domingo, 18 de junho de 2017

COISAS DA NOSSA TERRA


Centelha por Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com)
O estudante, quando está na Universidade, é o futuro do país ; quando acaba o curso torna-se num problema social. Quim Barreiros in: Revista mais superior, nº 54, maio de 2017.
Há pouco menos de um mês escrevi, neste jornal, o seguinte comentário: “Fiquei indignado quando vi um reitor atacar a Ordem [dos Médicos]. Até certo ponto compreendi que aquele reitor agia em defesa do seu rebanho, mas, do ponto de vista académico, esteve mal na fotografia, porque parecia vestir a pele de um paternalista da mediocridade. A constatação deste fato não deve, porém, reduzir os esforços e conquistas do aludido reitor em prol do desenvolvimento da educação. Mas…” E na semana passada ficou-se a saber que, afinal, o tal reitor cometeu plágio académico. Não sei se ainda terá autoridade para continuar no cargo ou se vai pedir demissão. O que sei é que, em África, pedir demissão não é regra, é uma rara excepção. Ninguém quer perder refeição...
Mudando de assunto, esta semana tornei a ler (desta vez sem euforias) o discurso de tomada de posse do presidente da República. Queria perceber melhor que políticas se pode esperar para a juventude moçambicana. Na verdade, o presidente capitalizou no seu discurso o papel da juventude como indutor de desenvolvimento nacional. Mas, na prática, a juventude continua a ser relegada a um segundo plano.

Nota-se claramente a falta de emprego para os jovens. A formação deixou de ser a ponte para o emprego. Seria interessante um estudo para apurar o exército de desempregados jovens que o país produz e, às vezes, apadrinhado pelo próprio governo, mormente quando permite que as universidades leccionem cursos de menor interesse no mercado de trabalho. Alegramo-nos pelas estatísticas do número de diplomados, mas não analisamos miudamente os resultados desse investimento.    
O âmago dos discursos políticos é, de novo, a saga dos recursos naturais. Mas ainda não se parou para pensar na estratégia de desenvolvimento do país, por exemplo, a formação dos jovens empreendedores para assegurar a logística do gás na bacia do Rovuma. A exploração de recursos naturais é um trabalho especializado e complexo, por isso é importante a formação dos jovens neste sector.
São coisas da nossa terra, no lugar de se activar políticas de geração de rendimentos para descomprimir a estatística da pobreza em jovens, apostando nas potencialidades existentes no país, os nossos dirigentes preferem estabelecer parcerias milionárias para construção de casas alegadamente para jovens. Como é que um jovem desempregado pode comprar um apartamento milionário? Qual é o banco que, em sã consciência, empresta dinheiro sem garantias de retorno? Agora percebo porque é que os nossos bancos facilmente vão à falência!
Um exemplo: Cabo Verde não tem recursos estratégicos, o país é maioritariamente composto por uma população jovem, o governo para contornar o desemprego, apostou no empreendedorismo e na prestação de serviços. Os jovens diplomados e não diplomados vendem os seus conhecimentos. Essas facilidades são acompanhadas de políticas concretas que asseguram a mobilidade dos empreendedores no mercado local e internacional. O país não forma seus quadros por prazer de formar. Forma de acordo com as necessidades do país.    
Conheço o presidente Nyusi quando ele ainda era docente em Nampula. Posso garantir que é um líder competente e visionário, mas está a ser enganado, como fez notar um célebre economista. Há dias confrontei o meu amigo Nkulu sobre a pobreza em Moçambique. Diz-se que este ano registou-se uma boa colheita agrícola, quando na verdade não… A dita revolução verde não tem sortido resultados plausíveis. De verde só tem o nome, aliás! Contentamo-nos pelo simples florir do verde sem colheitas promissoras e consoladoras, porque é feita de forma tradicional, sem investimentos financeiros nem tecnológicos. Se a colheita superou a expectativa, porque é que há fome no país? Os níveis de desnutrição são preocupantes. Paradoxalmente, a desnutrição é mais agravante em províncias potencialmente ricas em recursos de vida. Alguma coisa está a falhar.
Para terminar, penso que o discurso inaugural do presidente Nyusi devia ser lido e estudado pelos nossos dirigentes. É um discurso realista, mas falta alguma perspicácia para a sua materialização. Devia ser a bíblia governativa e não um objecto de museu.
Zicomo e um abraço nhúngue aos jogadores do Chingale. Estão a acordar, finalmente! Resgatem o prestígio do clube, por favor!
WAMPHULA FAX – 19.06.2017

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A
SAMORA, ACIDENTADO OU GOLPEADO?
Esse discurso!..
Este homem, que se chama Presidente Samora Machel! Presidente sempre, presidente para todas etapas da nossa história!
É um homem que mesmo morto, denuncia os golpistas que o mataram e os mesmos assassinos depois da sua morte tomaram o poder e, consequentemente mataram o seu pensamento, distanciaram totalmente do povo para construir os seus impérios económicos privados, abandonaram os operários e camponeses!
E hoje estão à implorar os antigos colonizadores para voltarem a Moçambique afim de levarem de graça os nossos recursos minerais e naturais, sem partilhar pelo menos com justiça os devidos lucros entre os investidores e o povo representado pelo Estado!
Os actuais dirigentes do Estado moçambicano, são novos colonialistas de raça negra que governam Moçambique com uma procuração passada pelos antigos colonizadores!
Representam interesses estranhos à Soberania do Estado moçambicano, chegando ao ponto de efectuarem viagem de vassalagem comercial e beija-mão à Washington afim de entregar de graça as nossas riquezas aos multinacionais, numa negociação totalmente secreta entre o Governo e o Parlamento, representante do povo!
Deitaram para o lixo da história, o espírito do movimento da luta colectiva contra os males, assim como para conquista das mordomias para o bem estar comum dos moçambicanos!
Estado para todos!...cada um por si próprio! Salve-se quem poder!...
Grupos no seio da Frelimo, após o golpe de estado contra Samora Machel, estão nascendo dia e noite e, todos querem o poder Governamental para servir os seus interesses empresariais por intermédio do poder do Estado!
Não incluem os interesses do povo como interesse Superior da Nação em todos contractos que estão assinar com os multinacionais.
Basta uma comissão generosa para a ala que está no poder, o resto que o povo se lixe!
AVISO IMPORTANTE : - ninguém pode-se sentir seguro que é rico, porque nós os adeptos de Samora, estamos dispostos a devolver a alegria e a ESPERANÇA DO POVO, lutando pela vitória eleitoral em torno de um único Candidato, prometendo novas nacionalizações e redistribuir todas riquezas que os colonos da cor negra, julgam terem se bem sucedido aos seus pares colonos brancos, a partir da estratégia do golpe de estado contra o verdadeiro Chefe do Estado do Povo!
Por exemplo : - Quem se atrevia, apelidar o Projecto ProSavana de um simples investimento para o desenvolvimento do país, na presença de Samora Machel?
Quem se atreveria na presença de Samora, assinar acordos da exploração de gás natural de Palma, sem garantir uma percentagem soberana.a favor do povo no contrato entre o Estado e os investigadores internacionais?
Um autêntico projecto de colonos negros que está a escorraçar os verdadeiros donos das terras para zonas áridas sob o protesto de oferecer ao povo mordomias temporárias!..
-3:04
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Donaldo Alfredo JalaneSeguir
Discurso do Camarada Presidente Samora Machel
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2 comentários
Comentários
Gote Rafa
Gote Rafa Se o povo não ganhar coraje de revoltar contra esses inimigos terminaremos na sarjeta. Porque esses golpistas os seus bolsos nunca enche, desde que começaram a roubar até hoje ainda há espaço para ensacar o dinheiro do povo.
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Fernando Zavala
Fernando Zavala Temos que travar uma guerra contra um inimigo interno
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