domingo, 28 de fevereiro de 2016

Depois de um negro e porque não uma mulher?

A vitória Hillary Clinton nas primárias de Nevada contra Bernie Sanders por 52,2%  contra 47,8% , é um indicativo de que a campanha da antiga primeira dama, ganhou um lenitivo indipensável, para uma potencial consagração à casa Branca, e sinais de encorajamento aos seu apoiantes, e para aqueles que vão injectando milhões na sua candidatura.
A vitória na contenda surge como natural,corolário das sondagens que desde o início lhe davam como favorita, embora nos últimos dias  a vantagem de 8 por cento tenha diluído para dois de diferença.
Não tendo sido uma vitória arrasadora foi uma vitória do querer, e do saber da ex-secretária de Estado dos Estados Unidos,e uma certeza de que a caminhada para a Casa Branca não é uma  quimera.Efectivamente apesar de Hillary ser uma pessoa que polariza sentimentos contrários à esquerda e à direita de amor, respeito, admiração, e do outro lado ódio, o seu capital político é inatacável, podendo ser ainda substanciado, caso se concretize a vitória nas primárias,a ter lugar na Carolina do Sul, marcado para o próximo sábado (27), onde estão em jogo 59 delegados.
Clinton é uma mulher culta, inteligente,com experiência governativa,  políticamente moderada, e para não dizê-lo, a mais qualificada de todos os candidatos de ambos partidos para ocupar a Casa Branca.Conotada como a candidata das minorias e da justica social, é um activo precioso do partido, onde goza de apoio incondicional da máquina partidária dos democratas, que vêem nela apesar de alguns esqueletos no armário,uma máquina inbatível e de trazer dinheiro.Desde actores  de cinema de Hollywood, músicos, empresas de Wall Street,sindicatos, desportistas, midia e filantropia, Hillary é muito querida  e a sua campanha arrecada muitos milhões.
Hillary é tambem considerada candidata da classe média, que para muitos forma a base do partido Democrata, enquanto os ricos por tradição são conotados com o partido Repúblicano, embora a asserção não reflecte o momento actual, dado que sociológicamente a linha divisória ideológica já não pode ser avaliada pelo tamanho do bolso; os democratas gozam também eles, de massivo apoio de gente abastada, e empresas da Wall Street.
É uma candidata que acredita que  solução para  a América  passa pela criação de empregos para a classe média,conforme friza numa passagem do seu livro  ``Escolhas difíceis``,  Em qualquer parte do mundo o cidadão aspira pelas mesmas coisas:boa saúde,um emprego decente, uma comunidade segura com hipótese de proporcionar  educação e oportunidades ao seus filhos. ``E ainda, A`` prosperidade da América depende dos milhões que conseguir mobilizar para fazer parte da classe média, e consequente fazê-las sair  da pobreza, através do emprego.
Clinton é uma mulher  que sabe o que é lutar pelo que é devido, e a América deve muito à mulher e às minorias.
A Carolina do Sul com a sua população negra será um teste importantíssimo à popularidade de Hillary, que há semanas recebeu o apoio do Black Caucus, constituída por negros congressistas.
Sinceramente ainda que a candidata tenha alguns desafios pela frente, não vai perder a nomeação democrata para Bernie Sanders. O eleitorado de Sanders é pouco diverso. A maioria são jovens e de extrema esquerda.
É caso para perguntar depois de um negro e poque não uma mulher como presidente dos Estados Unidos da America?
Hillary caso ganhe a nomeação e venha  a ser eleita presidente dos Estados Unidos, será uma espécie de continuação do reinado do actual presidente Barack Obama.
Tanto Obama como Clinton defendem uma América, onde a inclusão económica e social das minorias é fundamental para uma América fundamentar a sua grandeza, espelhada no universo da sua diversidade racial.Uma América na qual o falecido presidente John Kennedy nos anos 60,  profetizava, que sem uma  integração académica e económica dos afro -americanos ,seria impensável à América, desempenhar de forma efectiva  a sua liderança mundial.Para John Kennedy  o racismo era um obstáculo a minar  a moral e os valores da democracia, não sendo possível a América viver feliz ,quando parte substancial da sua população vivia humilhada, e discriminada devido à sua côr da pele.
Baseado no pressuposto , os moderados do partido democrata,juntos com as minorias negras, latinas e orientais, têm levantado a bandeira do partido, tendo conseguido balançar o poder,e reeleito Barack Obama,contudo não é fácil numa América em que as duas  Câmaras  dos representantes, estão nas mãos dos republicanos.
Com Obama a economia depois da ressaca da crise económica mundial, finalmente está a criar empregos, no entanto continua um longo caminho a  percorrer.O dólar está em alta, mas isso será bom para a economia estadunidense? O secretário do Tesouro, Jacob Lew,vem afirmando que um dólar forte é uma "coisa boa" para os Estados Unidos, embora o fortalecimento da moeda preocupe a Reserva federal.
"Um dólar forte é uma coisa boa para os Estados Unidos, é o reflexo de uma economia sólida", declarou Lew em uma mesa redonda celebrada em Miami .
Mas há quem ache que nãoé bem assim.Pensa-se que um dóllar alto causa problemas às exportações, encarecendo as exportações, e afectando muitas empresas.
A presidente da reserva federal, Janet Yellen, declarou que o fortalecimento do dólar será um "peso" para o crescimento da economia americana, afectando a sua balança comercial. 
 No partido Repúblicano que realizou as primárias na Carolina do Sul e Nevada, estas foram ganhas por Donald Trump, tendo o senador Marco Rubio ficado em segundo na Carolina do Norte, e terceiro em Nevada, em  relação a Ted Cruz.
Na Carolina do Sul, a noite ficou ainda marcada pela desistência de Jeb Bush, acabando assim com a possibilidade de colocar um terceiro elemento do clã republicano na sala oval da Casa Branca.A decisão do irmão de George W., que recentemente estava mais activo na campanha, deverá beneficiar o senador da Flórida, Marco Rubio, segundo a imprensa norte-americana.
Inacio Natividade 

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