sábado, 26 de agosto de 2017

André Matsangaissa e o Assalto de Sacudzo (2)

Eusébio A. P. Gwembe adicionou 3 fotos novas.
22 h ·
O início da guerra em Moçambique "não é uma vontade de moçambicanos que tiveram contradições, que explodiu, (…) não vamos simplificar as coisas e dizer´ah, é vontade de uns jovens, porque reuniram-se numa mata e decidiram chamar-se Renamo’” Joaquim Chissano.

Estas palavras proferidas a 21 de Junho de 2015 tem a razão de ser. Se parece provável que o plano para libertação de Sacudzo foi-lhe imposto pela secreta rhodesiana como condição para ter sua ajuda parece também provável que Matsangaissa estava determinado a encontrar ajuda onde fosse possível para combater Samora, como veremos no episodio seguinte. Antes de entrar para a epopeia dos 150 kms de Matsangaissa recuemos a fita da história. Em Salisbury, Matsangaissa encontrara dois grupos distintos de luta contra o Machelismo. Por um lado estava a Rádio Voz da África Livre, uma estação clandestina que “conseguiu levantar em poucos meses todo o povo moçambicano contra a Frelimo” e a Resistência Moçambicana cuja história remonta ao ano de 1974 quando, em Março, o major Silva Pais da PIDE-DGS, António Vaz (seu representante em Moçambique), São José Lopes (seu representante em Angola) e Ken Flower da Central Inteligence Organization (CIO) se reuniram em Salisbury (Harare) decidindo criar-se um grupo clandestino especial como os flechas fundados por Óscar Cardoso (n.10-06-1935), em Angola para combater os rebeldes zimbabweanos em Moçambique. O formador deste novo grupo seria Alves Cardoso (n. 26-11-1934). Após o Golpe de Estado de 25 de Abril em Portugal, Flower tomou conta do grupo tendo enviado os homens nas fronteiras com Moçambique. Em 1975 este grupo abandonou Flower para ir trabalhar em Angola com Holden Roberto que acabava de receber uma ajuda financeira substancial da CIA. A ameaça moçambicana permanecia viva, mas Ken estava desanimado.
Na mesma altura, Miguel Murupa (ex membro do CC da Frelimo), com ajuda do “Capitão Gravata”, Jorge Jardim (com ajuda de Orlando Cristina), alguns refugiados ex-militares da Frelimo e ex-comandos do Ancien régime tentavam reagrupar-se, com objectivo de realizar uma contra-revolução ou, nas palavras do eng.° Jorge Jardim, “a inevitável guerra civil que será mais uma esperança do que uma ameaça”. Para Ken Flower, Orlando Cristina (ex adepto da Frelimo, ex-preso da PIDE, ex-formador do grupo paramilitar de Kamuzu Banda e amigo dos Ajua) será a pessoa certa por apoiar, autorizando-lhe a instalação de uma rádios. O ambiente era favorável; todos pareciam excitados para uma contra-revolução mas cada um hesitava em empreender uma acção concreta de saneamento da situação, porque cada um a queria para os outros. Os que pareciam conduzir a contra-revolução tomavam parte nela como simples instrumentos. A partir do momento em que tinham a pretensão de dominar, caiam ignobilmente.
Enquanto Ken Flower chamava para si a criação da “Resistência” como a quinta coluna no interior de Moçambique , os que não desejavam a interferência rhodesiana não cruzaram os braços. Em 1976 convidaram para instrutor o ex-piloto da Força Aérea Brasileira, Pedro Marangoni, na altura em Portugal. Pedro Marangoni (n. 1949) já tinha passado por Moçambique (1973/4), tendo sido professor na missão de Marere (Nampula), antes de ir para Niassa onde combatera e, fingindo-se de missionário, interveio na mediação entre guerrilheiros da Frelimo e comandos portugueses após o 7 de Setembro de 1974. Depois foi para Lourenço Marques, de onde seguiu para Salisbury. Recebido no grupo de Alves Cardoso na Rhodesia, entre Junho de 1975 a Fevereiro de 1976 foi combater em Angola, pelo FNLA , antes de seguir a Portugal de onde era convidado para substituir Óscar Cardoso em Odzi. Lutava contra o comunismo soviético e a expansão cubana em defesa do que chamava de “civilização Ocidental”.
Tudo desenvolvia-se com uma rapidez até então sem paralelo. Todos os sinais o anunciavam. À medida que se operava este processo, o descontentamento e o ódio às atitudes dos novos dirigentes que se apoderavam de propriedades privadas em nome do ideal socialista ia aumentando. Paradoxalmente, a contra-revolução amadurecia, em especial nas regiões do país em que o bem-estar era mais manifesto e entre os homens que tinham sido "bons camaradas". Em Cabo Delgado, o comissário Politico local, Pachinuapa, mandará prender 8 oficiais do exército. Não é indo sempre de mal a pior que se cai numa resistência. “Acontece com maior frequência” diz-nos Tocqueville “que um povo que tendo suportado sem se queixar, e como se as não sentisse, as leis mais humilhantes, as rejeite violentamente quando o seu peso se alivia. O regime que uma revolução destrói vale quase sempre mais do que aquele que o tinha imediatamente precedido e a experiência ensina que o momento mais perigoso para um mau governo é precisamente aquele em que começa a reformar-se”.
Marangoni fez levantamento de homens que existiam. Depois do conselho de Jack Berry, da Special Branch, que acusava portugueses de serem “heróis de bar” decidiu formar um grupo de guerrilha para recrutar elementos africanos da população moçambicana. Com ajuda de companheiros como Póvoa e Godinho, es-DGS, lançou apelo para contribuições que não demoraram a chegar mas que a Voz da África Livre denunciara como sendo de pessoas burlescas. Com esta ajuda conseguiu comprar um Land-Rover e adquirir material de caçadores (Três Remington. 22 com silenciador e miratelescópica, uma Winchester 33, uma Lee Enfield303, uma Hornet, uma pistola Beretta 9mm e uma pistola Colt 32, mochilas, medicamentos, um binóculo, uma bússola, mapas e uma máquina fotográfica) na esperança de que o material de guerra seria capturado ao inimigo. O mal que se sofria pacientemente como inevitável tornou-se insuportável a partir do momento em que se concebeu a ideia de se substituir a ele. Os agentes da CIO estavam a par de tudo.
Os preparativos para a primeira missão foram feitos com oito elementos (Paulo, Alex, Póvoa, Zeca, João, Godinho, Rui). Guedes, do Rhodesian CID, imprimiu muitas cópias de um panfleto, explicando quem eram, o que pretendiam e o que deveria ser feito para os ajudar. “Pensando no nome que deveríamos receber, veio-me a ideia de Resistência, que completei finalmente com Resistência Moçambicana” escreve ele no seu livro “A Opção Pela Espada” e continuando acrescenta “Em verdade, meu desprezo pela política iria criar um vácuo histórico que viria a ser avidamente disputado pelas hienas do poder ou de glória pessoal décadas depois, por ter criado um movimento de oposição puramente guerreiro, sem o anterior e sempre presente movimento político e cultos à personalidade. Nascia ali hoje a poderosa e mundialmente conhecida Renamo e nenhum dos políticos que actualmente pretendem ter sido seus criadores lá estavam”. Estava criada a Resistência Moçambicana, mais tarde e com ajuda do Special Branch, “Resistência Nacional Moçambicana”. Para aqueles que tinham conseguido escapar dos centros de reeducação o mal tornara-se menor mas a sensibilidade sobre os abusos era mais viva.
Jack, que levara a sério o plano de resistência, entre os agentes da CIO, convidou Marangoni para uma conversa franca no Beverly Rocks Motel, tendo-lhe sugerido a troca do armamento para a caça pelo armamento de guerra e oferecendo-lhe uma base em território rodesiano em troca de um ataque ao Centro de Sacudzo. Escutemo-los:
“Pela insegurança de seu armamento civil, dou em troca Kalachnikovs, granadas, RPG-2 ou 7, minas, todo o explosivo que necessitarem, de origem comunista. Vocês não têm uma base e criá-la em território inimigo leva tempo e muita resistência física, que os brancos não possuem; dou-lhes uma fazenda, com sede, instalações completas, inclusive com piscina, a 5 quilómetros da fronteira, um ex-motel abandonado por causa da guerra. Dou ainda treinamento adicional, comida, transporte. Que pensas?”
Marangoni, desconfiado de tanta generosidade respondeu e perguntou – “Bem até agora, tudo óptimo. E o que daremos em troca?
“- A libertação do Campo de prisioneiros da Gorongosa. Aos outros lhes comunicará quando estiverem todos concentrados na fazenda; terão o direito de aceitar ou não. Realizarão uma missão difícil, mas que será boa tanto para nós como para vocês, aumentando-lhes o efectivo e podendo combater melhor a Frelimo, nosso inimigo comum” .
Depois deste encontro, ficou decidido que os passos subsequentes seriam acompanhados por Peter Burt. Aos que não queriam se comprometer com o governo Rhodesiano Marangoni lembrou-lhes que a própria Frelimo sobrevivera porque suas bases principais eram na Tanzânia, a FNLA no Zaire, o MPLA na Zâmbia, a UNITA na Namíbia. Não podiam prescindir da ajuda do governo ou ficariam entre dois fogos. Mas todos estavam contentes com a troca do armamento para AK-47 e decididos a combater conscientes de que mesmo o colonialismo no momento em que era mais forte e poderoso não tinha inspirado tanto ódio como no momento em que ia desaparecer. Assim aconteceria com a ditadura de Samora.
A ideia seria propagandeada pela Voz de Africa Livre, uma rádio pirata já existente. Através do agreement, tornado público em 23 de Maio de 1977, entre a Resistência Moçambicana e a Rádios Voz de Africa Livre, toda a notícia relativa aos combates e progresso da Resistência seria divulgada; o mundo deveria saber que a reacção contra a escravidão começara. Mike acompanhou o grupo para a primeira base, não em Odzi como aparece nos livros de História, mas no Alice Dale Guest-House, abandonado devido as acções de guerrilha de Mugabe. Havia depósito de víveres, rações de combate rodesianas, um gerador para iluminação. Foi organizado um sistema de sentinelas e todos dormiriam com as armas ao alcance das mãos. A entrada para o território moçambicano foi feita num dia simbólico: o dia da OUA (25 de Maio de 1976), enquanto Matsangaissa ainda estava no campo de reeducação. Mas o grupo não foi bem sucedido. No primeiro confronto, o Rui ficou ferido, deixado e capturado pelas forças governamentais será fuzilado por uma lei de 1979. O grupo regressou ao território rhodesiano e, posteriormente transferiu-se para Odzi.
Continua...
Nota: a terceira imagem não tem a ver com a informação!
Nas imagens: A primeira operação da "Resistência" a 25 de Maio de 1976. Pedro Marangoni ainda do lado rhodesiao e Alex (Português) e João (moçambicano) ja em território moçambicano.
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Comentários
André Agostinho Manila
Comentários
Samo W. Chancomo
Samo W. Chancomo Historias perdidas...
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Cauyo Gyga
Cauyo Gyga Ainda ha muito por aprender
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Raul Novinte
Raul Novinte Meus irmãos, para já não me interessa saber se foi ou não a vontade de jovens moçambicanos que decidiram pegar em armas atacar bases ou quarteis da Frelimo ou se foi pela vontade dos jovens moçambicanos que se decidiu formar a Renamo. Para mim, a verdade é que a Renamo lutou e continua a lutar pela uma justa causa em Moçambique. A Renamo lutou pela democracia em Moçambique e continua lutando para acabar com a a mentira da dita "Unidade Nacional" que constitui uma farsa, pois na realidade não existe. Nós queremos uma "Unidade Nacional" verdadeira onde cada um se sente ser moçambicano. Onde os fundos públicos são aplicados tendo em conta o respeito ao povo. Onde o parlamento é honestamente respeitado pelo executivo em todas suas decisões. Onde o governo executivo respeite o povo que lhe elegeu como sua agente. Onde quando um candidato concorre as eleições e ganha lhe é considerado sua vitória independentemente da sua origem partidária. Um Moçambique sem dívidas escondidas. Um Moçambique em que o povo se sente livre de verdade e que não anda dia e noite vivendo com policias com AKM nas mãos. Um Moçambique verdadeiramente "Livre". Não me interessa se a foi ou não a Renamo que começou lutar contra a Frelimo, o que sei é que a Renamo lutou e continua lutar por uma justa causa em Moçambique.
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe A Freli também lutou por uma causa justa ou nao Raul Novinte?
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Raul Novinte
Raul Novinte O seu problema meu amigo Eusébio A. P. Gwembe é de sempre e bem conhecido por nós todos. A sua tendencia é daquela de sempre de querer pintar a Renamo como uma força exterior. Dhlakama é da Africa do Sul? Muchanga,, o Manteiga, Raul e muitos por aí são da Africa do Sul? Esse argumento deve ser enterrado para sempre e procurarmos uma reconciliação verdadeira em Moçambique. Pois esses tipos de historias não ajudam em nada meu amigo.
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Santinho J. Dos Santos Jr.
Santinho J. Dos Santos Jr. Nao sao sul africanos mas eles tem Minhocas sul africanas no miolo.
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Alvaro Guimaraes
Alvaro Guimaraes Agora já não são "minhocas dos rodesianos" caro Novinte?
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Joaquim Gove
Joaquim Gove Pra mim, caro Raul Novinte, não interessa se isso te interessa. A verdade e o importante é a a história interessa e é interessante tê-la!! De onde viemos, onde estamos e para onde vamos. Quem somos e com quem (con)vivemos??
Diga-me com quem andas e "saberás" quem és!!! Ntsem...
Em jeito de coda, o modus operandi da Renamo obriga-me a relacionar esta organização com a sua base de criação.
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Joaquim Gove
Joaquim Gove O nosso amigo tem que trazer-nos dados que indiquem que são manias do Eusébio E Eusébio A. P. Gwembe. Não é suficiente a vontade de defender e mostrar uma cara bonita da Renamo ou de quem quer que seja. Deixemos os dados falarem e saberemos a verdade sobre factos (ou verdade mais próxima).
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Raul Novinte
Raul Novinte Então que não venhamos contar histórias que não interessam...a ninguém neste momento , Pois os jovens da Frelimo também tiveram ideias e ajuda dos Russos ,americanos , cubanos, Ghanenses e mais por aí. Então não foram jovens moçambicanos que lutaram contra os colonialistas?
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Afonso Nassone Macaiele
Afonso Nassone Macaiele esse foi o lado mau que existiu em Mocambique, por causa disso milhares de Mocambicanos inocentes foram mortos e mutilados, por isso debater isso e brincar com as memorias dos que perderam entes queridos por uma guerra sem logica...mata seu irmao que seras heroi...isso e de loucos. Por isso para oh gwembe, eu perdi quase tudo com a existencia desses movimentos.
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Em Historia comparada chamamos isso de imprecisões ou de injustiça da Historia, Raul Novinte. Por exemplo, o tiro de Chipande contra a administração colonial pode ser acto heróico e o tiro de Matsangaissa na libertação de presos de Sacudzo ser acto de banditismo dependendo do observador mas, sobretudo, do ângulo da observação. Respondendo a sua pergunta, era moçambicanos que lutavam contra o regime colonial.
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Raul Novinte
Raul Novinte Esse é o problema meu amigo Eusébio A. P. Gwembe. O problema é que você foi atacado em 1987 e que quase morria. Portanto para você tudo o que a Renamo fez, toda luta contra um regime ditador comunista da Frelimo, contra as aldeias comunais, guias de marchas e mais são todos atos de banditismo. Eu logo que li o seu post logo soube o que você queria ao pintar a Renamo como uma força fundada pelos imperialistas. Eu pergunto, o que interessa isso agora depois de 41 anos? Nós estamos preocupados com a reconciliação e você se preocupa em desacreditar a Renamo. Hummm. Você acha que foi unico que sofreu ataques durante a guerra civil? Claro que não.
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Raul Novinte acho que nao me entendeu. Por todo o seu comentario entendo que nao entendeu nada e a sua ultima pergunta é a mesma que coloco ao Afonso. Até entender, vai levar tempo, Raul Novinte
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Raul Novinte
Raul Novinte Tens razão, Eusébio A. P. Gwembe. Pois não entendo e nunca entenderei os porquês você sempre procura fazer entender que a iniciativa da luta da Renamo contra o regime ditador (Aiee Namuicho) da Frelimo era algo de pessoas externas....
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Raul Novinte nao sou, sao os documentos que reportam os factos. Que depois o assunto ficou domestico é outra coisa. Ha que analisar as duas facetas da historia (factores intrinsecos e factores extrinsecos) e avaliar o peso de cada um deles. Nao estou a fazer politica
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Aurélio Bull Gza
Aurélio Bull Gza Não acredito que o Eusébio A. P. Gwembe esteja a pintar ou tentar pintar a renamo com esta publicação. O que vejo no artigo é uma história que se deve contar para quem quer sabê-la.
E percebo que quem está a pintar aqui é o Raul Novinte. Neste caso pintar a frelimo.


É importante que num haja uma resistência igual a da RENAMO para que a democracia seja efectiva.
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Domus Oikos
Domus Oikos Grande Eusébio A. P. Gwembe
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Afonso Nassone Macaiele
Afonso Nassone Macaiele Se e que os amigos neste mural tem muito tempo, vamos debater o que podemos fazer para nas proximas eleicoes os resultados nao tragam problemas ao pais? Como tirar o pais da dependencia cronica de alimentos vindos da terra de Mandela e ou de fora, enquanto temos muita terra arravel desponivel? Como tornar a nossa educacao, uma educacao a valer, pessoas que tenham competencias? Isso eque interessa debater caros amigos, lancar lenha na fogueira, vamos parar caros compatriotas, pois, podemos ser queimados tambem.
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Azarias Chihitane Massingue
Azarias Chihitane Massingue "Não vamos esquecer o tempo que passou. Quem pode esquecer o que passou"!... Existiu uma canção revolucionária que tinha mais ou menos estes dizeres. A história não é apenas para se ter conhecimento de factos antigos, mas mais para a partir desse conhecimento fazer se o presente e evitar que o que tenha sido errado se repita no futuro. Por mim a história deve ser contada e conhecida. Os excessos da Frelimo durante a luta Armada devem ser contados. Não é tapando as narinas que o cheiro desaparece. Até porque aqui não está se contar como a Renamo conduziu essa contra - revolução, que pode talvez o lado mais repugnante.
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Aurélio Bull Gza
Aurélio Bull Gza Crie outra publicação e chame-nos para o debate. Assim estarás a desviar o toer do artigo.
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Afonso Nassone Macaiele, nao foi único afectado. O que nos outros perdemos ha 30 anos ainda nao conseguimos repor hoje e nem sabemos se havemos de o conseguir. Ainda me lembro quando vieram para nos assassinar, (eu Aurélio Simao, Felisberto S. Simao e toda a família) no dia 2 de Março de 1987. A distancia entre a vida e a morte foi de menos de 5 minutos. Mas isso nao é motivo para eu deixar de apreciar o nosso percurso histórico. Quanto ao que acha que interessa debater, depende dos critérios de selecção, nao acha? Eleja estes factos, nos tagge que vamos ao debate.
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Walkiria Amade
Walkiria Amade Do primeiro texto ao introito e desenvolvimento Do segundo texto cheiro mudança força da informação kkkk
Israel Magaia
Israel Magaia interessei me no poder da radiodifusao...
Eduardo Domingos
Eduardo Domingos E porque o regime da Rodhesia do Sul lhe interessou sacudzo e nao compatriotas que residiam na entao Rodhesia, Eusébio A. P. Gwembe??
Aurélio Bull Gza
Aurélio Bull Gza Também quero a resposta Eusébio A. P. Gwembe.
Eduardo Domingos
Eduardo Domingos No fim da estoria, nenhum prisioneiro de sacudzo a frelimo consegue dizer ou apontar nas hostes actuais da renamo. Quantos prisioneiros trouxe em 1992 no fim da guerra civil. um, dois, tres e quatro. sao esses que moveram a grande do rovuma ao maputo no verdadeiro sentido.
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Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Eduardo Domingos, o interesse era desmontar a "mentira" Samoriana de que a vida era boa. Uma vez libertos os presos, eles proprıos seriam portavozes do seu sofrimento porque a totalidade dos centros estava em areas isoladas e nenhuma organizaçao ınternacıonal reportava o que la se passava. A história sobre o regime de escravidão vivido nos campos de reeducação contada por Matsangaissa aos agentes do Special Branch, entre eles Jack e Peter, reforçava outra que fora contada, meses antes, por João (Fombe?) e Paulo, outros ex-soldados da Frelimo que haviam escapado dos campos de reeducação. Em Julho de 1976, a Secreta Moçambicana apercebendo-se de uma campanha em preparação visando denunciar as arbitrariedades e a vida dura nos centros, enviou Jornalistas do «Notícias» para antecipar a contra-propaganda. A consciência dos Jornalistas, nunca permitidos a falar com as educandas, pesou na produção da reportagem. Uma delas consta da edição de 13 de Agosto de 1976, assinada por Fernando Lima, sobre o Centro de Reeducação para mulheres, em Msauíze, um dos cinco centros existentes na Província do Niassa. Foi retirada da venda nas ruas, por ordem do Ministério de Informação e Propaganda e conta um pouco: (501 mulheres - prostitutas, testemunhas de Jeová, crianças de tenra idade - filhas das prostitutas - mulheres acusadas de feitiçaria, um pelotão de 36 elementos) que enfrentam agressões mútuas, falta de comida, de roupa e de cobertores, doenças venéreas, etc.. Actividades diárias: limpeza, pequeno-almoço, machamba (incluía destroncar árvores), almoço, machamba, Jantar se houvesse, reuniões de mobilização política três vezes por semana, manifestações culturais aos sábados e domingos.
Edson Chiziane
Edson Chiziane acompanhando....
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Eduardo Domingos
Eduardo Domingos Nao ha duvida que a frelimo sempre quis manchar a imagem dos nacionalistas que logo cedo descobriram que nao estava a viver o sonho de independência e, as provas estavam espalhadas por todo pais. Eram o desterro, privação de direitos, humilhacao, um monte de merda que a frelimo estava a construir. Como se explica que ate 1980 tres anos depois a renamo estava a fazer operacoes militares nos arredores da cidade da Beira? Como se explica que tres anos depois a renamo tinha bloqueado as principais vias de comunicação? Como se explica que tres anos depois a renamo tinha nas suas fileiras mais de 15 mil homens bem treinados e com moral combativa bastante elevada? Eusébio A. P. Gwembe.
Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe A mesma moral que animara a Frelimo também podia animar a Renamo, Eduardo Domingos. Afinal, os métodos de acção nao foram os mesmos? O desterro, visto por Samora como melhor forma de colocar as pessoas sob sua dependência porque incapazes de regressar as areas de origem e incapazes de produzirem ficariam a depender das rações oferecidas pelo regime foi um dos elementos catalizadores de aderência das pessoas em massa a Renamo. Eram as autoridades tradicionais quem fazia campanha a favor da Renamo, ante grupos dinamizadores cujas acçoes eram, até certo ponto, coercivas.
Eduardo Domingos
Eduardo Domingos Exacto, Eusébio A. P. Gwembe nao vamos esquecer o que passou. A frelimo sempre foi o pomo da discordia em Mocambique.
Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Nao diga que foi a Frelimo, Eduardo Domingos; foram decisões de algumas pessoas que quase mancharam todo um Partido. As mesmas pessoas, apercebendo-se do erro trataram de corrigi-lo e até hoje os regulos possuem fatos
Gerir
Eduardo Domingos
Eduardo Domingos O que a frelimo fez em 1975 continua a faze lo e com muito orgulho, disso todo mundo sabe, Eusébio A. P. Gwembe. Ex: mais fresco: Ha tregua os esquadroes de morte hibernaram. Para pessoas normais custa conviver com esses sodomitas.
Emidio Guila
Emidio Guila Historiador por excelência.
Candido Junior
Candido Junior Ca está está verdadeira história da origem da Renamo. Perante a verdade é só vê Los os renamistas atacados por azia profunda. Vai um conselho : Gaviscom é optimo para azia e mal de barriga.
Eduardo Domingos
Eduardo Domingos Gaviscom é a droga k nao falta na tua algibeira.
Jemusse Abel
Jemusse Abel Vamos ao debate sobre a genese... nada de perca do horizonte oo Candido.
Joao Cabrita
Joao Cabrita Ao meter a segunda, Eusébio A. P. Gwembe estampou-se. Era de esperar: quem recorra ao livro de memórias de Ken Flower para contar a história da Renamo estampa-se.

Em poucas palavras: Ken Flower, no livro de memórias, insere um relatório “Top Secret”
datado de 24 de Abril de 1974, a relatar um encontro, em Lisboa, com o director da PIDE, Major Silva Pais, no decurso do qual afirma ter discutido a formação da Resistência Nacional Moçambicana.

Qualquer leitor atento do relatório “Top Secret” de Flower deparará com estas pérolas que terão escapado a atenção de Eusébio A. P. Gwembe :

“A surpreendente facilidade com que a Renamo evoluiu durante os primeiros cinco anos...”

“O indubitável sucesso (da Renamo) também significou que a Frelimo não possuía o nível essencial de apoio da população: ou então Portugal havia agido apressadamente demais, transferindo os poderes para um movimento de libertação que não podia granjear o apoio popular por meio de eleições livres.”

Afigura-se oportuno Eusébio A. P. Gwembe explicar:

1. Como foi possível Ken Flower falar, em 24 de Abril de 1974, de um Moçambique já independente há 5 anos?

2. E como é que nessa data, o director do CIO poderia alegar que “Portugal havia agido apressadamente demais , transferindo os poderes para um movimento de libertação...”, não tendo sequer o golpe de Estado de «25 de Abril» ainda ocorrido?
Eusébio A. P. Gwembe
Eusébio A. P. Gwembe Joao Cabrita, lendo os diversos depoimentos (fragmentos) da epoca percebe-se que o projecto de Flower nao se materializou porque a pessoa apostada havia seguido para Angola. Entretanto, colaboradores do próprio Ken ajudaram na moçambicanizaçao da Renamo. Alias, o 25 de Abril apanhou-lhes de surpresa e pode ter sido determinante para que os novos actores entrassem em jogo pondo em causa o plano original de Flower.
Joao Cabrita
Joao Cabrita Eusébio A. P. Gwembe não respondeu às questões que coloquei. Repito: o relatório «Top Secret» tem a data de 24 de Abril de 1974 e nele Flower fala de Moçambique como estando independente há (pelo menos) 5 anos, e que a Renamo evoluíra de forma surpreendente durante os primeiros cinco anos da sua existência, o que equivale a dizer que ela já existia (pelo menos, também) desde 1969.

Acha credível ou plausível o que Flower afirmou ?
Yaqub Sibindy
Yaqub Sibindy PEDRO MARANGONI, é o indivíduo de raça branca que aparece na foto a saudar André Matsangaissa, no campo de Odzi, na então Rodhesia do Sul de Ian Smith!

O aperto de mão a Matsangaissa, simboliza o regresso do André com uma parte dos reeducados que ele
teria conseguido raptar no Campo de Reeducação de Sacudzo em Gorongosa!

André foi interceptado e atacado pelas Forças governamentais, sob Comando de Yá-qub Sibindy, no primeiro combate entre às FPLM e André Matsangaissa na história do conflito com a Renamo, em Chirara, Distrito de Manica, na Província do mesmo nome!
Gerir
Eduardo Domingos
Eduardo Domingos Quantos reeducados conseguiram recuperar nesse combate? Quando Andre assaltou sacudzo tinha ja unidade militar formada ou era acompanhado por militares rodhesianos?
Yaqub Sibindy
Yaqub Sibindy André esteve sózinho!
Temos que abrir um livro que decidi fechar para não pertubar as actuais negociações negociações histórocas entre o Líder da Renamo e o Chefe do Estado.
André era um louco que sentia prazer de dançar à música ao som das balas, tod
avia, sozinho enfrentou um pelotão das FPLM e conseguiu escapulir-se com uma parte dos reeducados e nós conseguimos capturar alguns!

Foi num Domingo à tarde, depois do André ter conseguido aldrabar um Director do IAC para lhe apoiar com um transporte (tractor) afim de evacuar os supostos guerrilheiros das ZNLA, até próximo da fronteira, pois alegou que tinha um combate infalível naquele dia e como homem da ligação das FPLM/ ZNLA, precisava de fazer cumprir essa decisão, infelizmente tinha homens já bastantes cansados!

O então Director da IAC, hoje, um dos membros da Comissão Política da Frelimo, caiu nas astúcias do André tendo cedido um tractor com o devido tractorista!

Sairam juntos até ao local onde André tinha escondido os reeducados, e daí seguiram até ao cruzamento de Chicamba!

André identificou se à sua postura real, ameaçando de morte ao teactorista, tendo ele pilotado pessoalmente à máquina até a casa da sua mãe, próximo do local onde se travou o primeiro combate!

Com André, atravessaram à fronteira.... um dos oficiais que ainda está vivo e dentro dos entendimentos dos acordos Gerais de Roma, esse oficial da Renamo chegou de ocupar um dos altos cargos na Chefia das FADM!
Eduardo Domingos
Eduardo Domingos Fala do Cambona?
Joao Cabrita
Joao Cabrita De acordo com o perfil militar de Yaqub Sibindy, traçado pelo próprio:

Em 1972, ingressou na guerrilha da Frente de libertação de Moçambique, aos 14 anos de idade. Foi companheiro de André Matade Matsangaissa, durante a guerrilha da Luta de Libertação
, acompanhou todos passos que foram dados até à fuga de Matsangaissa para a Rodésia, tendo sido o primeiro Comandante das FPLM a trocar tiros com André Matsangaissa, no primeiro combate que a RENAMO travou contra as Forças governamentais.

Portanto, tendo André Matsangaissa procurado refúgio na Rodésia em Setembro de 1976, após fuga do Centro de Reeducação de Cudzo (vulgo Sacudzo), lógico é concluir que, ao contrário daquilo que sugere Ken Flowe em «Serving Secretly - An Intelligence Chief on Record: Rhodesia into Zimbabwe, 1964-81», a Renamo não existia antes do «25 de Abril» de 1974.
Yaqub Sibindy
Yaqub Sibindy PEDRO MARANGONI, é o indivíduo de raça branca que aparece na foto a saudar André Matsangaissa, no campo de Odzi, na então Rodhesia do Sul de Ian Smith!

O aperto de mão a Matsangaissa, simboliza o regresso do André com uma parte dos reeducados que ele
teria conseguido raptar no Campo de Reeducação de Sacudzo em Gorongosa!

André foi interceptado e atacado pelas Forças governamentais, sob Comando de Yá-qub Sibindy, no primeiro combate entre às FPLM e André Matsangaissa na história do conflito com a Renamo, em Chirara, Distrito de Manica, na Província do mesmo nome!
Yaqub Sibindy
Yaqub Sibindy André esteve sózinho!
Temos que abrir um livro que decidi fechar para não pertubar as actuais negociações negociações históricas entre o Líder da Renamo e o Chefe do Estado.


André era um louco que sentia prazer de dançar à música ao som das balas, todavia, sozinho enfrentou um pelotão das FPLM e conseguiu escapulir-se com uma parte dos reeducados e nós conseguimos capturar alguns!

Foi num Domingo à tarde, depois do André ter conseguido aldrabar um Director do IAC para lhe apoiar com um transporte (tractor) afim de evacuar os supostos guerrilheiros das ZNLA, até próximo da fronteira, pois alegou que tinha um combate infalível naquele dia e como homem da ligação das FPLM/ ZNLA, precisava de fazer cumprir essa decisão, infelizmente tinha homens já bastantes cansados!

O então Director da IAC, hoje, um dos membros da Comissão Política da Frelimo, caiu nas astúcias do André tendo cedido um tractor com o devido tractorista!

Sairam juntos até ao local onde André tinha escondido os reeducados, e daí seguiram até ao cruzamento de Chicamba!

André identificou se à sua postura real, ameaçando de morte ao tractorista, tendo ele pilotado pessoalmente à máquina até a casa da sua mãe, próximo do local onde se travou o primeiro combate!

Com André, atravessaram à fronteira.... um dos oficiais que ainda está vivo e dentro dos entendimentos dos acordos Gerais de Roma, esse oficial da Renamo chegou de ocupar um dos altos cargos na Chefia das FADM!
Alfredo Muianga
Alfredo Muianga Meu caro se tem conhecimento profundo desta história acho eu que devia apontar os nomes das pessoas, esses director da IAC, esses oficiais, como s chamava esse tractorista e como terminou? Meu respeitado Yaqub Sibindy.
Florestal Xerinda
Florestal Xerinda Informativo!
Alfredo Muianga
Alfredo Muianga Pelo que li aqui a guerrilha surgiu por falta de diálogo, orgulho de alguns, pena ter se chgado a esse extremo. Os erros do passado é uma lição para nós e devemos apoiar o diálogo em curso para a paz, sob pena de nunca sairmos deste amarão e nunca permitir que estrangeiros se intrometam nos assuntos internos. Ao Eusébio A. P. Gwembe obrigado por mais um conhecimento.
Gerir
Henrique Jeremias
Henrique Jeremias Venha ler a historia carissimo Alirio Amane.
Henrique Jeremias
Henrique Jeremias boa leitura.
Mauro Jesus
Mauro Jesus Um dia saberemos quem matou Samora

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