quarta-feira, 19 de abril de 2017

Afastamento de JPJ da LAM: causas e consequências


LAM1O recente afastamento do engenheiro responsável por toda a área de manutenção das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), João Pó Jorge (JPJ), é apontado por fontes locais como um dos principais factores para o agravamento das dificulda­des operacionais da trans­portadora.
De reconhecida capacidade técnica, o engenheiro recru­tado à Ethiopian por Marlene Manave em 2015 foi substi­tuído na administração, sem aviso prévio, por um técni­co (Carlos Sitoe) apontado internamente como menos qualificado e colocado num escritório junto das oficinas.
João Pó Jorge teve pas­sagens pela Boeing (re­presentante para África, colocado em Harare, Zim­babué), pela fabricante de motores Pratt & Whitney, antes de integrar a manu­tenção da Ethiopian Airli­nes, considerada a maior empresa aérea africana.
Nas LAM, João Pó Jorge ini­ciou todo um processo de reorganização da área de manutenção, incluindo a de­licada esfera de reposição e stock de sobressalentes, com melhorias operacio­nais, em particular no voo mais rentável da transpor­tadora aérea de bandeira moçambicana (Maputo-Joa­nesburgo-Maputo).

O seu afastamento é atribu­ído a orientações suas no sentido do cancelamento de compras para a área de ma­nutenção, nomeadamente na reposição de stocks crí­ticos, que geravam “comis­sões” para responsáveis da empresa. É considerado dis­so demonstrativo o inciden­te deste ano em Tete, em que o “radome” (“nariz”) de um Boeing 737 da LAM se desintegrou.
Diligências posteriores le­varam à conclusão de que o mesmo havia sido adquirido em segunda mão.
A substituição de João Pó Jor­ge por Carlos Sitoe foi rece­bida com elevada estranheza por muitos colaboradores da LAM e tem, até hoje, gerado comentários jocosos nos cor­redores da companhia.
CM – 18.04.2017

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