terça-feira, 12 de setembro de 2017

Angola e Moçambique acusados de violar sanções à Coreia do Norte

ONU investiga violação de embargo à Coreia do Norte por Angola e Moçambique

A ONU está a investigar possíveis violações ao embargo e sanções impostas à Coreia do Norte por parte de Angola e Moçambique, segundo um novo relatório da organização.
"O painel continua a sua investigação sobre se a guarda presidencial de Angola e outras unidades foram treinadas por pessoas da República Democrática Popular da Coreia, bem como sobre diplomatas do país acreditados em Angola que trabalham para a Green Pine Corporation, incluindo o Mr. Kim Hyok Chan e o Mr. Jon Chol Young", lê-se no relatório.
Segundo a ONU, a Green Pine Corporation é responsável por quase metade das armas exportadas pela Coreia do Norte. A empresa é alvo de sanções da comunidade internacional desde 2012.
Os especialistas da ONU acreditam que Kim Hyok Chan, um dos coreanos que tem visto de diplomata em Angola, "é o representante da Green Pine Corporation responsável pela remodelação dos navios da República Democrática Popular da Coreia que violou as resoluções" internacionais e que Kim viajou com o seu colega Jon Chol Young entre Angola e o Sri Lanka numa "tentativa falhada" de vender navios militares.
O relatório nota que "Angola ainda não respondeu às perguntas do painel."
Quanto a Moçambique, o painel de oito especialistas investiga a venda de um sistema de defesa área portátil, mísseis superfície-ar e um radar, uma operação feita entre a empresa coreana Haegeumgang Trading Corporation e a "Monte Binga", uma empresa controlada pelo Governo moçambicano.
"Moçambique ainda não forneceu uma resposta substantiva ao inquérito deste painel. Dois Estados-membros declararam que a Haegeumgang está activa em Moçambique e o no país vizinho da Tanzânia. Um Estado-membro especificou que a Haegeumgang forneceu o mesmo tipo de mísseis superfície-ar a Moçambique e à Tanzânia", lê-se no relatório.
Segundo o mesmo documento, a Coreia do Norte exportou ilegalmente carvão, ferro e outros bens no valor de pelo menos 270 milhões de dólares (224 milhões de euros) para a China e outros países, num período de seis meses, violando as sanções da ONU.
Os especialistas da organização que monitorizam a aplicação das sanções indicaram que o Governo de Kim Jong-un continua a ignorar as sanções sobre mercadorias, bem como o embargo de armas e restrições relativas ao transporte e actividades financeiras.
Os especialistas indicam que a Coreia do Norte também prossegue com actividades nucleares proibidas, com produção de material fóssil para armas no complexo nuclear de Yongbyon, construção de manutenção na zona de testes nucleares de Punggye-ri, e uma mina de urânio em Pyongsan.
O painel disse estar também a investigar o aumento da presença de norte-coreanos em África e no Médio Oriente, em particular na Síria, "incluindo o seu envolvimento em actividades proibidas".
O relatório de 111 páginas foi feito antes do sexto teste nuclear da Coreia do Norte, no dia 03, e divulgado dois dias antes de os Estados Unidos levarem a votação novas e mais severas sanções, incluindo o fim das exportações de petróleo e gás e o ‘congelamento' de todos os activos financeiros estrangeiros do Governo e do seu líder, Kim Jong-un.
Lusa – 11.09.2017
NOTA: É claro que, se estas compras foram feitas com parte dos dinheiros das dívidas ocultas que, se não queiram apresentar facturas. Pudera!
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE

Angola e Moçambique acusados de violar sanções à Coreia do Norte

ONU investiga compra de armas por Moçambique e actividade de companhia norte-coreana em Luanda.
No dia em que o Conselho de Segurança da ONU está a analisar novas sanções contra a Coreia do Norte foi revelado que a organização investiga violações de anteriores sanções por vários países, entre eles e Moçambique e Angola.
Um relatório elaborado por um painel de oito especialistas revela que uma empresa norte-coreana que se especializa na venda de armas, a Green Pine Corporation, está sediada em Angola.
A empresa é alvo de sanções da ONU desde 2012.
Um dirigente dessa organização trabalha em Angola com visto diplomático e, segundo o documento da ONU, "é o representante da Green Pine Corporation, responsável pela remodelação dos navios da República Democrática Popular da Coreia que "violou as resoluções internacionais".
Os representantes norte-coreanos viajaram entre Angola e o Sri Lanka numa tentativa de venda de navios militares que contudo não teve sucesso, diz o documento.
Em Angola, a ONU está também a investigar o treino da Guarda Presidencial e de outras unidades não especificadas por militares norte-coreanos.
O Governo de Angola ainda não respondeu às perguntas sobre estas questões colocadas pela ONU.
No que diz respeito a Moçambique, o documento revela que Mauto também não respondeu a perguntas sobre o seu envolvimento na violação das sanções.
Os especialistas adiantam que a companhia norte-coreana Haegeumgant Trading Corporation envolveu-se em negociações para a venda de armas à empresa moçambicana Monte Bingo.
A Monte Bingo é a companhia que detém 50 por cento das acções na ProIndicus, uma das empresas envolvida no escândalo das dívidas ocultas.
O documento dos especialistas da ONU indica ainda que as investigações estão centradas na venda a Moçambique de mísseis portáteis terra-ar, sistemas de defesa anti-aéreos, outro tipo de mísseis terra-ar e um sistema de radar.
"Moçambique ainda não forneceu uma resposta substantiva ao inquérito deste painel”, lê-se no relatório que acrescenta que dois países membros da ONU "declararam que a Haegeumgang está activa em Moçambique".
"Um Estado-membro especificou que a Haegeumgang forneceu o mesmo tipo de mísseis superfície-ar a Moçambique e à Tanzânia", conclui o relatório.
O analista angolano Francisco Tunga Alberto considera que facto de a ONU nunca ter aplicado medidas contra os países suspeitos de colaborar com os norte-coreanos tem posto em causa a credibilidade da organização.
Alberto lembra que não é primeira vez que Angola é referenciada pela ONU como um dos países que ajudam a furar o embargo à Coreia do Norte.
Em 2015, uma reportagem do jornal Washington Times, avançava, com base em fontes diplomáticas, que o regime norte-coreano fornecia equipamentos militares e formação a Angola, violando o pacote de sanções aplicado pelas Nações Unidas.
Na altura, o jornal revelou que o negócio envolvia a firma norte-coreana Saengpil Associated Co e a marinha angolana e visava a aquisição de materiais de reparação para 18 embarcações de patrulha.
VOA – 11.09.2017
NOTA: Repito: É claro que, se estas compras foram feitas com parte dos dinheiros das dívidas ocultas, que se não queiram apresentar facturas. Pudera!
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE

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