quarta-feira, 28 de outubro de 2015

EUA vão pagar caro confronto com a China

Marinheiros chineses e estadunidenses estão na frente das bandeiras da China e dos EUA


© AP Photo/ Kin Cheung
MUNDO
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Os EUA enviaram o navio de guerra USS Lassen para a zona das ilhas artificiais no arquipélago Spratly e, aparentemente, planejam enviar mais navios, apesar de uma advertência clara de Pequim, que reclama a soberania sobre a área.

Estamos a assistindo a uma nova fase de confrontação nas relações entre EUA e China na região, disse o historiador vietnamita Nguyen Manh Ha à Sputnik Vietnã.
"Os EUA mandaram o navio com mísseis Tomahawk para ver a reação do Pequim. Os EUA consideram estas águas internacionais, mas a China anunciou a sua reivindicação territorial em torno das ilhas artificiais. A primeira reação da China foi moderada. Mas vamos ver o que acontecerá em seguida, talvez daqui a uma semana, quando os Estados Unidos continuarem patrulhando a área. Eu acho que haverá uma mudança nas disputas territoriais no Mar da China do Sul, que complicam a situação na região. Isto está ligado com o retorno dos Estados Unidos para a Ásia".
A China e os Estados Unidos são rivais geopolíticos no controle do Sudeste Asiático, diz o conhecido professor e chefe do Departamento de História da Ásia Oriental na Universidade Estatal de São Petersburgo Vladimir Kolotov.
"Ambas as partes estão lá apenas para proteger seus próprios interesses, tentando usar pequenos e médios países do Sudeste Asiático. Proteger a liberdade de navegação é um pretexto que os EUA estão acostumados a usar, a fim de aumentar a sua influência na região e mostrar sua força".
"Há um grupo de pequenos e médios países do Sudeste Asiático que apoiam o fortalecimento da presença militar dos EUA na região, acreditando que, desta forma, serão capazes de se proteger da China", disse o especialista russo.
"Se você olhar para a história, os próprios Estados Unidos ajudaram os chineses estabelecer o controle sobre as Ilhas Paracel, ambas pertencentes ao Vietnã em 1974, e as Ilhas Spratly em 1988."
Eles (os EUA) criaram esta situação e agora os Estados Unidos não reconhecem estas ilhas.
"Pequim não ficou impressionado com o episódio do navio de guerra norte-americano nas águas disputadas", disse o analista político estadunidense Hugh White. "Washington deve parar de fingir que pode continuar prejudicando o desenvolvimento da China".
Segundo ele, os EUA correm o risco de pagar caro as suas ações no Mar da China do Sul.
"Quando a Casa Branca começar a recuar em face de uma nova escalada por parte da China, a reputação dos EUA vai sofrer mais uma série de prejuízos: Washington vai perder a confiança da Ásia e dentro do país", opina o político estadunidense.
"Uma resposta dura, por sua vez, poderá levar a um conflito aberto entre os EUA e a China, que é algo que se pagará ainda mais caro e em que os Estados Unidos não têm garantias de uma vitória fácil e rápida", concluiu Hugh White.
As tensões geopolíticas continuam aumentando e isto ameaça a segurança e a soberania dos países da região.


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