terça-feira, 8 de agosto de 2017

Das analogias aos significados de nomes

Canal de Opinião por Adelino Timóteo
O Brasil destituiu a Dilma e colocou em seu lugar o Temer. Não sabiam os brasileiros que o Temer, como o inverso do próprio nome o diz, dedicar-se-ia a Meter o dedo num órgão do povo, a que não me refiro por pudor. Temer é também temido por aqueles que com poder de veto o podiam destituir.
Todavia, os ruandeses são mesmo azarados. Votaram no Kagamé (caga-me? Alguma corruptela do português? –meu Deus, que nome estranho! E que boa analogia para o dedo do Meter). Não observaram os ruandeses que o Kagamé é mesmo (passe o termo) um cagalhão.
Agora terão que suportar por mais dez anos um cagalhão de Kagamé na presidência. O nome bem diz, claque os ruandeses se devem livrar fazendo-lhe por cima. Mas ninguém tem coragem, pelos vistos. Noventa e nove por cento de votos a favor é sintomático disso. Os ruandeses são os brasileiros africanos, tímidos.
Tanto o Kagamé como o Temer tem suas virtudes. O Temer a meter o dedo onde não se deve e o Kagamé, ainda assim, a aliviar-se (passe o termo) por cima do seu próprio povo.
A imagem é forte!
Quanta mudança se tem operado no mundo! Presidentes com nome que soa a coisas sem escrúpulos.
É a teoria do absurdo.
Os moçambicanos escolheram o Nyusi (quer dizer “mel”) e tem estado a comer o mel amargo da colmeia do Governo, que vai muito à deriva das marés, por causa das dívidas ocultas.
Aqui ao lado, no vizinho Zimbabwe, há uma grande inovação. Um homem aos 93 anos crê poder renovar o seu mandato presidencial.
Segundo Joice Mujuru: “Mugabe é um espírito vivo”. Caso se confirme a vitória do ancião, o país das pedras continuará a ser dirigido por um dos espíritos mais tenazes.
No país irmão, do outro lado da costa, o Zedú parece ter algumas reminiscências espirituais. De outras coisas não se fala, senão do seu estado debilitado de saúde, mas a persistência e o apego ao poder.
Zedú é também um homem de que se fala. De mais jovem estadista africano no passado, Zedú mingua a olhos vistos. É a encarnação de um espírito, o que tem governado Angola. Vê-se logo que há no poder africano uma crença inveterada de que o homem pode viver  depois do além. Vive-se um momento de glorificação de espíritos.
No nosso caso, dizem que até o infame Guebas irá reencarnar-se num dos seus clones.
Mas é preciso ir mais além da letra do significado dos nomes. Guebas significa pessoa que está preocupada em cuidar da sua caixa forte.
Significa que está à procura de uma pessoa paciente e trabalhadora na qual se possa reencarnar, de preferência alguém que o não defraude como o Mel, que atraiu as abelhas da Kroll para a beira da sua caixa forte.
Guebas sonha com um candidato no seu partido que se encarne nele.
Alguém que faça parte do seu ego e alter-ego, com uma aparência rechonchuda, mais jovem que ele, claro está. Alguém que dê a vida por ele. Alguém que pense e seja criativo como ele, na ocultação das dívidas escondidas. Precisa de alguém que crie frustrações emocionais e distúrbios metabolísticos a todo que lhe queira investigar.
Guebas sonha um candidato como quem resulte de um suspiro seu.
A sorte protege os audazes. Dizem muito ao seu estilo visionário, Guebas já produziu um clone seu, cuja data de nascimento particular está prevista para o próximo mês.
Lobbies estão sendo feitos para que o potencial futuro gestado venha a seguir os condicionalismos de Guebas, para a sua felicidade final.
Só espero que o potencial parido não venha a ser o Mwanawasa moçambicano, ou seja, o carcereiro de Frederick Chiluba.
A ver o que diz a bola de cristal do Guebas. (Adelino Timóteo)
CANALMOZ – 07.08.2017

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