao tem origen estrangeira. Outro ponto inportante, é quando fala do bandetismo k o vines tenta esplicar e nao traz uma justificaxao aplausivel, a minha questao é, prk a renamo teve tanto apoio da populaxao nessas zonas enquanto eram as k eram mais fustigadas pela renamo? Aguardo a resposta.
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Nur Aldir Kalir Rassil Senhores em mocambique não existe académico são uns bando de esfomeado
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Joao Cabrita Creio ser correcto pegar naquilo que Carlos Quembo aqui deixou escrito, especialmente por ter citado por diversas vezes o que em tempos publiquei, e adicionar alguns pontos.

Antes, queria reiterar que a alegação de desvio de fundos por parte da Voz da África Livre foi em relação a Ken Flower – e não a Orlando Cristina.

Uma das experiências adquiridas pela Renamo foi a de que “solidariedade” para com os povos não existe. Como houve alguém que disse, “há interesses, não há solidariedade”. Os americanos começaram por apoiar – e financiar – a Frelimo não pelos lindos olhos de Mondlane mas por verem nele um veículo que poderia servir os interesses estratégicos dos Estados Unidos numa zona que eles consideravam – e ainda consideram – como sua.

Tal como a Renamo teve de se sujeitar aos interesses dos rodesianos e sul-africanos, também a Frelimo passou pelo mesmo em relação aos tanzanianos. Não é por acaso que a luta armada da Frelimo só se iniciou 2 anos depois da fundação da Frente – foram os tanzanianos a decidir quando e como a luta se processaria, inclusivamente que armas – doadas pelo Comité de Libertação da OUA à organização de Mondlane – seriam distribuídas aos guerrilheiros da Frelimo no momento da travessia do Rovuma. Tudo isto está documentado pelo que não vale a pena estarmos aqui a perder tempo com retóricas e fantasias.

Mas independentemente dos interesses em jogo, isso não significa que Mondlane não tivesse um objectivo a alcançar. Obviamente que tinha e só isso, representa uma agenda, um ideal, um projecto político, forçosamente anterior a qualquer programa político formalmente adoptado no meio de discursos de ocasião e do bater de palmas. 

É tempo dos académicos porem termo à burocratização das lutas políticas, como se um exército guerrilheiro fosse a turma de uma escola que deve reunir X valores ao fim do ano lectivo para passar de classe. Nas revoluções as coisas não se processam assim.

Isto para dizer que embora Matsangaíce não fosse um professor catedrático ou funcionário de um organismo mundial, ou que não se expressasse de forma eloquente, sentado à mesa com diplomatas, políticos e académicos, ele também tinha um ideal, uma agenda política. Tal como Mondlane – e qualquer outro líder, seja qual for o país ou continente de origem – Matsangaíce também tinha uma ambição, a do poder. São assim as revoluções, as lutas políticas, revoluções e lutas essas que não foram inventadas, nem nasceram com Mondlane ou Matsangaíce. 

Assim, quando um Mondlane se demite da ONU - em virtude do cargo não permitir actividades políticas – e depois da Universidade de Siracusa quando conclui que a luta pela independência de Moçambique na pode ser feita fora das horas normais de serviço, nem tão pouco em tempo de férias, ele não o fez por deferência para com os senhores da Casa Branca, mas antes em função do seu projecto politico, do ideal que cedo foi alimentando, e da sua ambição pessoal pelo poder. É o fenómeno do animal político, quer ele seja letrado, semianalfabeto ou analfabeto

Erram pois, os académicos como Egidio Vaz e outros dedicados à burocratização das revoluções, quando pretendem retratar o animal político como mero lacaio do colono branco, do boer racista, do imperialista americano, russo ou chinês pelo simples facto dele, mercê da astúcia e perspicácia, saber perfeitamente a que profundidade a que pode ou deve mergulhar, com que linhas se irá coser ou com que pedras irá construir o edifício de que precisa para assegurar o seu futuro cuidadosamente idealizado. Tal como o médico que se torna famoso por dar o passo decisivo no transplante de órgãos, o engenheiro que ganha fama com um projecto espectacular ou o arquitecto que deixa nome nas obras que vai assinando, também o animal político pode ficar na história – ou não.

Por mais voltas que Egídio Vaz e outras da mesma linha académica queiram dar, por mais periodizações que pretendam decretar – fantoche e lacaio de ano X a ano Y; guerra de «desestabilização» (ainda estou à espera que os académicos me expliquem que guerras é que não «desestabilizam») até ao ano W e guerra civil a partir do ano Z – nada disso anula uma realidade concreta: é que aquele que decide empunhar uma arma fá-lo por uma razão única, que não se altera consoante a estações do ano, ou como consequência da assinatura de tratados (de Nkomati neste caso), mas antes, permanece constante e inalterada, corolário do tal projecto, do tal ideal, da tal ambição.

Um pequeno aparte. No contexto dos movimentos de guerrilha de toda a África Austral a Renamo representa o que se poderá designar de fase de indigenação (endogénica, para os académicos) mais avançada. Isto é, a Renamo, ao contrário dos demais movimentos, estabeleceu-se quase logo ao princípio da sua existência no interior do país onde lutava. Do punhado de guerrilheiros existentes em finais de 76, em menos de 3 anos ela estabeleceu-se permanentemente em Moçambique. Por coincidência, ocorreram profundas transformações políticas na Rodésia nos princípios de 1980 com o surgimento do Zimbabwe o que significou que a Renamo passou a estar inteiramente entregue aos seus próprios meios. Deixou de beneficiar dos chamados santuários no exterior, ao invez dos outros movimentos, sem bem que muita da ajuda logística lhe chegava de início às mãos - não ia buscá-la; e a formação dos que iam engrossando as fileiras dada no interior, à excepção de alguns quadros superiores e unidades especializadas.

É bom reter esta realidade nua e crua: Apesar de todas as áreas libertadas que dizia possuir e do forte enraizamento popular que afirmava ter, a direcção da Frelimo permaneceu até às vésperas da independência em Dar es Salaam – do mesmo modo que Tongogara e Mugabe em Maputo; Joshua Nkomo em Lusaka; Agostinho Neto em Brazzaville; Nujoma em Luanda. Em contrapartida, a direcção da Renamo entrou na capital vinda, não do estrangeiro, mas do interior do país e foi aqui que lutou e sobreviveu. 

A história da Renamo ainda está por contar; provavelmente nunca será contada na sua plenitude: a história do drama dos feridos em combate que não puderam ser evacuadas para hospitais em países vizinhos, das amputações no meio da floresta, das doenças que não puderam ser curadas, dos enfermeiros formados não em academias mas nas matas e que tiveram de socorrer e prestar socorros a vítimas de bombardeamentos, do napalm, da guerra bacteriológica que Sérgio Vieira aprendeu do seu «bom amigo» Ken Flower e que depois melhorou com o auxílio do LCB dos companheiros de Havana. Vítimas essas, Sr. Professor Dr. Egidio Vaz, que não passaram por ciclos nem por periodizações, nem o sangue delas verteu menos ou mais, consoante as estações do ano.
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Clovis Macave antes permita pararabeniza lo pela iniciativa de ensaiar aki um debate historiografico sobre a Renamo.porem as fontes selecionadas naturamente com algumas excepcoes, reduzirem em demasia o debate, visto que salientam somente uma corrente de analise. Ora, um bom debate historiografico deve ser capaz de trazer ao terreno todas as prepectivas sobre um assunto, ele deve ter da visao da totalidade, e nao parece ter sido o caso aki!


André Thomashausen É triste o Senhor Vaz atribuir afirmações ao João Cabrita que ele nunca fez no seu livro. Ou nunca teve o cuidado de ler o livro ou não resistiu manipular para dar força a um argumento já muito gasto e desacreditado que alias é um insulto a tantos milhares de Moçambicanos, esta treta de insistir que eram todos mercenários ao mando dos racistas Rhodesianos. O Ken Flowers foi desmascardo como um mentiroso psicopatha no processo da Empresa Nacional dos Petróleos do Zimbabué contra a Lloyds em Londres. Para os debates serem válidos, é preciso haver atenção à verdade dos factos. É a obra de Michel Cahen que publicou a pesquisa mais válida sobre as causas da guerra em Moçambique.
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Alvaro Simao Cossa ORLANDO CRISTINA, JORGE JARDIM E EVO FERNANDES- O TRIO DEMONÍACO E O MAL DE TODOS MALES

Diz-me quem são os teus amigos, eu direi quem és tu . Renamo foi sempre um êmbolo das forças anti-nacionalistas moçambicanas, desde a independência do país em 1975, usando todos os metodos de acçao anti-patrióticos. A Renamo surge em 1976 ainda que clandestinamente, para servir os interesses dos antigos membros do governo colonial, descontentes pela independência dos moçambicanos dirigida pela Frelimo. Os finaciadores principais deste grupelho assassino foram, Jorge Jardim e Orlando Cristina , com um grande capital com procedência duvidosa, mas que seus rastos sempre deram a África do Sul e Portugal e ás alas mais crónicas maníacas militares dos EUA. Orlando Cristina , um português velhaco, triplo agente secreto : Da PIDE DGS, da CIA e dos Servicos Secretos Sulafricanos. Orlando Cristina era ao mesmo tempo um oficial da Repartição de Informão das FAP(forças armadas portuguesas). Um pouco antes da independência Orlando Cristina fugiu de Moçambique para a Tanzânia, onde previa fazer acçoes de sabotagem a Frelimo, mas como foi descoberto, ele fugiu de lá, a mando da Pide para África do Sul, mais tarde, em 1974 Orlando Cristina, este grande fantasma da nossa historia, quando se intera da independencia de Mocambique com a Frelimo somente a dirigir o processo, regressou para Moçambique, nomeadamente para Niassa, juntamente com Jorge Jardim fundam um movimento chamado Auto Defesas de Mecanhelas. Orlando Cristina neste mesmo ano de 1974 saiu ilegalmente de Moçambique para Malawi, onde foi preso e deportado para Moçambique. Mais tarde, Orlando Cristina foge de Moçambique para a Rodézia do Sul (Zimbabue) onde angariu fundos, para criar juntamente com o Ministerio de Informacao da Rodesia, uma emissão radiofónica em português para Moçambique. Esta rádio tinha uma linguagem abertamente colonial e racista, mais tarde esta se transformou em Voz da Africa Livre, Orlando Cristina assume a lenha editorial da sua emissão com caris altamente insultuosos ao Governo de Moçambique, neste altura auxiliado fortemente por Evo Camões Fernandes, um dissidente portugues nascido na Cidade de Beira em Mocambique, que doravante, passou a ser o braco direito de Orlando Cristina e do Jorge Jardim, foram os arquitectos intelectuais da criacao da Resistencia Nacional Moçambicana, a Renamo, de que hoje muitos se orgulham de ser membros e apoiantes, sem desdenharem a sua origem assassina. O objetivo principal da criação da Renamo era desestabilizar a nova república mocambicana, destruir infraestruturas, saquear bens da população e pilhar os recursos, raptar jovens, destruir a rede de energia eléctrica, hospitais, escolas e matar professores e enfermeiros, que continuavam a ensinar e curar os moçambicanos nas condições de guerra. A renamo tinha o seu mando central em Portugal e na África do Sul do regime do apartheid. A guerra da Renamo matou mais de 1 milhão de mocambicanos, deixando mais de 5 milhões deslocados das suas casas.
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Joao Cabrita O perfil «facebook» de Álvaro Simão Cossa identifica-o como «diretor presidente at CETA». Será a mesma empresa citada na seguinte reportagem do Canalmoz (2 de Novembro de 2012) ?

Empresa de Guebuza abocanha reabilitação da Estrada Nacional N6 em Manic...Ver mais

Alvaro Simao Cossa Joao Cabrita, o Sr. anda muito perdido, informe-se mais, deixe de ser um mancebo busca pleitos, e nao ofenda as pessoas, estamos aqui a tratar da historia e nao das pessoas. Nao estamos a tratar do perfil das pessoas. Tenha prudencia. Para que saiba, eu nao tenho nada em comum com o que o sr. escrve de mim.


Eusébio A. P. Gwembe Alvaro Simao Cossa, está a forçar os factos. Jorge Jardim não faz parte do grupo apesar das suas relações com estes dois, sobretudo com Evo Fernandes que o substituia nalgumas empreitadas. A propósito, na carta de 28 de Junho de 1982 a que fiz referência acima, Orlando Cristina acrescenta, para Gimo Phiri: 

«Uma outra recomendação que desejo fazer trata-se de as ligações com certos grupos tais como MONAMO e FUMO e outros que são grupos fantoches de pseudo-políticos os quais querem servir-se do esforço e do sacrifício das forças combatentes para tomarem conta do poder. Eles nunca prestaram qualquer ajuda real e nem aceitaram sacrifícios, pelo contrário, teem lançado campanhas difamatórias contra nós. Nós não temos quaisquer ligações com essa gente e nem trabalhamos para o Jardim ou sul-africanos como a propaganda machelista nos tem acusado. Ninguém nos deu fundos ou fez connosco contratos para comprar-nos. Aceitamos as ajudas venham de onde vierem mas sem condições de nos obrigarem a ficarmos dependentes seja de quem for».s

Alvaro Simao Cossa Eusebio A. P. Gwembe, eu respeito muito as ideias dos outros, mas a vedade e' esta que eu ecrevi aqui. Quem paga manda. Neste caso o Jorge Jardim e' quem dava ordens de muitas coisas, porque pagava. Ha documentos historicos que dizem isso, por isso DHL nao aceitou ir para RSA numa das reunioes onde ele iria dar orientacoes do desenvolvimento da guerra em 1982, alegando que este so dava ordens sem conhecer o terreno. Evo Fernandes nao jubstituia ao Jorje jardim em algumas empreitadas somente, mas sim, era o seu substituto e (adjunto) em todas as empresas que Jorge Jardim tinha.

Eusébio A. P. Gwembe Dhlakama não negou, no que eu saiba. Na altura, era da competência do SG, Evo Fernandes, figura chave que negociou com Jacinto Veloso ao lado de Louis Nel, os primeiros passos para a paz, em Outubro de 1984.

Joao Cabrita De facto, Eusébio A. P. Gwembe, tal como consegui apurar, depois de 1974, quando Jardim deixou Moçambique, Orlando Cristina continuou a viver do salário pago pela empresa portuguesa para quem trabalhava em Moçambique, sendo proprietário Manuel Abecassis. O que também consegui apurar foi que Orlando Cristina não teve qualquer papel no lançamento das emissões em língua portuguesa da Rhodesia Broadcasting Corportation (RBC). Tratou-se de uma iniciativa do Ministério da Informação rodesiano que recorreu aos serviços de locução de um cidadão português oriundo de Lourenço Marques.

Alvaro Simao Cossa A fraude histórica não nos faz crescer, nossos filhos estão condenados á mentira, nem saberão de donde eles vem. Lamento. Não há dinheiro que pode corrigir a mã fé, a nossa consciência deve ser livre, antes de começarmos a tocar coisas sagradas como a história. Por isso tomei a iniciativa de apoiar moralmente ao nosso jovem amigo Egidio Vaz que sempre e' muito proximo da verdade, sem erguer a cor da sua bandeira.


Joao Cabrita Concordo com o Sr. Dr. Álvaro Simão Cossa: «a fraude histórica não nos faz crescer». Será que faz 'ressuscitar', Sr. Dr. Cossa? Pergunto isto uma vez que em 1984, ano da alegada recusa de Dhlakama em reunir-se com Jardim na África do Sul, este não poderia de qualquer forma comparaecer ao encontro: havia morrido em Libreville a 1 de Dezembro de 1983.

Alvaro Simao Cossa Amigo Joao Cabrita, isso foi em 1982. Quero que saiba uma coisa, nao falo de erros, falo de coisas premeditadas, para estupedecer as pessoas. faude so tem fins caritativos

Joao Cabrita Será que li mal o ano, Sr. Dr Cossa: «Ha documentos historicos que dizem isso, por isso DHL nao aceitou ir para RSA numa das reunioes onde ele iria dar orientacoes do desenvolvimento da guerra em 1984, alegando que este so dava ordens sem conhecer o terreno.» ?

Eusébio A. P. Gwembe Sr. Cossa, em 1982, Dhlakama estava na RAS. Por isso, na referida carta de Cristina diz: O portador desta carta, Senhor monteiro, é um dos meus assistentes nos problemas relaticos às informaçoes do Departamento de Defesa da RNM. Pode confiar-lhe tudo quanto nesta carta lhe peço. Apos ter recebido a sua carta e os outros documentos tive uma reuniao com o Presidente Afonso Jacama e o Conselho Militar o qual decidiu:

1. Unificar todas as forças sob a Bandeira e em nome do Movimento da Resistência Nacional Moçambicana. Essa Unificação será feita na própria Província da Zambézia entre as formas do PRM e da RNM sob o comando de Mangurende John – comandante da região Norte. 

5. A Partir do momento de todas as forças estarem integradas passarão as mesmas a estarem unificadas num único movimento que é a Resistencia Nacional Moçambicana, cujo comandante-em-chefe é Afonso Jacama.

Portanto, revisite as suas fontes. Sobre 84, é tal como disse Joao Cabrita. Jardim era morto.

Alvaro Simao Cossa Nao estamos a reabilitar a historia, nem as pessoas. Estamos a repor os factos, sem nehum nervosismo. Passe bem Sr. Joao Cabrita

Joao Cabrita Da minha parte, fique certo Sr. Dr. Cossa, não sou dado a reabilitações da história – nem a adulterações.

Isto, para lhe dizer que mesmo tratando-se de um lapso de sua parte, a alegada reunião entre Dhlakama e Jardim na RSA em 1982 definitivamente nunca esteve agendada. A última vez que Jardim esteve na RSA - decidindo nunca mais lá voltar – foi por altura do levantamento de «7 de Setembro», em 1974. A razão foi esta: ao transitar pelo aeroporto de Jan Smuts, em Joanesburgo, Jorge Jardim foi submetido a rigorosa e humilhante inspecção pela segurança do regime de Vorster, tendo sido obrigado a despir-se. 

Então, o regime de Vorster havia dado luz verde à tomada do poder em Moçambique pela Frelimo, excluindo qualquer hipótese de apoios, ligações ou cortesias a conceder a pessoas, grupos ou organizações opostas à Frelimo

Estes os factos, Sr. Dr. Cossa – acima de quaisquer nervosismos.


Alvaro Simao Cossa Sr Joao Cabrita o Jorge Jardim esteve numa clinica na RSA em 1982 a fazer tratamento de aracnoides, doenca que sofreu na infancia, e nao so.

Joao Cabrita Afinale?!


Joao Cabrita Dhlakama e Jardim

4 Nov 1980: Orlando Cristina reúne-se com Dhlakama para discutir uma viagem planeada a países europeus por recomendação dos sul-africanos. Estes não desejam estar sós no apoio à Renamo – querem o envolvimento de outros países ocidentais, provavelmente para obter um comprometimento do Ocidente para com a causa da Renamo. Presentes ao encontro dois dos secretários de Dhlakama: José Domingos e Raul Domingos, para além de quadros militares do movimento. Feitas as apresentações da praxe, toma a palavra José Domingos que de chofre pergunta a Cristina quais as ligações que mantém com Jorge Jardim. Cristina explica que “presentemente são apenas amigos, mas que se quisessem poderiam encontrar-se com ele na Europa”. No boa tradição africana, Cristina é mantido na expectativa: não lhe dizem sim, nem não; antes pelo contrário... – e em Las Palmas, Jardim passa pelas mesmas vicissitudes.

18 Nov 1980: Dhlakama inicia viagem à Alemanha, Portugal e França. Para além de José Domingos e Raul Domingos, o líder da Renamo faz-se acompanhar do recém-nomeado secretário-geral, Orlando Cristina. Evo Fernandes, representante do movimento para a Europa Ocidental, junta-se à delegação na RFA para encontros agendados no Bundestag com grupos parlamentares alemães. Franz Joseph Strauss virá a ser o suporte alemão do movimento. Informado por Evo Fernandes da chegada da delegação a Lisboa, Jorge Jardim segue de Las Palmas para Portugal. O representante europeu do movimento sugere a Dhlakama um encontro com Jardim. O líder da Renamo diz a Fernandes não estar interessado em conhecer Jardim. É a segunda recusa do líder da Renamo, num espaço de poucos meses, para encontros com políticos no «exterior», depois de ter transmitido, via rádio, de Chicarre para ‘Charlie’ van Niekerk, uma mensagem a dizer que também não estava interessado em reunir-se com Domingos Arouca. São os militares da Renamo a afirmarem-se como líderes efectivos do movimento, lançando para a periferia os políticos, incluindo Cristina.

27 Nov 1980: A coincidir com o ‘périplo europeu’, a Renamo sabota, pela primeira vez, as linhas de alta tensão da HCB. Em Paris, inicia negociações com accionistas do consórcio proprietário da HCB para ‘evitar’ futuros cortes. A julgar pelos cortes que se sucederão nos anos seguintes, a HCB não terá chegado a um ‘entendimento’ com a Renamo.

28 Nov 1980: A delegação da Renamo parte de Paris para Joanesburgo, regressando dias depois à Base Central de Chicarre (Garágua). A assinalar a tournée, a Renamo ocupa Dombe na madrugada de 30 de Novembro, e lança ataques contra Gói-Gói e Espungabera no dia seguinte. 

A psicose dos “eixos” – Bona/Pretória, Lisboa/Pretória e Washington/Pretória – manifestar-se-á não muito mais tarde, mantendo entretidos os rapazes do DTIP na AIM e no Notícias na arte de especular e a cujas mãos vão muitos académicos bebericar.

Nelson Junior Senhor Joao Cristina,como moçambicano pedir-lhe-ia de parar de lançar mentiras...sabemos tao bem,que todas ou todas operaçoes realizadas pela dita renamo-na realidade eram organizadas por um grupo especial dos serviços secretos militares da africa do sul...os verdadeiros "decision-makers" eram sul-afriacnos...eram os sul-africanos e mercenarios brancos que desencadeavam a maioria das operaçoes...sabemos-o senhor nao é unico a saber a historia da renamo...nao estamos interessados em ler "novelas" inventadas...sabemos o que se passou...nós como moçambicanos genuinos................mas,por que é que o Sr. nao vai de acordo com o Dr.francisco nota mosies???...por favor,pare de nos contar meias-verdades
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Jemusse Abel Nelson Junior aqui voce esta meter agua. escrevas o que sabes e nao ataques as pessoas isto nao ee machamba ee ciencia.


Daniel Boe Hehehe Nelson Junior já estão a faltar argumentos??? quem são os moçambicanos genuínos e não genuínos?... tens que rebater os factos do João Joao Cabrita com outros factos cientificamente aceitáveis...a ciência é incompatível com nervosismo....
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  • Joao Cabrita Pelos vistos, o Sr. Nelson Junior também não leu a minha 'novela', mas sente-se à vontade em tecer juízos de valor. Se o tivesse feito, constataria facilmente que nunca neguei o envolvimento sul-africano ou qualquer outro na guerra civil moçambicana.


    Tudo o que consegui apurar está no livro: os apoios logísticos feitos por via aérea e marítima, a formação de quadros (militares, comandos pára-quedistas, enfermeiros, operadores de rádio, etc.). Inclusivamente, mencionei o facto de membros do Corpo Médico da SADF terem estado em Garágua a dar formação a enfermeiros e enfermeiras da Renamo. 

    Referi que pouco antes do assalto das FPLM à base da Renamo em Sitatonga II em Junho de 1980 haviam sido lançadas 16 toneladas de material bélico por aviões C-130 da Força Aérea Sul-Africana.

    Fiz ainda mencão de que para a Renamo poder atravessar o Rio Zambeze quando abriu a frente da Zambézia em 1982 ela utilizou barcos de borracha com motores fora de borda enviados pela SADF para a base da Gorongosa.

    Destaquei o importantíssimo papel desempenhado pelo sistema de telecomunicações militares da SADF em Hammanskraal, Phalaborwa, Jozini e nas Ilhas Comores, mantendo sob escuta permanente as telecomunicações das FPLM o que permitiu ter um imagem quase que perfeita do teatro das operações, e, acima de tudo, prever o lançamento de ofensivas militares contra a Renamo. Para sua informação, graças às escutas das telecomunicações militares, a Renamo teve conhecimento, com uma antecedência de 3 meses, dos preparativos das FPLM para o assalto à base de Garágua em Dezembro de 1981. Também menciono este facto no livro.

    Portanto, Sr. Nelson Junior, antes de voltar a repetir a triste figura que acaba de fazer, sugiro que primeiro se documente.
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  • Joao Cabrita E a propósito de telecomunicações militares, Sr. Nelson Junior, elas permitiram determinar que o massacre de Homoíne foi da responsabilidade de comandos das FPLM treinados na Líbia e que se encontravam desdobrados em Panda. 


    Permitiram ainda essas telecomunicações constatar que em 24 de Junho de 1981, o Coronel Domingos Fondo, na altura comandante da 2ª Brigada das FPLM desdobrada a sul do rio Save, deu instruções ao seu comandante táctico, Major Manuel Manjichi, para “antes de matar os bandidos armados que tenham sido capturados, torturá-los ao máximo na presença das populações de forma a intimidá-las a não prestar apoio” à Renamo. De acordo com a Convenção de Genebra, isto designa-se de crime de guerra.

    Também está na 'novela'.
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  • Jose Domingos Pereira Ouviram,e viram
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  • Nelson Junior Caros Moçambicanos: vamos ouvir e acreditar em tudo o que diz o Sr. Joao Cabrita...mas,ainda nao respondeu a minha pergunta: Por que é que nao se "dá" com o Dr.Francisco Moises?....Ps!...ouviu-se tanto sobre Moçambique-so faltava esta do senhor Joao Cabrita....felizmente trata-se dum passado
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  • Nelson Junior contem as vitorias da renamo ou da frelimo,a verdade é que milhoes e milhoes de moçambicanos inocentes foram mortos...e como eram negros,ninguem foi julgado e preso...os culpados foram a renamo e a frelimo...o resto sao blablas dos ditos espertos....
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Anda ai uma história enviesada da Renamo contada por um "acadêmico" massena Egídio Vaz. O seu post contem um grave erro basico: Nao explica porque a Renamo foi criada. Em relação ao epíteto de "terrorista" que ele atribui a Renamo e falaciosa porque durante o conflito ambas as partes cometeram atrocidades, aliás, veio a provar se que omassacre de homoine foi perpetrado pelas tropas governamentais.

Eis:


A Renamo, a segunda maior
formação política moçambicana com
representação parlamentar,
comemorou no último sábado, dia 5
de Janeiro corrente, no distrito de
Gorongosa, os 36 (trinta e seis) anos
da sua existência, segundo apurou a
Reportagem do Canal de
Moçambique junto de Jeremias
Pondeca, chefe de Departamento da
Administração Interna e Poder
Local da Renamo.
A Renamo, como movimento,
segundo reza a história, foi criada a
05 de Janeiro de 1977, por André
Matade Matsangaice.
De acordo com Jeremias Pondeca,
chefe de Departamento da
Administração Interna e Poder
Local da Renamo, entidade
encarregue da história daquele
partido, consta que André
Matsangaice antes da sua fuga teria
recebido ordens de prisão vindas de
Dias Esperança, então chefe
Provincial de Material Militar das
então FPLM, em Sofala.
De acordo com a fonte, a Renamo
foi fundada, para além de André
Matsangaice, por um grupo que
integrava ainda Mateus Dhlakama,
na altura pertencente à Força
Aérea, Calisto Nhiwane e António
Bonis Tembe, também conhecido
por Cara Alegre, que mais tarde
viria a ser usado pelo regime da
Frelimo, como espião contra os seus
colegas, culminando com a prisão de
André Matsangaice durante 15 dias
no quartel de BC 16 na cidade da
Beira.
Na ocasião, Afonso Dhlakama, que
também já era militar da Frelimo
antes de aderir à Renamo, teria sido
convidado pelo regime a seguir
para a República
Socialista da Bulgária a fim de
aprender técnicas de espionagem,
tendo ele recusado o convite
evocando razões óbvias.
De acordo com fonte do Canal de
Moçambique que presenciou o facto,
Afonso Dhlakama viria mesmo a ser
detido na Beira, por ordens do
então comissário político da
FRELIMO em Sofala, Omar Juma, de
seu nome de guerra, ou Tomé
Eduardo, de seu nome verdadeiro.
Na circunstância Afonso Dhlakama
era chefe da manutenção militar
das FPLM, numas instalações que
antes haviam pertencido ao exército
colonial, junto das oficinas da Auto-
Industrial, ao lado da Carpintaria da
Duguid & Ivo.
Em Dezembro de 1976, André
Matsangaice foge da prisão e parte
para exterior, concretamente para a
Rodésia do Sul, actual Zimbabwe.
Na Rodésia, Matsangaice foi
novamente preso e interrogado,
para além de ter revelado os nomes
dos seus colegas e solicitado apoio
militar para combater o regime da
Frelimo, então dirigido por Samora
Machel.
Em resposta ao seu pedido, recebeu
das autoridades militares do regime
rodesiano de Ian Smith, uma
pistola. Em 2 de Janeiro de 1977,
André Matsangaice entra em
Moçambique através da província
de Manica, fazendo o primeiro
ataque militar a um machimbombo.
Na sequência da operação e da
perseguição empreendida pelas
Forças Populares de Libertação de
Moçambique (FPLM), André
Matsangaice viria a ser novamente
preso em Messica, distrito de
Manica, província do mesmo nome.
No dia seguinte à sua prisão, na
companhia de Sebastião Janota,
evadiram-se dos calabouços.
Novamente entra na Rodésia do Sul,
onde desta vez recebe duas armas
do tipo AKM-47 e regressa a
Moçambique. De regresso ao País,
encontra-se com os seus
companheiros Marcos Amaro Bárue
e Manuel Muntumbela Lapson.
A 5 de Maio de 1977, André
Matsangaice e seus companheiros
chegam ao distrito de Gorongosa
onde efectuam o seu outro ataque
militar destruindo e queimando
barracas e colocam em liberdade
400 presos no campo de reeducação
de Sacuzi. Posto isto, seguiu ao
campo de treino militar de Kase
River no Zimbabwe, onde chegou
com 200 homens dentre eles o
falecido general Vareia e o general
Olímpio Cardoso, actual vice-chefe
do Estado-Maior das FADM, tendo
os primeiros treinos militares
começado com 22 homens divididos
em dois grupos e durado 30 dias.
Daí seguiu-se para Moçambique
para o começo da guerra. Em Junho
de 1977, o actual presidente da
Renamo, Afonso Dhlakama, junta-se
ao grupo, depois de passar pelo
distrito de Chibabava para se
despedir dos seus próprios pais.
Mas antes de Gorongosa, Dhlakama
na companhia de outras duas
pessoas então elementos das FPLM,
nomeadamente João Capa e Vida
Manhungue, viajam da Beira à
província de Manica, usando uma
autorização de missão de serviço.
Em Manica, os três (03)
hospedaram-se no Hotel Guida no
período de 15 dias, estudando as
formas de atravessarem a fronteira
com o actual Zimbabwe, para além
de terem aproveitado para fazerem
amizades.
Estudados os mecanismos da
fronteira, mandam voltar o
motorista que os levava, e às 22
horas de 21 de Agosto partem os
dois para a Rodésia. No dia 22 de
Agosto entram na Rodésia, mas
antes sofrem revistas sem
consequências e inclusive oferecem-
lhes pão com manteiga.
Da fronteira, foram transportados
num helicóptero militar para
Mutare onde ficaram presos por 15
dias.
Na cadeia de Mutare onde se
alimentavam de pão e manteiga
adoecem enquanto decorria o
interrogatório a cerca das suas
reais intenções.
Da cadeia foram levados ao Hotel
Cissine onde foram se reencontrar
com André Matsangaice que lá se
encontrava.
No mês de Setembro de 1979 foi
aberta a primeira base militar em
território nacional, concretamente
no distrito de Gorongosa, província
de Sofala, por André Matsangaice.
Por razões que se dizem
estratégicas, a base foi
reestruturada tendo Afonso
Dhlakama ficado como vice-
presidente do movimento.
Em 1977, os fundadores do
movimento já tinham definido a
RNM (Resistência Nacional
Moçambicana) como seu nome e
mais tarde em 1982 passaram a
chamar-lhe Renamo (Resistência
Nacional Moçambicana).
No decurso das suas incursões para
divulgar as acções, a Renamo
utilizou a estação radiofónica então
denominada África Livre e que era
radiodifundida a partir da Rodésia
do Sul em várias línguas.
A 17 de Outubro de 1979, André
Matsangaice morre em combate na
então Vila Paiva de Andrade, hoje
Gorongosa. Apesar do seu corpo não
ter sido encontrado por
alegadamente ter sido levado pelos
combatentes da Frelimo, fontes da
Renamo dizem que André Matade
Matsangaice teria sido queimado e
as cinzas enterradas onde
actualmente se encontra instalada a
antena dos Serviços de Meteorologia
de Gorongosa para não permitir
vestígios. Outra versão, indica para
um sítio onde hoje está construída
uma casa desde os Acordos de Paz.
Depois da morte de André
Matsangaice, o movimento entrou
em crise devido a deserções dos
combatentes maioritariamente
provenientes da província de
Manica, prossegue Pondeca.
É então que o vice-chefe ou vice-
presidente do MNR ou RNM, Afonso
Marceta Macahco Dhlakama,
assume o comando da guerrilha,
conseguindo a reorganização das
forças e a retomada das operações
militares. João Fombe Djakata
torna-se vice-presidente. Faleceu há
dias em Marínguè.
Ainda no ano de 1979, as FPLM e
seus aliados lançam um ataque de
grande envergadura no Regulado de
Santunjira, na zona de Mussancule,
matando 50 guerrilheiros da
Renamo e em contrapartida
perdendo mil homens.
A segunda ofensiva viria a ocorrer
em Agosto de 1980 e a terceira, com
a duração de 15 dias de combate
em Outubro de 1981 na província
de Manica.
Em Agosto de 1985 o “exército da
Frelimo”, como se chamava então as
FAM-FPLM, numa outra grande
ofensiva ataca a Casa Banana onde
estava a base principal da Renamo.
Antes da ofensiva, a Renamo teria
interceptado as informações do
plano de ataque, tendo por isso se
retirado estrategicamente do local
um mês antes.
Na sua retirada, a Renamo deixou
na Casa Banana algum material
bélico como, por exemplo, carros de
assalto que teriam sido capturados
às FPLM nas anteriores operações.
No rescaldo de todas as operações,
Samora Machel, ciente de que a
guerrilha se tornava cada vez mais
forte no plano militar ensaia
negociações a partir do Governo sul-
africano então do apartheid.
Por outro lado, Samora Machel
afasta do Comando Militar o
falecido general Sebastião Marcos
Mabote, na ocasião chefe do Estado
Maior General das FPLM/
FAM, mandando-o à República de
Cuba para estudar. Nunca mais
viria a servir à instituição militar
que dirigira. Em 1989 tropas
estrangeiras aliadas às FPLM levam
a cabo ofensivas contra as bases de
Marínguè e Massala.
Em todo o seu percurso a Renamo
teve apoios de cidadãos
moçambicanos de origem
portuguesa, como Orlando Cristina
que em 1980 teria sido recrutado a
trabalhar na Rádio África Livre e
que mais tarde morreria
assassinado na África do Sul, e Evo
Fernandes, morto pelo SNASP em
Portugal.
Também Boaventura Bomba entra
na Renamo no ano de 1981 e veio a
ser assassinado.
Países como Grã-Bretanha, de
Margaret Tatcher, Alemanha,
Estados Unidos da América, de
Ronaldo Reagan, que apoiavam os
partidos ou movimentos da direita
ensaiaram um isolamento ao
movimento Renamo.
Na sequência disso, em 1981, Jonas
Malheiro Savimbi, líder da UNITA
de Angola, detestava e tratava com
desprezo o líder da Renamo, Afonso
Dhlakama.
Entre 1987 e 1988, o presidente do
Zimbabwe, Robert Gabriel Mugabe,
pede secretamente conversações
com a Renamo, com o objecto de
travar os ataques da guerrilha ao
território zimbabweano.
Ainda em 1988 são levados a cabo
os primeiros contactos entre o
Governo da Frelimo e a Renamo em
Berue Kiplirgote, no Quénia, com
apoio do presidente Daniel Arap
Moi.
No prosseguimento dos contactos
que envolveram igualmente a Igreja
Católica moçambicana, a
Comunidade de Sant’Egidio de
Roma, o Conselho Cristão de
Moçambique (CCM) entre outras
entidades, em 4 de Outubro de
1992, eram assinados os acordos
gerais de Paz na capital italiana,
entre o Governo e a Renamo, que já
duram há 20 anos e que hoje são
reivindicados pela Renamo como
devendo ser objecto de revisão,
exigência que o Governo diz ser
“inconsistente porque está
incorporado na Constituição da
República” que está a ser objecto de
revisão por uma comissão had-hoc
parlamentar
supradimensionalmente dominada
pela Frelimo que ainda não trouxe
ao público o que pretende rever.



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Francisco Maingue Jose obrigado pela explanaçao.
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Razaque Molas Entendi

Manhepa Chitembo Simao Biblioteca Unay.
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Sergio Serpa Salvador Optimo texto para debate! Voltarei com as minhas contribuicoes!



Sergio Serpa Salvador Um optimo texto para discussão! Voltarei com algumas contribuições!

Armando Tomas Fernando Fernando Egidio vaz qual seu argumento depois de ler a verdadeira historia da renamo
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Cristiano Manejo Uma história por aprender
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Amilcar Vera-Cruz López Não duvido em nada com essas fábulas para fazer dormir boi. Tudo que está escrito é bem bonito, mas não conta a parte feia. não conta o porquê de Matsangaissa fixar a base em Gorongosa, não conta como ele foi reeducado com chamboco em Sakuze, não conta o porquê da sua prisão. também não conta como o régulo Mangunde perdeu sua jurisdição por cooperar com o colono, também não conta como durante os 16 anos os Matsangas se alimentavam. conversa para boi dormir mesmo.
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Vassili Vassiliev O Egidio aqui nao vem...
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Rafael Ricardo Dias Machalela Foi bloqueado por Unay Cambuma
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Unay Cambuma O Egídio Vaz e hoje um grande puxa saco do regime e vai acabar mal. Ate os g40 mais emperdenidos reduziram as suas aventuras e ele e dos poucos chingondos que alinha com um regime que martiriza os seus familiares.
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Unay Cambuma Amilcar talvez tu tens a versão resultantes da propaganda frela. Afinal a Renamo era chamada "bandidos armados". O André Matsangaisse que foi quem icou a bandeira no dia 25 de junho de 1975 cedo se apercebeu do tribalismo e crimes da frelimo e tudo fez para lutar contra isso.
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Kacio Armando e muito longo o texto me perdi no caminho da leituara
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Hérmany Samaquena Janegres valeu pela informação

Aziza Throne sabe unay Unay Cambuma? ha mto palerma e pateta a intitular se de academico e a ser chamado de academico por ter um mestrado e pq leu uma duzia de livros. outro termo e Analista. ha mto analista e academico neste pais qiue so sabe produzir pensamento servil
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Adelino Chaguala Contar o que aconteceu aos sobreviventes dessa mesma cena pelo menos não ia ter muita graça.


UmBhalane Sena "Em relação ao epíteto de "terrorista" que ele atribui a Renamo e falaciosa porque durante o conflito ambas as partes cometeram atrocidades"


É sempre bom relembrar, é factual, comprovado, as más práticas de guerra desde sempre encetadas pela frelimo, os TERRORISTAS.


Assassinar metodologicamente, sistematicamente, regularmente, membros da própria organização;
arrasar aldeias, pequenos lugares para instalar o terror;
deslocalizar à força grandes grupos de populações, sem qualquer aviso prévio, sem infraestruturas para os acolher, queimar palhotas e celeiros;
queimar vivos os seus opositores políticos, maioria ex-companheiros;
perseguir pessoas, grandes colectividades pelo credo religioso, e deportá-los para o mato;
prender, torturar, violar, asfixiar dezenas de presos indefesos;
...;


tudo más práticas para estabelecer o TERROR, O MEDO.


Quem assim procede, e deixemos-nos de paninhos quentes, é TERRORISTA.


A frelimo sempre foi uma organização de índole TERRORISTA.
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Charles AJ S esse é um historiador umbilical, auto-insignificante e subserviente
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Farias Pedro Força mano Unay Cambuma Maias da metade da população está com o marechal único dono de luta pelo bem estar dos moçambicanos. Abaixa frelixo
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Joao Junior De que lado está a verdade?!!!

Fhonsy Afonso Jose like emoticon

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Anibal Jone Agostinho Obrigado Sr. Unay pelo texto e vamos consumindo...os lambes, sibam que a mentira dura enquanto a verdade nao chegar!
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Martins Joao rica informação precisamos saber isto

Jose Domingos Pereira Unay Cambuma Muito bem,ha uma coisa que falta aqui.O que fez Orlando Cristina?
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Ofece Deniasse Chania Dps d ler est post, aKele k nao dz sim, ta contra.

Nando Mais ia nem !!!!!!! long way

Julio Chipurro Meus irmaos o marchal deu o prazo de 3 dia ja passo naõ tamos aver nada .

Edy Manuel A verdade esta do lado da verdade, mais so ve quem quer ver e sabera quem quer saber. Obrigado mano unay
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Carlos Mairoce Eu concordo com essa versao da Historia, porque pessoalmente conheci o Sebastiao Janota e ele contou me esses factos antes do ano 2000. Quando vejo pessoas a discutir como surgiu a roda enquanto os seus inventores estao vivos prefiro nem me meter na di...See More
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Lonique Da Cruz Ríngler Quid jures Dr.Egidio Vaz


Henoch Jemusse Quo Vadis E.Vaz?

Carlos Vasco Domingos we are together


Joaquim Geremias Geremias Heiiiii Afinal?

Ildo Skate Muitos nao sao academicos aki em Moz, sao sim acadelas.

Helton Jaime Fombe Assassino sempre e assassino

Vicente Sande Jovens q deram tudo de si, mas a ambicao e a traicao os dezimou.....
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Unay Cambuma Muitos ja viram esta foto mas sem as duas figuras a esquerda de Mondlane isto porque o regime sulistas editou a foto para tirar da cena a terceira pessoa a esquerda da Mondlane por ser nada mais nada menos que Andre Matade Matsangaisse Dulwayo.
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Vicente Sande Parece q todos se trairam numa luta de todos contra todos

Unay Cambuma O Egídio Vaz colaborou ativamente com o sise para neutralizar o cambuma e tudo indica que recebeu muito dinheiro. Recentemente com a ajuda de "informações" de Egídio Vaz foram a Beira em busca de um suposto Unay cambuma.
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António Alexandre De Almeida Os hiatoriadores se contentam com factos esgotados

Ildo Skate Egidio vaz fez isso Unay?
Porrraaaa....

Timoteo Bongece Pelo menos to pouco informado

Williamo Titosse Malandeira Muita forca xibhtacta

Paulo Rapaz Pelo menos me lembro de um comentario em que EV dizia conhecer o UC.
estoriador moz. hahahaha

Helder Mario Se fosse no Boxe diria Dr E.V levou um K.O com Unay. Mais aq cada um conta sua verdade e versao. Eu q n intendo nada d politica melhor tratar e fazer o q sei fzr. Afinal por isso q ja recebe convite da Tvm!!!

Augusto Manuel DESCULPA, EGIDIO EU CONFIAVA MUITO COMO ACADEMICO E COMENTARISTA IMPARCIAL. E' VERDADE QUE FEZ ESSAS TRAFULHICES? Ah!!! a ser verdade a quem confiar neste pais? Voces estudiosos porque estao quase todos a se mesquinhizar com LAMBEBOTISMO, CORRUPTISMO, ROUBARISMO, MENTIRISMO, ASSASSINISMO, ENGANISMO? Poxa, isso e' vergonhoso.

Matias Cuna Cada um conta o que quer que o povo acredite,. mas estou seguro que a verdade nao esta nessas historias opostas. Porque ninguem acompanhou todo ciclo de acontecimentos.

Maria JO Há cabroes lambebotas que já lambem mato pé.


Helder Coelho Faltou a legenda da imagem
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Eusébio A. P. Gwembe Finalmente: Egidio Vaz afirma que «A Renamo nasceu na Rodésia do Sul, actual Zimbabwe». Conforme tentei mostrar «teoria de dois grupos, coadjuvados pela Rádio «África Livre», o primeiro encontro tem lugar em Kinshasa (Congo) e André ganha a sua consciência no centro de reeducação de Sacuze, interior de Sofala, de onde, por duas vezes, tenta libertar companheiros. O encontro dos dois grupos deu-se em território moçambicano, pelo que a Renamo nasceu ai em Moçambique. Abraços, a todos, aberto para quaisquer dúvidas!

Nota: A guerra dos 16 anos foi meu tema de Licenciatura.
Gosto · Responder · 3 · 19/6 às 2:58


Zito Tomas Ilustre, aprendi muito com os teus comentarios. Bem haja.
Gosto · 19/6 às 12:50


Daniel Boe Sinto que a sua explanação tem base científica...agora outros parecem dar tiros no escuro... a sua tese está disponível para consulta em formato electrónico???
Gosto · 19/6 às 15:16


Joao Cabrita Sobre as siglas RNM e «MNR» e o acrónimo Renamo: Quando Orlando Cristina enviou para Evo Fernandes em Lisboa em 1977, o texto dos Estatutos da Renamo para aí serem impressos, a designação do movimento era 'Resistência Nacional Moçambicana-Renamo'.

Evo Fernandes optou pela designação 'Resistência Nacional Moçambicana-Resistência'. (tenho um exemplar desses Estatutos e vi o manuscrito dos mesmos que me foi facultado por Orlando Cristina. Ivete Fernandes poderá estar na posse do manuscrito a que me refiro).

Em 1983, dada a confusão suscitada pela comunicação social de expressão inglesa, que se referia - por sua exclusiva iniciativa - ao movimento como «MNR», o movimento decidiu retomar o acrónimo inicialmente concebido : Renamo. Não obstante este facto, ainda hoje (Paulo Lukamba Gato e Egidio Vaz os exemplos mais recentes) há quem pretenda utilizar as iniciais «MNR» como prova de uma suposta paternidade anglófona do movimento.

Os serviços de escuta da BBC Monitoring em Nairobi e do FBIS (Foreign Broascast Information Service) em Mbabane, poderão confirmar que em nenhum momento as emissões da Voz da África Livre se referiam ao movimento com a designação em inglês (MNR); os ouvintes dessa emissora (para além dos serviços de escuta da Rádio Moçambique) também poderão fazê-lo. Além disso, todas as publicações da Renamo (incluindo o boletim «A Luta Continua», que começou a ser publicado em 1977, os Estatutos e o Programa) identificaram sempre o movimento com a designação em língua portuguesa.

Cabe a Egidio Vaz, a Paulo Lukamba Gato e aos demais interessados, apresentar aqui, neste local, provas que substanciem o que alegam, isto é, de ter existido um «MNR» - sob pena de serem tidos como meros veículos de propaganda e de desinformação.
Gosto · 22 min · Editado



Alvaro Simao Cossa Eu gostaria de que o estimado Egidio Vaz lesse as intervencoes do Sr. Lukama Gato, alias, todos deviam ler a sua brilhantissima comparacao da Renamo com a Unita, assim e' como deve ser a oposicao, digo como a Unita faz. Ter objectivos claros, posicionar-se com seus interesses politicos e defende-los, nao incentivar violencia contra o seu proprio povo, contribuir com accoes concretas para a governacao do pais, melhorar a governacao com sua ideias, para toma-la, e ser realista. Concordo que a Renamo e' um partido inviavel neste tempo de paz, por causa das suas ameacas de guerra, tendo todos os direitos politico-parlamentares num Mocambique totalmente democratico.
Gosto · Responder · Ontem às 9:59 · Editado


Inocencia Tembe "Não julgues para nao seres julgado"
Vamos analisar os factos com coerencia, moçambique precisa de conhecer sua historia seja ela boa ou má, sem beneficios politicos para alguns e sem omissões. Todos nós, acredito eu, sabemos como se faz a historia de um povo e essa historia é imparcial.

Eu quero que os moçambicanos saibam a verdad e nao passemos a vida a viver de enganos. Já em algum lugar se disse que a verdade liberta. A historia baseada na verdade liberta o povo.
Gosto · Responder · 2 · Ontem às 11:33


José de Matos O Nelson Junior esta a personalizar o debate e a apresentar a sua verdade como verdade absoluta e inquestionavel, inaceitavel essa postura num debate serio em que podemos ter diversas abordagenns.
Para o Nelson Junior, que me parece querer afunilar o debate, eu tenho a sequinte questao:

Porque é que o Nelson insiste tanto no nome de Francisco Nota Moisés mas não o convida a apresentar os seus pontos de vista, a negar ou a desmentir o que o João Cabrita aqui tem afirmado ?

Outra coisa, essa de repetir "nunca" quando discutimos assuntos historicos que nao sao bem claros nao vai colar facilmente e apresentar openas a versao oficial sem questionar nada so pode satisfazer os incautos! A versao oficial propagada pelo regime nos conhecemos bem, nao ajuda repetirmos e aceitarmos tudo sem questionarmos!
Gosto · Responder · Ontem às 13:32


José de Matos Ainda a proposito de Francisco Nota Moisés, sem lhe querer tirar qualquer merito, ele foi secretário da informação da Renamo de 86 a 88. Podemos entao questionar se Francisco Nota Moisés esta familiarizado com a fase inicial da Renamo !
Gosto · Responder · Ontem às 20:30


Gaby Gabriel France Francisco PODEM FALAR COMO QUIZER MAS O NUMERO DOS MORTOS EM TETE NUNCA E JAMAIS IRA REDUZIR,,SE VCS FOSSEM HONESTOS JA DEVERIAM TER INFORMADOS O POVO MOCAMBICANO ACERCA DOS 150 MORTOS DOS TAIS CHAMADOS FDM QUE PERDERAM AS SUAS VIDAS EM TETE,,,K VERGONHA DA FRELIMO,,,
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